
A semana de negociações começa sob a sombra de uma paralisação prolongada do governo dos EUA, que continua atrasando importantes relatórios econômicos, incluindo os dados cruciais do relatório de empregos não agrícolas (nonfarm payrolls).
Enquanto isso, a Suprema Corte dos EUA deve ouvir os argumentos sobre a legalidade das amplas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, e os investidores aguardam os resultados trimestrais da Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) (BOV:A1MD34) e da Palantir Technologies (NASDAQ:PLTR) (BOV:P2LT34).
A próxima decisão de política monetária do Banco da Inglaterra também permanece em foco, com expectativas bastante equilibradas.
1. O bloqueio de dados nos EUA continua
A paralisação do governo federal em curso — que se aproxima de sua duração recorde — deixou os investidores sem atualizações econômicas cruciais. Embora os dados da inflação de setembro tenham sido divulgados no mês passado, outros relatórios importantes, incluindo os números de crescimento do emprego e rotatividade de pessoal, permanecem inéditos.
Sem esses dados, os formuladores de políticas do Federal Reserve estão com dificuldades para avaliar a saúde da economia e ajustar a política de taxas de juros. Após o corte de 25 pontos-base na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que as autoridades podem diminuir o ritmo de futuros cortes se a visibilidade econômica permanecer obscurecida pela falta de relatórios oficiais.
O relatório de empregos não agrícolas (nonfarm payrolls) desta semana e a pesquisa de vagas de emprego JOLTS provavelmente serão adiados, privando os mercados dos indicadores habituais do início do mês. De acordo com analistas da Vital Knowledge, “de certa forma, as pessoas estão se sentindo ainda mais confusas do que antes”, enquanto os investidores lidam com a falta de dados, apesar de eventos importantes como reuniões de bancos centrais, divulgações de resultados e negociações comerciais entre EUA e China.
Embora o The Wall Street Journal tenha relatado algum progresso nas negociações para reabrir o governo, a insistência do presidente Donald Trump em que os republicanos ignorem os democratas lançou dúvidas sobre uma resolução a curto prazo.
2. Suprema Corte vai analisar a legalidade das tarifas de Trump
As atenções se voltam para Washington, onde a Suprema Corte analisará se Trump extrapolou sua autoridade ao impor tarifas abrangentes usando poderes de emergência. O caso segue decisões de instâncias inferiores que consideraram que suas ações excederam os limites presidenciais previstos na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) de 1977.
O resultado permanece incerto, embora a maioria conservadora de 6 a 3 tenha frequentemente se alinhado com Trump em decisões anteriores. Trump é o primeiro presidente dos EUA a usar a IEEPA como justificativa para tarifas, citando o déficit comercial de bens do país de US$ 1,2 trilhão em 2024 e mortes ligadas ao fentanil como justificativa. Se a Suprema Corte derrubar as tarifas, poderá eliminar uma importante ferramenta econômica e diplomática que ele tem utilizado durante seu segundo mandato.
3. Resultados da AMD em foco
Em destaque no mundo corporativo, a Advanced Micro Devices (AMD) será a próxima grande fabricante de chips de IA a divulgar seus resultados, seguindo uma onda de anúncios no setor de inteligência artificial. Segundo a Reuters, o Departamento de Energia dos EUA firmou recentemente uma parceria de US$ 1 bilhão com a AMD para construir dois novos supercomputadores destinados a enfrentar desafios de grande escala, como pesquisas sobre câncer e segurança nacional.
Além disso, o acordo da AMD para fornecer chips de IA à OpenAI pode valer vários bilhões de dólares em receita anual, ao mesmo tempo que concede à criadora do ChatGPT uma participação de cerca de 10% na empresa. Analistas compararam essa e outras parcerias semelhantes ao ciclo especulativo da era ponto-com, levantando preocupações sobre uma possível bolha da IA.
Executivos da AMD descreveram a parceria com a OpenAI como “certamente transformadora” tanto para a empresa quanto para o setor em geral. As ações subiram mais de 112% no acumulado do ano, e os resultados, que serão divulgados na terça-feira após o fechamento do mercado, serão acompanhados de perto em busca de sinais de sustentação do crescimento.
4. Resultados da Palantir à frente
A Palantir Technologies, outra grande empresa nos setores de IA e software de defesa, também divulgará seus resultados financeiros esta semana, com a expectativa de que sejam divulgados na segunda-feira após o fechamento do mercado.
Em agosto, a empresa elevou sua previsão de receita para o ano fiscal de 2025 pela segunda vez, citando a forte demanda por seus serviços baseados em inteligência artificial, tanto por parte de clientes governamentais quanto comerciais. Seus laços com as iniciativas de defesa dos EUA se fortaleceram durante o governo Trump, principalmente devido à mudança de postura do Pentágono em relação a fornecedores “não tradicionais”.
As ações da Palantir mais que dobraram este ano, refletindo o otimismo em relação à sua posição no boom da IA. Analistas esperam um lucro operacional de US$ 255,6 milhões no terceiro trimestre, com receita de US$ 1,09 bilhão, segundo estimativas da Bloomberg.
5. Decisão do Banco da Inglaterra incerta
Após o corte de juros do Fed na semana passada, amplamente esperado, e a manutenção das políticas do Banco Central Europeu e do Banco do Japão, as atenções se voltam para o Banco da Inglaterra, onde o resultado é menos previsível.
Atualmente, os mercados consideram bastante provável que o Banco da Inglaterra mantenha as taxas de juros inalteradas, embora ainda exista uma chance de cerca de uma em três de um corte de 25 pontos-base. Uma pausa representaria a primeira interrupção em um ciclo de cortes de juros que começou em 2024.
Ainda assim, dados de inflação e salários mais fracos do que o esperado podem levar a um afrouxamento monetário ainda maior. O governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, alertou em setembro que o caminho a seguir é “mais incerto”, refletindo preocupações de que a inflação subjacente possa permanecer elevada mesmo com a desaceleração do crescimento.
Com os mercados globais enfrentando sinais econômicos contraditórios, os investidores estarão monitorando de perto os dados — ou a falta deles — bem como as principais decisões dos bancos centrais e as atualizações corporativas vinculadas à inteligência artificial, em busca de direcionamento nos próximos dias.
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