Azul e Gol: brasileiras tem mostrado recuperação, mas não estão entre as preferidas dos analistas
02 Agosto 2023 - 2:29PM
ADVFN News
A desvalorização do dólar e a queda nos preços dos combustíveis
têm aliviado a pressão sobre os custos no setor aéreo da América
Latina, levando as empresas desse segmento a recuperarem o
interesse dos investidores. O tráfego de passageiros está
retornando aos níveis pré-pandemia, e a conjuntura mostra-se
favorável para a recuperação das margens. No entanto, o sentimento
de otimismo não é uniforme para todas as companhias aéreas, e as
brasileiras, Azul e Gol, ainda enfrentam cautela.
Apesar de ambas as empresas terem mostrado progresso nas
negociações de suas dívidas e apresentado números operacionais
sólidos, Azul e Gol sofreram as maiores perdas no índice Ibovespa
no mês passado. No acumulado do ano, porém, é importante destacar
que as ações ainda registram ganhos significativos.
Os analistas observaram uma melhoria sequencial na rentabilidade
da empresa aérea, com aumento nas receitas e redução nos custos. No
entanto, eles ressaltam que a alavancagem das companhias ainda se
mantém elevada, mesmo após uma redução em suas dívidas
líquidas.
A gestão dos custos do endividamento também é um desafio para a
Azul, segundo os analistas, e a empresa divulgará os resultados
referentes ao segundo trimestre de 2023 no próximo dia 10 de
agosto.
Em um recente relatório sobre o setor de transportes na América
Latina, o Goldman Sachs expressou a crença de que tanto a Azul
(BOV:AZUL4) quanto a Gol (BOV:GOLL4) devem se beneficiar do cenário
de combustíveis mais baratos e alcançar margens pré-pandemia nos
próximos anos. Os analistas avaliam que as empresas têm conduzido
suas operações de maneira racional, repassando parcialmente a queda
nos custos para o preço das tarifas.
Apesar de reconhecer o progresso, o Goldman Sachs alterou sua
recomendação para a Gol, classificando-a como neutra, enquanto
aumentou o preço-alvo de suas ações, GOLL4, para R$ 13,50. Quanto à
Azul, o banco também elevou o preço-alvo de suas ações, AZUL4, para
R$ 22,40, mas manteve a recomendação neutra.
O Goldman Sachs reafirmou sua preferência pelas companhias
aéreas Copa Airlines e Volaris, do Panamá e México,
respectivamente. O banco acredita que essas empresas estão em
melhor posição para se beneficiar da queda nos preços dos
combustíveis e apresentam menor risco de competição. Além disso, o
crescimento consistente do tráfego no México nos últimos anos
superou o do Brasil, o que fortalece a posição das empresas
mexicanas em relação às brasileiras.
O JPMorgan também demonstrou otimismo em relação ao setor aéreo
da América Latina, revisando suas projeções para a Gol e Azul, mas
ainda mantendo uma visão cautelosa devido à volatilidade
macroeconômica que afeta as companhias aéreas brasileiras.
O CEO da Gol, Celso Ferrer, enfatizou a volatilidade no câmbio e
nos preços dos combustíveis, que são fatores cruciais para os
resultados das empresas aéreas. Embora o combustível tenha
apresentado uma redução, ainda é considerado caro em comparação com
outras regiões do mundo. A empresa está trabalhando para manter
tarifas baixas e atrair clientes, mas a exposição às variações
cambiais e aos preços do combustível torna o setor aéreo brasileiro
menos atraente para alguns investidores.
No acumulado do ano, as ações da Gol apresentaram um aumento de
cerca de 40%, enquanto as da Azul tiveram uma valorização de
71,84%.
GOL PN (BOV:GOLL4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2024 até Jun 2024
GOL PN (BOV:GOLL4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2023 até Jun 2024