Engie Brasil vai investir R$ 10 bilhões para construir três projetos de geração de energia renovável até 2025
02 Agosto 2023 - 2:58PM
ADVFN News
O presidente da Engie Brasil, Mauricio Bähr, disse nesta
quarta-feira, 2, que está garantido o investimento de R$ 10 bilhões
da companhia para construir os três projetos de geração de energia
renovável no Nordeste planejados até 2025 – dois complexos eólicos
e um solar. Juntos, esses projetos terão capacidade instalada de 2
GW.
Além desses, Bähr mencionou para o curto prazo a execução da
linha de transmissão de 1 mil quilômetros, relativa ao lote 5 do
leilão de junho.
“Estamos na fase final de avaliação do capital investido, que
vai ser anunciado em breve”, disse. O executivo falou a jornalistas
no Engie Day, que acontece nesta quarta-feira, 2, no Rio de
Janeiro.
Na sequência, informou o executivo, há um pipeline de projetos
em análise, que pode envolver projetos híbridos de solar e eólica e
hidrogênio verde, frentes que ainda devem demorar alguns anos para
sair do papel, sugeriu
“No Brasil, a gente tem projetos que vamos agora garimpar, que
estão no pipeline ainda. Eles ainda não estão em fase madura para
começarmos a investir e esses três que estão em implantação vão
consumir os próximos dois anos.
O primeiro dos três projetos mencionados por Bähr é o Conjunto
Eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, que vai exigir R$
2,2 bilhões. Parte do complexo começou a operar comercialmente em
março e todo o projeto deve ser finalizado até o fim de 2023,
atingindo a capacidade de 434 MW.
Em paralelo, a Engie (BOV:EGIE3) também constrói os complexos
eólico Serra do Assuruá (846 MW), na Bahia, que vai exigir cerca de
R$ 6 bilhões, e o fotovoltaico Assú Sol (752 MW), no Rio Grande do
Norte, sob um investimento previsto de R$ 3,3 bilhões.
Projetos de geração além destes dependerão da capacidade do
Brasil de atrair o investimento global da companhia de origem
francesa. A Engie, disse Bähr, tem uma meta global de alcançar 50
GW de capacidade até 2025 e 80 GW em 2030. O Brasil é forte
candidato para protagonizar projetos entrantes, disse o executivo,
que definiu o País como a “Disneylândia” das energias renováveis,
devido às condições naturais, extensão do território e tamanho do
mercado.
Eólica Offshore distante
Questionado por jornalistas sobre o ímpeto da empresa na direção
de eólicas offshore, Bähr disse que a empresa que a Engie mantém
com a EDP voltada a essa tecnologia, a Ocean Winds, segue
acompanhando o mercado brasileiro e aguardando o marco regulatório.
Ainda assim, ele disse ser precoce falar em investimentos no setor,
uma vez que o País ainda tem potencial de sobra para o
desenvolvimento de eólica em terra.
“O momento (da eólica offshore) ainda é muito inicial. Porque
existe muito potencial para se desenvolver em terra, o que é mais
barato e mais conveniente, já que não demanda linhas de transmissão
offshore. Mas sim, é uma tecnologia que, no médio e longo prazos,
vai acabar acontecendo”, disse.
Dificuldades
Sobre os projetos em construção, Bähr disse que a intenção de
investimento é firme e que as dificuldades estão ligadas à cadeia
de fornecimento de componentes, sobretudo de painéis solares.
“Geração renovável é um mercado aquecido no mundo, com muita
capacidade nova sendo produzida. Os painéis solares são muito
disputados, muitos são importados da China. Então na cadeia de
suprimentos tem desafios, mas acho que tudo vai acontecer dentro da
normalidade”.
Ele mencionou dificuldades logísticas e de capacidade fabril no
Brasil, sobretudo em componentes eólicos. “Estimulamos que haja
sobrecapacidade no Brasil na produção de pás eólicas. E, caso o
Brasil não absorva, pode exportar esses componentes. A gente
vislumbra oportunidades para indústrias se instalarem no País a
partir de matriz limpa e de energia barata”, disse.
Informações Broadcast
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