Em teleconferência com analistas na manhã desta sexta-feira, o
CEO global do grupo, Gilberto Tomazoni, disse que a JBS tem uma
“história de aquisições” e está “sempre avaliando” novas
possibilidades.
No entanto, ressaltou, isso não ocorrerá de qualquer forma. “É
fundamental que as aquisições sejam feitas pelo preço certo. Não é
porque tem caixa robusto que vai fazer aquisições a qualquer
custo”, afirmou.
Nesse sentido, ele citou o anúncio feito no início desta semana.
A Plumrose, negócio de alimentos processados da JBS nos Estados
Unidos, comunicou ao mercado os planos de investir cerca de US$ 200
milhões em uma nova fábrica.
De acordo com Tomazoni, a decisão pelo investimento “greenfield”
ocorreu porque as alternativas de aquisições para ampliar o negócio
da Plumrose não valiam a pena. Os valores pedidos embutiam
múltiplos (relação entre valor de firma e Ebitda) muito altos.
Aos analistas, o CEO da JBS USA, André Nogueira, acrescentou que
o crescimento da Plumrose é um dos principais focos da companhia,
que pretende avançar em alimentos de marca e valor agregado.
Desde 2017, quando comprou o negócio por US$ 230 milhões, a
Plumrose vem crescendo. O faturamento, que era de US$ 500 milhões,
deve encerrar este ano acima de US$ 800 milhões, disse Nogueira.
Com a nova fábrica, o faturamento pode chegar a US$ 1,2 bilhão.
De acordo com Nogueira, a Plumrose avalia outras possibilidades
para a construção de novas fábricas e segue abertas a aquisições
que façam sentido econômico.
Resultado 2T20 das principais subsidiárias
SEARA
A receita líquida da Seara totalizou R$6,4 bilhões, um
crescimento de 25,8% em relação ao 2T19, resultado de um aumento de
19,8% no preço médio de vendas e de 4,5% no volume vendido.
No mercado interno, a receita líquida foi de R$2,9 bilhões, 9,0%
superior ao 2T19, com aumento de 4,2% no volume vendido e de 4,5%
no preço médio de venda. A categoria de produtos processados foi
novamente o destaque, registrando no período crescimento em volumes
e preços médios, de 12,3% e 8,9%, respectivamente.
No mercado externo, a receita líquida da Seara atingiu R$3,5
bilhões no trimestre, um aumento de 42,5% na comparação anual,
impulsionada pelo crescimento de 36,1% no preço médio e de 4,7% no
volume vendido.
O Ebitda da Seara totalizou R$1,1 bilhão, o que representa um
crescimento significativo de 91,6% quando comparado aos R$563,4
milhões do 2T19. A margem Ebitda expandiu de 11,1% no 2T19 para
16,9% no 2T20. Esse desempenho é resultado do aumento do volume de
vendas, do melhor mix de mercados, canais e produtos – com destaque
para os produtos processados e do contínuo crescimento das vendas
das inovações introduzidas desde 2019.
JBS BRASIL (INCLUINDO COUROS E NOVOS
NEGÓCIOS)
A receita da JBS Brasil totalizou R$8,7 bilhões, o que
corresponde a um aumento de 21,6% em relação ao 2T19, mesmo com uma
redução de 14,8% no volume de animais processados em decorrência
dos fechamentos temporários de unidades produtivas no início do
trimestre.
No mercado doméstico, a receita líquida foi de R$4,3 bilhões, o
que corresponde a um aumento de 0,8% quando comparada ao 2T19.
A Friboi continua focada na consolidação da sua posição como
principal marca de carne bovina no mercado brasileiro, com o
crescimento de suas marcas Maturatta®, Friboi Reserva® e 1953
Friboi® no Brasil.
No mercado externo, que representou 51,1% das vendas da unidade,
a receita líquida teve crescimento expressivo de 51,4%, atingindo
R$4,5 bilhões, em virtude do aumento no preço médio de venda. Vale
ressaltar as exportações de carne bovina para a China, que
registraram no período crescimento da receita em dólar de 52,9%
quando comparadas ao 2T19.
O Ebitda da JBS Brasil no trimestre foi de R$1,1 bilhão, o que
representa um aumento expressivo de 222,8% na comparação anual. A
margem Ebitda expandiu de 4,7% no 2T19 para 12,4% no 2T20.
JBS USA BEEF (INCLUINDO AUSTRÁLIA E CANADÁ)
A JBS USA Beef registrou no 2T20 receita líquida de R$30,1
bilhões, o que representa um aumento de 36,1% em relação ao 2T19 e
um EBITDA de R$6,2 bilhões, significativamente maior que o 2T19,
com margem EBITDA de 20,8%. Tais resultados incluem o impacto da
desvalorização de 27,3% do câmbio médio (BRL vs USD), que passou de
R$3,92 para R$5,39 no período.
Em US GAAP e US$, a JBS USA Beef reportou receita líquida de
US$5,6 bilhões no trimestre, uma ligeira redução de 1,0% comparado
ao 2T19, em função de uma diminuição de 18,1% no volume vendido,
parcialmente compensada por um aumento de 19,6% no preço médio de
venda.
O Ebitda foi de US$1,1 bilhão, com margem Ebitda de 20,4% no
período.
O trimestre foi marcado pela significativa volatilidade entre
oferta e demanda, devido ao impacto da COVID-19 na indústria de
proteína animal, notadamente na América do Norte. Durante o
trimestre, a prioridade número um da Companhia foi proteger a saúde
e a segurança dos seus colaboradores, bem como a segurança de seus
familiares e comunidades locais.
Nos Estados Unidos e no Canadá, o volume de carne bovina
produzido caiu em função das medidas de segurança aprimoradas e dos
protocolos implementados pela Companhia. Tais iniciativas,
incluindo a remoção das populações vulneráveis com salários e
benefícios integrais – representando cerca de 10% da força de
trabalho da Companhia, a redução na velocidade das linhas de abate
para permitir um maior distanciamento físico entre os
colaboradores, instalação de barreiras físicas no chão de fábrica,
bem como reorganização de turnos e paradas, além de outras medidas
de segurança, aumentaram a habilidade da Companhia em prevenir a
potencial propagação do COVID-19 entre seus colaboradores.
Adicionalmente, a JBS USA foi a primeira entre as maiores
processadoras a fechar temporariamente uma fábrica de grande porte
de forma a contribuir no combate à transmissão do vírus na
comunidade.
Durante o mês de abril, a Companhia fechou temporariamente três
unidades de produção de carne bovina, reduzindo ainda mais sua
capacidade produtiva. Por outro lado, a demanda por carne bovina
permaneceu aquecida, criando um desbalanceamento momentâneo entre
oferta e a demanda, impactando o preço da carne.
No início de abril, a JBS USA Beef concluiu a aquisição da
Empire Packing nos EUA, anunciada no final do ano passado para
fortalecer a presença da Companhia no segmento de case ready. Essa
aquisição adicionou quatro unidades produtivas às duas existentes,
elevando a JBS USA como um dos três principais operadores de case
ready no país.
Também vale ressaltar que durante o 2T20, as exportações de
carne bovina da JBS USA Beef a partir da América do Norte caíram em
volume, dada a priorização da venda de seus produtos no mercado
doméstico. Já as operações na Austrália tiveram menor impacto da
COVID-19 no 2T20.
O volume de bovinos processados cresceu em relação ao trimestre
anterior, apesar da continuidade do cenário desafiador de
disponibilidade de gado. A operação de produtos processados da
Primo Foods continua focada na diversificação de seu portfólio com
lançamentos de produtos inovadores, principalmente nos segmentos de
snacking e comidas prontas. Apenas nessa primeira metade de 2020, a
Primo Foods lançou com grande sucesso na Austrália e Nova Zelândia
15 novos produtos sob as marcas Primo, Smokeman Brothers e
Stackers.
JBS USA PORK
Considerando os resultados em IFRS e reais, no 2T20 a JBS USA
Pork registrou uma receita líquida de R$8,5 bilhões, o que
representa um aumento de 39,8% em relação ao 2T19 e um Ebitda de
R$1,1 bilhão, com margem de 12,4%. Tais resultados incluem o
impacto da desvalorização de 27,3% do câmbio médio (BRL vs USD),
que passou de R$3,92 para R$5,39 no período.
Em US GAAP e US$, a JBS USA Pork reportou receita líquida de
US$1,6 bilhão, um aumento de 1,7% em relação ao 2T19, consequência
do crescimento de 1,2% no preço médio e uma redução de 0,9% no
volume vendido no período. O Ebitda totalizou US$167 milhões no
2T20, com margem de 10,5%.
Num trimestre marcado pelo impacto sem precedentes da COVID-19,
a unidade de suínos da JBS USA confirmou a resiliência do seu
modelo de negócio, firmado na excelência operacional advinda da
atitude de dono de seus colaboradores, no estreito relacionamento
com seus fornecedores e no compromisso do fornecimento de carne
suína de alta qualidade para seus clientes.
Similarmente ao negócio de carne bovina, a JBS USA Pork também
aprimoraram as medidas de segurança e protocolos em todas as suas
unidades nos EUA. Essas iniciativas, incluindo a remoção de
populações vulneráveis com salário integral e redução da velocidade
das linhas de forma a permitir o maior distanciamento físico,
instalação de barreiras no chão de fábrica e reorganização de
turnos e paradas, entre outras medidas de segurança, aumentaram a
habilidade da Companhia de prevenir a potencial propagação do
Covid-19 entre seus colaboradores.
O foco na segurança de seus colaboradores, bem como a parceria
com as comunidades locais foram de vital importância para assegurar
a continuidade da produção de carne suína, minimizando os efeitos
negativos de uma redução mais acentuada do abate.
No trimestre, a JBS USA Pork processou 5,5% menos suínos
comparado ao mesmo período no ano anterior, taxa expressivamente
menor do que o de alguns concorrentes. As exportações de carne
suína no 2T20 foram focadas em produtos que normalmente a unidade
não encontra mercado nos EUA, como por exemplo, miúdos.
Os volumes de exportação seguiram a mesma tendência da produção
de carne suína pela JBS no trimestre. Como parte da estratégia de
crescimento da Companhia no segmento de comida preparada nos
Estados Unidos, durante o trimestre, a Plumrose iniciou a
construção de uma nova unidade produtiva em Moberly – Missouri.
Essa nova planta, com capacidade anual de 11 mil toneladas (24
milhões de libras), irá produzir bacon cozido e pré-cozido e deve
entrar em operação em 2021. Adicionalmente, a Plumrose comunicou
recentemente seus planos de construir uma nova unidade produtiva de
produtos italianos e charcutaria, com um investimento estimado de
US$200 milhões.
PILGRIM’S PRIDE CORPORATION – “PPC”
Considerando os resultados em IFRS e reais, a PPC registrou no
2T20 receita líquida de R$15,2 bilhões, o que representa um aumento
de 36,6% em relação ao 2T19 e um Ebitda de R$1,1 bilhão, 36,2%
menor que no 2T19, com margem de 7,4%. Tais resultados incluem o
impacto da desvalorização de 27,3% do câmbio médio (BRL vs. USD),
que passou de R$3,92 para R$5,39 no período.
Em US GAAP e US$, a PPC reportou receita líquida de US$2,8
bilhões, estável em relação ao 2T19 e um Ebitda de US$112,2 milhões
com margem Ebitda de 4,0%.
Nos EUA, a primeira metade do trimestre foi significativamente
desafiadora, até que o relaxamento gradual das restrições de
viagens e movimento em função do Covid-19 contribuísse para uma
melhoria na demanda, principalmente no canal de food service.
Assim como no primeiro trimestre, o segmento de desossa de aves
grandes, que é o mais commoditizado dos segmentos de atuação da
PPC, foi volátil e continua desafiador. Em termos operacionais, a
PPC continua a melhorar o seu desempenho relativo em todos os seus
segmentos de negócios e continua se adaptando de forma ágil às
mudanças da demanda nos canais de vendas, ajustando o mix de
produção, com o apoio dos clientes chave, além do forte foco em
execução dos seus colaboradores, diversidade geográfica da sua
plataforma de produção e presença em todas as categorias de
tamanhos das aves.
No México, as fracas condições macroeconômicas, que contribuíram
para redução nos gastos dos consumidores, aliadas à desvalorização
do Peso Mexicano, pressionaram os resultados. Além disso, os preços
de mercado ficaram abaixo das expectativas sazonais antes de
atingirem níveis perto do normal no final do trimestre.
O aumento da participação de produtos diferenciados, com a forte
execução e crescimento em produtos preparados ajudaram a compensar
parcialmente as condições mais fracas do mercado.
Na Europa, as unidades apresentaram resultados em linha com o
ano anterior, impulsionados pela forte demanda no mercado de
varejo. Apesar do impacto significativo do Covid-19 nas operações,
o forte desempenho operacional e a melhoria na gestão das despesas
gerais e administrativas ajudaram a mitigar este ambiente
desafiador. As operações recém adquiridas na Europa também tiveram
bom desempenho e continuaram a melhorar seus resultados e gerar
Ebitda positivo.
O resultado foi impulsionado pela demanda robusta no varejo que
foi parcialmente compensada por uma redução no food service, além
do bom desempenho das exportações de carne suína, especialmente
para a China, bem como pelas implementações de melhorias
operacionais e captura de sinergias.