Petrobras não está descumprindo contratos, contrariando a reclamação de um grupo de distribuidoras
20 Outubro 2021 - 8:03AM
ADVFN News
A Petrobras reiterou que não está descumprindo contratos,
contrariando a reclamação de um grupo de distribuidoras. Segundo
essas empresas, a estatal estaria impondo cotas de fornecimento de
gasolina e óleo diesel para o mês que vem. O caso foi levado pelas
distribuidoras à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP). A petrolífera alega, no entanto, que houve
uma explosão de demanda de gasolina e óleo diesel nos meses de
outubro e novembro e que suas refinarias não estão preparadas para
atender esse crescimento.
Segundo a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4), os pedidos extras
solicitados para novembro vieram 20% acima da sua capacidade de
suprimento no caso do diesel e 10% acima em relação à gasolina, uma
demanda “atípica” tanto em termos de volume como no prazo para
fornecimento. “Além disso, não houve, do ponto de vista do mercado,
qualquer fato que justificasse esse acréscimo de demanda”, afirmou
a empresa.
Na prática, o que está acontecendo é que a Petrobras está
deixando para as distribuidoras o compromisso de importação, antes
assumido por ela. Uma parcela da demanda interna sempre foi coberta
com produtos trazidos de outros países. Com o petróleo e os seus
derivados em alta, esse custo estava sendo absorvido pela estatal.
Ao deixar a importação para as distribuidoras, a Petrobras se
desfaz desse custo.
“Atualmente, há dezenas de empresas cadastradas na ANP aptas
para importação de combustíveis. Portanto, essa demanda adicional
pode ser absorvida pelos demais agentes do mercado brasileiro”,
disse a Petrobras, em nota.
Essa mudança de postura da empresa foi comemorada pelos
importadores, que veem nela uma oportunidade para ganhar espaço no
mercado interno de combustíveis. “Ao reduzir a importação, a
Petrobras institucionaliza o mercado livre de combustíveis no
Brasil”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira
dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Em geral, a entidade
critica a estatal. A luta da Abicom, em geral, é para que a
Petrobras suba os seus preços, em linha com o mercado
internacional, e, com isso, permita que concorrentes disputem
participação de mercado. Dessa vez, no entanto, a associação
aplaudiu a petrolífera.
A medida não agrada, no entanto, um grupo de distribuidoras.
Seis delas recorreram à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) reclamando de cortes de até 70% nos pedidos
de fornecimento de derivados de petróleo.
A Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom) diz
que associadas receberam comunicados do setor comercial da
Petrobras informando uma série de cortes unilaterais nos pedidos
feitos para fornecimento de gasolina e óleo diesel para o mês de
novembro.
“A consequência desse suprimento, entretanto, será o efeito nos
preços dos combustíveis, uma vez que, segundo os importadores, os
produtos no exterior estão em torno de 17% acima dos produtos
locais”, afirmou a Brasilcom, em nota, reafirmando que o
abastecimento será garantido com importação.
A ANP também afastou risco de desabastecimento. “Não há
indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis,
nesse momento. A ANP segue realizando o monitoramento da cadeia de
abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis
para mitigar desvios e reduzir riscos”, afirmou o órgão
regulador.
→ A Petrobras pretende divulgar os resultados do 3T21 no dia
28 de outubro.
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