Oi (OIBR4): prejuízo líquido de R$ 1,267 bilhão no 1T23
14 Junho 2023 - 9:13PM
ADVFN News
A Oi apresentou prejuízo líquido de R$ 1,267 bilhão no primeiro
trimestre de 2023, o que representa uma reversão perante o mesmo
período de 2022, quando atingiu lucro de R$ 1,623 bilhão. O
prejuízo é explicado, em parte, pela conclusão da venda das redes
móveis, que contribuíam para engordar o faturamento.
A companhia apresentou o seu balanço referente ao começo do ano,
cuja divulgação havia sido adiada em meio ao novo processo de
recuperação judicial.
O ebitda – lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização – encolheu 80,2% nessa mesma
base de comparação, para R$ 216 milhões.
A receita líquida caiu 42,6%, para R$ 2,536 bilhões. Já os
custos e despesas operacionais da Oi diminuíram 27,2%, chegando a
2,302 bilhões.
O prejuízo também é explicado pela piora no seu resultado
financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras). Esta
linha gerou uma despesa de 1,148 bilhão, revertendo a receita de R$
1,874 bilhão de um ano antes.
O que mais pesou aí foram os gastos de R$ 747 milhões com
atualizações monetárias sobre contingências e maiores despesas de
juros sobre outros passivos (que não foram detalhados). Além disso,
o resultado financeiro do ano anterior contou com um ganho de
valorização do real ante a dívida em dólar, o que turbinou o
resultado na época, mas não se repetiu agora.
Por sua vez, a linha de depreciação e amortização dos ativos
ficou negativa em R$ 319 milhões, perda 67,5% menor na comparação
anual, em função do encolhimento da base de ativos do grupo.
O fluxo de caixa operacional da Oi ficou negativo em R$ 26
milhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma
queima de caixa 94% menor na comparação anual. Com o amadurecimento
do modelo da fibra, combinado às ações de eficiência de custos, é
esperada uma melhora gradual e progressiva no perfil de geração do
fluxo de caixa operacional, informou a operadora.
A Oi terminou o primeiro trimestre de 2023 com dívida líquida de
R$ 20,940 bilhões, montante 33,4% menor do que no mesmo período do
ano passado. A dívida bruta era de R$ 22,7 bilhões, e os recursos
em caixa somavam R$ 1,807 bilhão.
Os resultados da Oi (BOV:OIBR3)
(BOV:OIBR4)
referente suas operações do primeiro trimestre de 2023 foram
divulgados no dia 14/06/2023.
Teleconferência
O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, contou que a companhia está
trabalhando com o Tribunal de Contas da União (TCU) e com a Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) para chegar a um possível
acordo que permita à operadora migrar do regime de concessão para
autorização na telefonia fixa, o que viria acompanhado do
encerramento dos litígios envolvendo o tema da concessão.
“Temos muita fé na discussão sobre a mudança da concessão para
autorização”, disse Abreu, durante teleconferência com investidores
e analistas. “Estamos trabalhando também com o TCU para chegar a
acordo nesta frente”, emendou.
A resolução dos prejuízos originados na concessão é vista pela
Oi como um ponto crítico para voltar à sustentabilidade dos seus
negócios. Vale lembrar que a Oi abriu um processo de arbitragem
cobrando da Anatel uma compensação pelos prejuízos econômicos
provocados pela concessão de telefonia fixa, um serviço que caiu em
desuso nos últimos anos e fez despencar a receita da operadora. Em
paralelo, as obrigações relacionadas à manutenção da rede e dos
orelhões continuam.
Em paralelo, a Oi estuda mudar seu regime de concessão para
autorização, o que a livraria de continuar gastando com essas
obrigações, conforme previsto na atualização da lei geral de
telecomunicações. Mas isso também exigiria que a tele pagasse uma
compensação à União. O valor foi levantado pela Anatel e está sendo
analisado pelo TCU. Todas as cifras ficam na casa das dezenas de
bilhões de reais.
O presidente da Oi explicou que a discussão de um possível
acordo é uma iniciativa do próprio TCU e que tem como pano de fundo
um movimento da Corte para buscar soluções para grandes disputas
que envolvem o Poder Públicos e empresas concessionárias de
serviços públicos.
Caso exista visão de acordo, a Oi teria reconhecido a o seu
direito de fazer a migração sem custos. Por outro lado, encerraria
a sua arbitragem contra a Anatel. “O acordo consiste justamente
nisso: terminar os pleitos de lado a lado, sejam aqueles ligados à
migração e a outras obrigações da empresa com o poder concedente. E
do outro, eliminação de processos futuros e dos litígios via
arbitragem”, informou Abreu.
O presidente da Oi ponderou que embora exista essa discussão
sobre um possível acordo, os processos continuam a andar. No caso
da arbitragem contra a Anatel, a principal audiência do aconteceu
em maio. A Oi espera que as decisões parciais da corte arbitral
sobre os direitos reivindicados pela companhia saiam no segundo
semestre.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Suno
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