Natura volta a captar recursos no mercado internacional
22 Abril 2021 - 9:40AM
ADVFN News
A Natura (BOV:NTCO3) volta a captar recursos no mercado
internacional. A companhia iniciou negociações com
investidores estrangeiros para emitir títulos atrelados a
compromissos de sustentabilidade da empresa.
A retomada está relacionada também à possibilidade de esta ser a
última chance de levantar recursos com a taxa norte-americana mais
baixa, informaram especialistas entrevistados
pelo Estadão/Broadcast. As projeções são de que o juro dos
títulos do Tesouro americano (os “treasuries”) de dez anos,
referência para as captações e que havia se estabilizado em torno
de 1,6%, alcance algo perto de 2% no fim do ano.
O ritmo dos anúncios de novas operações a partir da captação da
Natura vai depender, no entanto, das condições do mercado. A
percepção dos profissionais de bancos é de que as companhias
brasileiras, por cautela, devem tomar a decisão de colocar suas
operações na rua no último minuto.
O Brasil não emite títulos no exterior desde meados de
fevereiro. É um movimento contrário ao contrário de companhias
latino-americanas, que seguiram acessando o mercado de dívida
internacional. Além do comportamento volátil e de alta dos
treasuries em março, em resposta à expectativa de alta da inflação
nos Estados Unidos, o conturbado cenário brasileiro, ante os
desdobramentos políticos e econômicos do descontrole na pandemia de
covid-19, frearam a fila das emissões.
“Há condições mais estáveis em termos de volatilidade do juro
norte-americano, o que favorece operações no fim de abril e inicio
de maio”, diz o responsável pelo mercado de dívida do Citi, Cláudio
Matos. Segundo ele, o fato de várias operações terem ficado
represadas também favorece que emissores venham ao mercado agora,
embora em menor número do que os primeiros meses deste ano.
O responsável pela área de mercado de dívidas do Bank of America
(BofA) no Brasil, Pedro Campos, afirma que como o custo de captação
ainda está baixo lá fora, em relação ao que pode atingir até o fim
do ano, e as companhias tendem a se movimentar nessa direção em um
futuro próximo.
Segundo Campos, existem entre três a cinco empresas brasileiras
começando a se posicionar rumo ao mercado externo, mas que ainda
não bateram o martelo. De toda a forma, as decisões devem ser
tomadas em breve, uma vez que as informações do balanço do quarto
trimestre, usadas para apresentar a operação a investidores
estrangeiros, perdem validade em meados de maio.
Matos, do Citi,
diz que os investidores poderão pedir um prêmio um pouco maior nas
novas ofertas de títulos. “Estamos em um momento de subida de juro
globalmente e esta dinâmica veio para ficar” afirma.
O sócio da gestora Octante Capital, Laszlo Lueska, diz que a
demanda dos investidores por papéis das empresas brasileiras
favoreceu o comportamento desses papéis no secundário, que caíram
em meio à turbulência recente, mas em menor magnitude do que os
títulos do governo brasileiro. “Essa diferença de comportamento
mostra que os investidores têm evitado o risco fiscal brasileiro
diretamente e preferem o risco corporativo.”
Na visão de Lueska, a troca de presidência na Petrobras e o fato
de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter se tornado
elegível foram fatores que alteraram a precificação do cenário
brasileiro para os investidores estrangeiros, além da questão
fiscal e da pandemia. Ele diz ainda que o contrato de proteção
contra o risco de calote do País, que é um termômetro de aversão ao
risco e custo Brasil, ficou cerca de 50 pontos-base acima da média
da América Latina.
A Natura pretende divulgar os resultados do 1T21 no dia
12 de maio.
⇒ Confira a agenda completa da divulgação dos
resultados do 1T21
Amargo prejuízo de R$ 663,7 milhões em 2020, com aquisição e
incorporação da Avon
A multinacional brasileira de cosméticos Natura
&Co., dona da Natura, Avon, The Body Shop e
Aesop, amargou um prejuízo de R$ 663,7 milhões, contra
um lucro de R$ 173 milhões em 2019, atribuído especialmente à
aquisição e incorporação da Avon.
Considerando o PPA (Alocação de Preço de Compra), o lucro de
2019 foi de R$ 155,5 milhões.
A receita líquida entre 2019 e 2020 cresceu 12,1%, para R$
36,922 bilhões. Se considerado o PPA, a receita líquida mais do que
dobrou, avançando 155,6%.
NATURA ON (BOV:NTCO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
NATURA ON (BOV:NTCO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024