A Yduqs reportou lucro líquido de R$ 149,5 milhões no primeiro
trimestre de 2023, montante 96,6% superior ao reportado no mesmo
intervalo de 2022 e 34% acima dos R$ 111,6 milhões previstos pelo
consenso Refinitiv.
De acordo com a empresa, o resultado foi impulsionado pelo
incremento de R$ 98,2 milhões versus 1T22 do lucro antes juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ,
resultado do crescimento dos segmentos Premium e Ensino Digital e
dos esforços da companhia com um rigoroso controle de custos e
despesas, principalmente no segmento Presencial.
O Ebitda ajustado totalizou R$ 484,4 milhões no 1T23, um
crescimento de 21% em relação ao 1T22 e acima do consenso
Refinitiv, que previa Ebitda de R$ 473,6 milhões.
A margem Ebitda ajustada atingiu 36,9% entre janeiro e março
deste ano, alta de 3,3 pontos percentuais (p.p.) frente a margem
registrada em 1T22.
A receita líquida somou R$ 1,313 bilhão no primeiro trimestre
deste ano, crescimento de 10,1% na comparação com igual etapa de
2022.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 171,8 milhões
no primeiro trimestre de 2023, uma elevação de 19,1% sobre as
perdas financeiras da mesma etapa de 2022.
O lucro bruto atingiu a cifra de R$ 833,8 milhões no primeiro
trimestre de 2023, um aumento de 14,7% na comparação com igual
etapa de 2022. A margem bruta foi de 63,5% no 1T23, alta de 2,5
p.p. frente a margem do 1T22.
As despesas gerais e administrativas somaram R$ 292,2 milhões no
1T23, um crescimento de 21,3% em relação ao mesmo período de
2022.
Em 31 de março de 2023, a dívida líquida da companhia era de R$
4,250 bilhões, um crescimento de 6,9% na comparação com a mesma
etapa de 2022.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida
líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,74 vez em março/23, queda de
0,05 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.
A Yduqs prevê Ebitda ajustado consolidado entre R$ 371 milhões e
R$ 404 milhões no segundo trimestre de 2023.
Já a projeção de investimentos é de até R$ 450 milhões no ano de
2023, montante abaixo dos R$ 492 milhões desembolsados em 2022.
Os resultados da Yduqs (BOV:YDUQ3)
referente suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 09/05/2023.
Teleconferência
Os números não mentem: o ensino presencial não retornou a
patamares pré-pandemia, conforme apontou a Yduqs em sua
apresentação dos números do primeiro trimestre de 2023 (1T23) para
analistas de mercado nesta quarta-feira (10).
A captação no 1T23 na graduação presencial foi 14% maior em
relação ao 1º semestre de 2021, auge da pandemia, mas 19% menor em
relação ao mesmo período do ano passado.
Eduardo Parente, CEO da empresa de educação, disse que “tem
espaço (para crescimento do presencial), mas não é na mesma
dimensão do que a gente via anteriormente”. Mas ele destacou o fato
do tíquete médio ter subido 4% na comparação do primeiro do ano com
o primeiro trimestre de 2022.
“A gente segurou o preço no médio prazo. Isso faz com que a
gente tenha captação menor”, disse Parente. “Captação menor gera
uma evasão menor”, complementou. Ele avalia que a volta do programa
Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), no
radar dos mercados e com expectativa para um anúncio do governo,
não faça uma grande diferença no segmento.
- Valorização do aluno presente
Aroldo Alvez, vice-presidente da Yduqs, vê a “captação
(presencial) como de fato desafiadora”, mas que tem sido compensada
em parte na renovação de matrículas. O executivo explica que a
empresa “não tem acomodação” com relação à captação de alunos no
presencial.
“Como a gente entrega essa presencialidade? A gente tem muito
mais dados, mais ferramentas pra gente atuar na ocupação das salas.
Mais do que ter a base (de alunos) maior, a gente tem dado pra
entregar presencialidade de fato pra quem valoriza”, comentou.
“A gestão de dados para entregar a presencialidade para o aluno
que valoriza, faz com que a gente continue a aumentar a ocupação
mesmo nesse período desafiador de captação”, acrescentou.
- Semipresencial com potencial
Alvez aposta no semipresencial com grande potencial em meio aos
desafios de trazer novos alunos ao presencial. “É para quem não
pode pagar o presencial hoje”, disse. “É uma super oportunidade (o
semipresencial). Ele entra complementando as salas presenciais.
Entra com aquele custo com a sala (presencial) formada. Nesse
período, tem sido uma super alavanca sobre o presencial”,
explica.
O semipresencial teve avanço em número de alunos: cresceu 26% na
comparação do 1T23 com 1T22. Já a base de alunos do presencial teve
queda de 12%.
- EAD passa de 500 mil alunos
Um crescimento forte foi observado no segmento digital (ou EAD)
da Yduqs. Pela primeira vez a empresa passou a barreira de 500 mil
alunos no segmento de graduação digital. Embora tenha comemorado o
resultado, Parente preferiu guardar cautela com relação ao
crescimento exponencial neste segmento.
“Existe variação de tíquete médio que é muito correlacionado ao
momento econômico do semestre, a oferta que a gente escolheu fazer
naquele semestre. Isso gera distorções”, ressalta. “Olha o EAD,
estão subindo dois dígitos (tíquete médio). Isso não é nossa
realidade. É muito mais saudável olhar o tíquete pra quem (aluno)
já passou a etapa de descontos e ofertas (veteranos com mais de 1
ano de curso). A tendência é que esses números sejam puxados pra
cima”, ressalta.
“O que a gente enxerga é tendência de melhoria de mix, com o EAD
crescendo mais do que o presencial, com margens melhores do que na
nossa média. Isso puxaria a média pra cima”, disse. “O que está
acontecendo excepcionalmente com o EAD agora é que teve uma injeção
muito grande de gente de uma vez, sem os efeitos negativos”,
concluiu.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI aponta os resultados fortes e acima das
estimativas do BBI (7% acima na linha do Ebitda ajustado; 70% no
lucro líquido ajustado).
Os principais destaques no trimestre para os analistas do banco
foram o FCFE (fluxo de caixa ao acionista), de R$ 109 milhões (+37%
em base anual) apesar do aumento de R$ 19 milhões no capex (o capex
deve cair R$ 61 milhões no restante do ano); a receita cresceu 10%
em base anual, com forte recuperação do ticket médio (15% em Ensino
Digital impulsionado por captação via DIS, 4% em Presencial, 6,5%
em Medicina), enquanto a captação caiu 19% no Ensino Presencial,
mas cresceu 18% em Ensino Digital; e margem Ebitda em alta de quase
4 p.p. em base anual para 30% excluindo IFRS 16.
“Os resultados confirmam nossa visão positiva para 2023 e a
recente revisão para cima nas estimativas. Reiteramos a Yduqs como
nossa melhor escolha no setor de educação”, avaliam, citando o
valuation, a dinâmica de ganhos e revisões para cima à frente e
nenhum risco relacionado a incentivos fiscais e possível reforma
tributária.
Credit Suisse
O Credit Suisse aponta resultados positivos com principal
destaque para o reajuste de tickets próximo ou acima da inflação
para todas as unidades de negócio, que pode indicar uma
concorrência mais saudável (reajuste no presencial foi de 6% na
media e para os novos alunos aumentou para 3,7%; no EAD foi de 3,2%
e para novos alunos esta em 15%). Para os analistas, se as
tendências atuais continuarem e a evasão não aumentar daqui para
frente, a empresa pode dar início a um crescimento de receita,
mesmo com as pressões no presencial. No entanto, o macro incerto
pode continuar prejudicando a recuperação da base de alunos do
presencial se o financiamento estudantil do governo não aumentar,
pondera.
Itaú BBA
O Itaú BBA aponta que os números foram impulsionados pelo bom
desempenho de captação nos segmentos premium e digital, bem como
por tendências saudáveis de preço (ticket). A base de alunos
premium cresceu 15% em um ano, após um forte ciclo de captação
impulsionado, principalmente, pelo forte desempenho no Ibmec em São
Paulo, com um ticket 10% maior na base anual, enquanto o ticket
médio da graduação em medicina aumentou 6,5% devido ao aumento do
número de calouros com mensalidades mais altas e ao aumento de 11%
no ticket para veteranos.
A base de alunos de graduação digital (EAD) também aumentou,
decorrente de uma maior captação combinada com o bom desempenho da
rematrícula, enquanto o ticket médio cresceu 15%. Já a base de
alunos de graduação presencial caiu 7,4% em base anual, refletindo
a menor captação. Por outro lado, o ticket médio aumentou 3,7% em
um ano.
Os analistas destacam que a empresa apresentou margem bruta de
63,5%, alta de 2,5 p.p. em um ano, marcada pelo melhor desempenho
operacional do segmento EAD e diluição do custo de pessoal como
porcentual da receita líquido. Apesar do aumento das despesas
gerais e administrativas, a empresa conseguiu apresentar alguma
diluição nas despesas comerciais e de PDD (provisões para devedores
duvidosos), levando o Ebitda a ficar 9% acima das suas
expectativas.
Já a expectativa de crescimento do Ebitda entre 10% e 20% contra
o mesmo período do ano passado é maior do que o crescimento que os
analistas do BBA esperavam. Contudo, eles seguem com recomendação
“neutra” para YDUQ3, com preço-alvo de R$ 11 ao final de 2023.
Morgan Stanley
O Morgan Stanley, por sua vez, assim como o BBI, reiterou a
Yduqs como a sua principal opção no setor de educação.
O banco destacou os números como melhores do que o esperado por
eles e o guidance para o 2T23 como encorajador. “A disciplina de
preços e a forte entrega em Premium e ensino a distância mais do
que compensaram o ainda fraco volume de ensino presencial. A Yduqs
é a nossa principal escolha no setor educacional”, afirmam.
XP Investimentos
A XP aponta que os destaques foram um aumento de receita de dois
dígitos na base anual, com os segmentos Premium e Digital
compensando a queda na receita do Presencial; a margem Ebitda em
alta de 3,3 pontos percentuais (p.p.) na comparação anual,
impulsionada pelo aumento contínuo da relevância do segmento
Premium e pela aceleração do segmento Digital; e o índice de
alavancagem estável da empresa, em 2,8 vezes, mesmo em meio a taxas
de juros mais altas.
“Em nossa visão, os resultados foram sólidos e o guidance para o
2T23 aponta para uma aceleração do processo de recuperação”,
avalia.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
ESTACIO PART ON (BOV:YDUQ3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
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