A operadora de turismo CVC registrou
prejuízo líquido consolidado de R$ 81,4
milhões no primeiro trimestre de 2021, o que representou uma queda
de 92,9% ante as perdas de R$ 1,151 bilhão acumuladas no mesmo
período de 2020.
A receita líquida atingiu no período R$ 165,9
milhões, recuo de 58,2% sobre o mesmo intervalo de 2020, devido à
segunda onda da pandemia e o reforço às medidas de restrição à
circulação impostas pelos governos como forma de contenção da
covid-19.
O ebtida – lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização – ficou negativo em R$ 56,403
milhões, o que representou uma melhora de 92,4% ante o Ebitda
negativo de R$ 741,432 milhões do mesmo intervalo do ano
passado.
As despesas financeiras somaram R$ 10,531 milhões no período de
janeiro a março, uma queda de 79,1% sobre a despesa financeira de
um ano antes.
Segundo a empresa, o prejuízo do período decorre, mais uma vez,
do impacto causado pela pandemia da covid-19, especialmente no
Brasil. “No primeiro trimestre do ano de 2021 fizemos bons
progressos na preparação da CVC para liderar a retomada dos
negócios, com uma boa evolução financeira, embora os volumes de
novas vendas e embarques tenham sido abaixo das expectativas em
função das restrições impostas devido ao aumento de casos, nesta
nova onda da pandemia covid-19”, informou, na mensagem da
administração que acompanha o balanço.
Os resultados da CVC Brasil (BOV:CVCB3)
referente suas operações do primeiro trimestre de 2021 foram
divulgados no dia 14/05/2021. Confira o Press Release completo!
Teleconferência
O diretor presidente da CVC, Leonel Andrade, destacou que a
empresa já vê sinais de retomada na demanda pelo turismo no segundo
trimestre, mas ponderou que o resultado a ser divulgado para o
período ainda estará sobre forte pressão. “Os embarques no segundo
trimestre ainda vão ser duros. Abril ainda com muito efeito da
pandemia. Em maio, teve recomeço. As duas últimas semanas têm
mostrado vendas fortes”, observou nesta segunda-feira durante
teleconferência de resultados.
Por ora, entretanto, os clientes estão apenas comprando as
viagens e aproveitando as promoções. Em junho, a aposta é de novos
avanços, com a proximidade da temporada de férias de julho.
O executivo aposta ainda que o país terá entre 70% e 80% da
população vacinada até outubro deste ano, o que sustentará a
demanda por turismo. “Já estamos chegando em 20%. Junho, julho,
agosto e setembro a velocidade de vacinação deverá ser mais forte”,
disse.
A estimativa é de que o turismo tenha no Brasil uma retomada
parecida com a dos Estados Unidos. “Tudo está voltando e os EUA já
esperam um verão exuberante no ponto de vista do turismo. É mais o
menos o que espero que aconteça aqui no fim do ano”, disse.
Sobre os resultados da operação, o executivo destacou que o
take-rate (percentual da receita líquida sobre as reservas) deve
continuar nos patamares de hoje, mais elevados, pelo menos nos
próximos quatro trimestres. O indicador está em níveis
satisfatórios, na esteira dos esforços de vendas e melhora no mix
de oferta. Somente no segmento B2B, o grupo registrou um percentual
da receita líquida sobre as reservas no primeiro trimestre de 2021
de 8,3%, contra 6,4% no último trimestre de 2020 e 6% no primeiro
trimestre do ano passado.
Ele apontou ainda espaço para crescer o negócio da VHC, de
aluguel de casas de alto padrão. A ideia é adicionar à base 150
novas propriedades neste trimestre, mesmo nível do registrado no
primeiro trimestre deste ano. Atualmente, são 352 propriedades no
portfólio.
O diretor financeiro e de relações com investidores da CVC,
Maurício Montilha, destacou que a empresa terá capacidade
financeira para bancar seu crescimento quando a retomada da
indústria do turismo começar a acontecer.
“Temos caixa saudável. Temos como plano fazer uma nova
capitalização até o final de setembro, ela vem para fazer pagamento
de parcelas vencendo de debêntures no final do ano e começo do ano
que vem”, disse o executivo, em teleconferência para apresentar os
resultados do primeiro trimestre de 2021.
Os valores a serem quitados são na casa dos R$ 400 milhões,
segundo o executivo. “No final do período, a empresa estará com
dívida bruta muito pequena para financiar crescimento ou outras
estratégias no futuro.”
O plano é fazer captação de R$ 440 milhões, prevista para
acontecer até 30 de setembro. O banco líder é o Citi. “Está em
planejamento. E deve ocorrer até o limite máximo”, disse o
executivo, destacando que o cenário é favorável.
Em 31 de março de 2021, incluindo as dívidas de aquisições, a
dívida bruta da CVC Corp encerrou o período com R$ 1,3 bilhão
contra R$ 1,64 bilhão no quarto trimestre de 2020.
O executivo destacou que o grupo tem desafios pela frente para
conseguir retomar os seus resultados. “Estamos longe de volume
necessário para Ebitda positivo, mas estamos no caminho”, disse. No
primeiro trimestre, a empresa teve resultado antes juros, impostos,
depreciações e amortizações ajustado negativo em R$ 38 milhões.
Digital
Na esteira dos esforços da CVC para crescer no mundo digital, o
grupo espera atingir no fim deste ano 27 milhões de clientes
contactáveis na sua base, ou seja, que podem ser chamados via SMS,
push algum tipo de notificação. No fim do primeiro trimestre, o
número era de 14 milhões. A meta, segundo o presidente da empresa,
Leonel Andrade, é atingir 40 milhões no ano que vem. “O nosso
relacionamento tem crescido”, disse.
Dentro dos investimentos, o grupo tem apostado no seu programa
de fidelidade, que deve ser lançado neste ano. “O programa de
fidelidade vem forte. Ao longo do ano teremos novidade. Ano que vem
será de expansão massiva no programa de fidelidade”, disse,
destacando que ele é importante pela recorrência, algo que a CVC
hoje não explora com os clientes.
Já outra janela de oportunidade é o marketplace temático.
Segundo o executivo, o plano é que ele responda por 20% em termos
de volume de venda e Ebitda do grupo nos próximos cinco anos. “Ele
não é produto só de apoio. Ele vai ser negócio em si. Clientes vão
usar, mas vai gerar movimento nas vendas físicas também”,
explicou.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI classificou os resultados da CVC como bons dadas
as circunstâncias no setor de viagens e destacou a habilidade da
empresa de elevar taxas mesmo em meio às dificuldades. Destaca
também o enfoque da gestão sobre produtos com margem maior, ao
invés apenas de volume, o que será importante para sua
lucratividade.
Bradesco BBI mantém avaliação neutra e preço-alvo de R$
24,00.
CVC BRASIL ON (BOV:CVCB3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
CVC BRASIL ON (BOV:CVCB3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024