Presidente da Usiminas considera “desastroso” o tabelamento do frete
14 Agosto 2018 - 1:44PM
ADVFN News
O presidente da Usiminas (BOV:USIM5), Sergio
Leite de Andrade, afirmou hoje (14) que a Política de Frete Mínimo
para o Transporte Rodoviário de Cargas, sancionada na semana
passada pelo presidente Michel Temer, é “desastrosa” para o
país.
Ao participar do Fórum Lide sobre Infraestrutura, ele informou
que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare a lei
inconstitucional, por infringir o conceito de livre concorrência do
Artigo 170 da Carta Magna. “Caso não se decida pelo cumprimento da
Constituição, queremos que o tabelamento seja referencial, e não
vinculativo”, afirmou.
Segundo Leite, na indústria do aço, o impacto no preço mínimo do
frete é estimado em R$ 1,1 bilhão. “Não foi considerado, nessa
tabela desastrosa, o respeito a acordos, a contratos.”
O presidente da Usiminas lembrou que o tabelamento não fixa os
valores, mas cria as regras para que a Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) defina o piso, conforme fatores como
custo do óleo diesel, pedágios e especificidades das cargas.
Para Leite, um dos piores reflexos da nova lei será o impacto no
mercado. “[O tabelamento] representa intervenção inadequada no
mercado brasileiro, traz insegurança jurídica”, afirmou. Ele teme
que haja aumentos abusivos dos preços do frete, com impacto
inflacionário que prejudicará o consumidor e resultará na
inviabilidade do transporte dos produtos de baixo valor
agregado.
Greve dos caminhoneiros
De acordo com Leite, a greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio
deste ano, gerou perda de R$ 1,8 bilhão para a indústria do aço. A
Usiminas, que precisou criar um comitê de crise para enfrentar a
adversidade, contabilizou 16 fornos abafados e 15 laminações
paralisadas. “Foi uma crise extremamente grave para o nosso país,
trouxe consequências para toda a sociedade”, avaliou.
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