Puxado para baixo pelo mercado internacional, fortemente pressionado pela Europa, o Índice Bovespa fechou com recuo de 3,32%, de volta aos 49.422 pontos, e sem nenhum dos 60 papéis da carteira em alta. O volume financeiro do pregão somou R$ 5,1 bilhões, contra média diária anual de R$ 7,1 bilhões.

Os mercados reagiram à piora das expectativas para a economia europeia, em meio ao aumento do apoio à saída do Reino Unido da união financeira. Pesquisas indicaram que a diferença dos britânicos que apoiam a saída subiu de 6% para 10%, com 55% dos pesquisados, para 45% dos que defendem a permanência na União Europeia. A votação ocorrerá dia 26 e, se a saída for confirmada, terá fortes impactos negativos tanto para o país quanto para a união monetária.

Europa, menores juros da história

Além disso, há o receio com a economia europeia, que continua patinando apesar dos juros negativos e dos incentivos financeiros do Banco Central Europeu (BCE), que incluem agora a recompra de títulos de empresas. A procura por proteção fez os juros na Europa atingirem os menores níveis da história, com o título do governo alemão de 10 anos atingindo 0,013% ao ano, fechado depois a 0,022% ao ano, ou quase zero. Nos EUA, os juros de 10 anos do Tesouro caíram para até 1,629% ao ano, encerrando o dia em 1,6422% ao ano, menor nível em 3 anos, segundo o The Wall Street Journal.

Petrobras perde 6%, Vale 5%

Como reflexo do petróleo também fraco lá fora, as ações ordinárias (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras caíram 6,13% e 4,36%, respectivamente. No mesmo movimento de forte queda, Vale ON (BOV:VALE3) perdeu 4,78%, como Vale PNA (BOV:VALE5), 4,80%.

Itaú cai 5%

Entre as instituições financeiras, Itaú Unibanco PN teve recuo de 5,12%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 3,99%, Banco do Brasil ON (BOV:BBAS12), 4,89%, e as units (recibos de ações) do Santander, 3,97%. Com o caos internacional, ficou um pouco esquecida a proposta da presidente afastada Dilma Rousseff de uma consulta popular caso o Senado não decida pelo seu impedimento. Ainda assim, na noite de hoje, manifestantes se reúnem em defesa da petista em São Paulo.

No Ibovespa, nenhuma ação avança; Usiminas cai 10%

Sem avanços no Ibovespa, as piores baixas do indicador brasileiro, tirando Petrobras ON (BOV:PETR3), ficaram com Usiminas PNA (BOV:USIM5), 10,05%, CSN ON, 7,82%, Gerdau Metalúrgica PN, 5,96%, e Gerdau PN (BOV:GGBR4), 5,18%. Todas as companhias em queda são do setor siderúrgico e, além da forte aversão ao risco dos mercados internacionais hoje, ainda aguardam a divulgação dos números da indústria e do varejo da China que serão conhecidos no domingo.

EUA perdem mais de 1% com Europa e petróleo

Num dia de fortes perdas no mercado de ações da zona do euro e no setor petroleiro, os investidores americanos viram o Dow Jones perder 0,67%, seguido pelo S&P 500, 0,92%, e o índice da Nasdaq, 1,29%. Por lá, o indicador de confiança do consumidor, da Universidade de Michigan, caiu de 94,7 em maio para 94,3 na prévia de junho deste ano, acima dos esperados 94. O índice de expectativas, por sua vez, passou de 84,9 para 83,2 no mesmo período.

Juros curtos sobem e dólar fecha a R$ 3,43

Com a aversão internacional ao risco e a alta do dólar e o receio de seus impactos no Brasil, os juros futuros válidos até 2017 passaram de 13,675% ao ano para 13,705%. Para 2018, as projeções também subiram de 12,59% para 12,68%. Finalmente, 2021 subiu de 12,38% para 12,61%. As negociações refletiram também a alta de 0,4% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em junho, contra avanço de 0,57% em maio.

No mercado cambial, sem intervenções do Banco Central (BC), o dólar comercial ganhou 0,82%, para R$ 3,43 na venda, acompanhado pelo dólar turismo, que teve alta de 0,84%, sendo vendido por R$ 3,56. A divisa americana se destacou hoje com o recuo das bolsas na Europa e as perspectivas de permanência dos juros muito baixos na região, atraindo muitos investidores ao mercado de títulos públicos dos EUA.

GERDAU PN (BOV:GGBR4)
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