
As quedas acentuadas de Gerdau Metalúrgica PN (BOV:GOAU4), Direcional ON (BOV:DIRR3) e Simpar ON (BOV:SIMH3) foram os principais catalisadores para a retração de 2,65% do Índice Small Caps (BOV:SMLL) na semana de 13 a 17 de outubro.
O Índice Small Caps (BOV:SMLL) enfrentou uma das semanas mais desafiadoras do trimestre, encerrando o período entre 13 e 17 de outubro com uma queda acumulada de 2,65%. O movimento foi impulsionado por um cenário macroeconômico de incertezas fiscais e a manutenção de juros elevados, que punem severamente as empresas de menor capitalização, geralmente mais sensíveis ao custo de crédito. A aversão ao risco foi generalizada, atingindo diversos setores, desde a siderurgia até o consumo discricionário e o setor imobiliário.
A Direcional ON (BOV:DIRR3) foi o grande destaque negativo da semana, registrando um recuo expressivo de 21,05%. Logo atrás, a Simpar ON (BOV:SIMH3) recuou 17,42%. Juntas, essas três ações exerceram uma pressão vendedora que drenou a liquidez do índice, anulando qualquer tentativa de recuperação pontual ensaiada por papéis defensivos.
No setor de construção civil e incorporação, além da Direcional ON (BOV:DIRR3), outras gigantes do segmento Minha Casa Minha Vida e alta renda também amargaram perdas significativas. A Cury ON (BOV:CURY3) caiu 11,13%, seguida por Cyrela Realty ON (BOV:CYRE3) com -10,33%, Eztec ON (BOV:EZTC3) com -10,18% e Plano & Plano ON (BOV:PLPL3) com -7,70%. O setor é diretamente afetado pela curva de juros futuros, que subiu na semana, encarecendo os financiamentos e reduzindo as margens das construtoras.
O setor de transporte e logística também foi duramente atingido. A Simpar ON (BOV:SIMH3), controladora de diversas empresas do setor, liderou as baixas com seus 17,42% de queda, acompanhada por suas subsidiárias Movida ON (BOV:MOVI3), que caiu 10,38%, e Vamos ON (BOV:VAMO3), com recuo de 10,47%. A Fras-Le ON (BOV:FRAS3) e a Randon Part PN (BOV:RAPT4) também registraram quedas de 11,26% e 10,06%, respectivamente, refletindo o pessimismo com o escoamento de produção e o consumo industrial.
No varejo e consumo, a pressão foi sentida pela Sendas Distribuidora ON (BOV:ASAI3), que caiu 8,98%, e Natura ON (BOV:NATU3), com baixa de 6,98%. O setor de tecnologia e bens industriais também não escapou: Intelbras ON (BOV:INTB3) desvalorizou 10,77% e Multilaser ON (BOV:MLAS3) recuou 10,42%. A percepção de que a inflação persistente pode frear o consumo doméstico no curto prazo afastou os investidores desses ativos de crescimento.
Outros papéis que compõem o Índice Small Caps (BOV:SMLL) e encerraram no campo negativo incluíram Log Commercial ON (BOV:LOGG3) com -10,43%, Syn Prop & Tech ON (BOV:SYNE3) com -9,57% e Minerva ON (BOV:BEEF3) com -9,03%. Até empresas do setor de agronegócio, como a SLC Agrícola ON (BOV:SLCE3), que caiu 7,61%, e a Boa Safra Sementes ON (BOV:SOJA3), com uma queda mais branda, sofreram com a volatilidade das commodities e do câmbio no período.
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A Resiliência nos Dividendos: Fras-le e Direcional
A Fras-le Mobility (BOV:FRAS3), em sua nova fase de marca, surge como um dos raros portos seguros no setor industrial. A companhia aprovou o pagamento de R$ 102 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP), recompensando os acionistas que mantiveram posição até 11 de dezembro. O Santander reforçou seu otimismo, classificando o papel como uma “opção defensiva”. A lógica é clara: em um cenário de incerteza, a rentabilidade aliada ao potencial de crescimento orgânico torna a FRAS3 um ativo estratégico para portfólios de valor.
Em contrapartida, a Direcional (BOV:DIRR3) viveu uma semana paradoxal. Embora tenha figurado no extremo negativo do Ibovespa em termos de cotação, a empresa é um dos maiores destaques em proventos do setor imobiliário. Com um anúncio de dividendos que totaliza R$ 804 milhões para 2025 — o equivalente a aproximadamente R$ 1,55 por ação — a Direcional sinaliza que sua saúde financeira permanece sólida, apesar da volatilidade do mercado. Analistas do BTG Pactual e Ágora Investimentos mantêm o otimismo, com preços-alvo que chegam a R$ 49,00, sustentados por uma prévia operacional robusta no terceiro trimestre.
A Luta pela Desalavancagem: Cosan e Simpar
O cenário é mais cinzento para as gigantes que operam com alta alavancagem. A Cosan (BOV:CSAN3) acumula uma desvalorização de cerca de 33% em 2025. O foco da gestão agora é quase cirúrgico: reduzir a dívida bruta. A estratégia envolve a venda de ativos e a emissão de debêntures para alongar o passivo. Enquanto o Goldman Sachs mantém uma postura neutra, o mercado observa se a Cosan conseguirá transformar sua eficiência operacional em valor para o acionista no curto prazo.
A Simpar (BOV:SIMH3) apresenta um quadro de “ajustes necessários”. Apesar do prejuízo de R$ 119 milhões no 3T25, a holding celebrou um EBITDA recorde, provando que o motor operacional continua forte. A venda da Ciclus Ambiental para a Aegea por R$ 1,9 bilhão foi o fôlego necessário para a desalavancagem, embora o rebaixamento de rating pela Fitch sirva como um sinal de alerta sobre os riscos de crédito do grupo.
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