A Via engajou Bradesco BBI, BTG Pactual, UBS, Banco Itaú BBA e o
Santander Brasil S.A., bem como suas respectivas afiliadas para a
coordenação de uma potencial oferta pública de distribuição
primária de ações ordinárias de emissão da companhia, sob o rito
automático de registro perante a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), no valor estimado de R$ 1 bilhão, que poderá ser acrescida
de lote de ações adicionais.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:VIIA3) nesta
quinta-feira (31).
Segundo a varejista, a potencial oferta terá como objetivo
captar recursos para promover a melhora da estrutura de capital da
companhia, incluindo o reforço do capital de giro e o investimento
em cotas subordinadas da operação de FIDC da carteira de
crediário.
No contexto da oferta, os acionistas de referência Goldentree
Fundo de Investimento em Ações, Michael Klein e Twinsf Fundo de
Investimento Multimercado Crédito Privado – Investimento no
Exterior manifestaram a intenção de exercer os respectivos direitos
de prioridade na Potencial Oferta.
Todos os demais acionistas da Via poderão participar da oferta
por meio da oferta prioritária.
VISÃO DO MERCADO
Às 12h35 (horário de Brasília), contudo, a baixa dos papéis da
dona das Casas Bahia e Ponto era modesta, de 3,0%, a R$ 1,29, nesta
quinta-feira (31).
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Há cerca de duas semanas, as mesmas ações reagiram ao fato de a
companhia ter convocado uma assembleia extraordinária para o início
de setembro de modo a aprovar um possível aumento do seu limite de
capital. Elas chegaram a cair mais de 10% durante o dia, mas
acabaram fechando com queda de 1,74% naquela sessão, do dia 15 de
agosto.
A empresa, dona das marcas Casas Bahia e Ponto, propõe aumentar
o seu capital autorizado para até três bilhões de ações, contra
cerca de 1,6 bilhão emitidas hoje em dia. Isso abriria espaço para
uma emissão de até 1,4 bilhão de papéis. Se oferecesse o máximo de
ações, a Via poderia levantar até R$ 2,1 bilhões. Ao mesmo tempo,
contudo, causaria uma diluição de 88% da sua base acionária.
Citi
O Citi, por fim, definiu que o anuncio já era esperado pelo
mercado. “Apesar de o endividamento não ser exatamente
problemático, em R$ 3,6 bilhões no fim do segundo trimestre, os
gastos financeiros totais, incluindo débitos, CDC (custo de crédito
ao consumidor) e R$ 2,1 bilhões em provisões trabalhista”,
fala.
Goldman Sachs
O Goldman Sachs também falou que a notícia não surpreendeu, uma
vez que desde a proposta da administração solicitando autorização
para aumento de capital, em 11 de agosto, as ações caíram 28% (até
o fechamento da véspera), ante baixa de 0,5% do Ibovespa.
O banco aponta que a estrutura de capital da Via tem sido um
ponto focal para os investidores já há algum tempo. Com a
alavancagem atingindo 4 vezes a dívida líquida/Ebitda no 2T23
(dívida líquida incluindo arrendamentos e recebíveis de cartão de
crédito com desconto, Ebitda pós-IFRS 16), a capacidade da empresa
de investir no negócio era limitada.
O Goldman destaca ver mérito estratégico para uma oferta
potencial. “Estimamos que a entrada de caixa proposta de R$ 1
bilhão ajudaria a empresa a desalavancagem para 3,3 vezes a dívida
líquida/Ebitda e proporcionaria à administração mais margem de
manobra para investir nas iniciativas de transformação que podem
vir com custos iniciais, como otimização das lojas e redução de
despesas com pessoal, além da constituição do FIDC para custear sua
carteira de recebíveis”, avalia o banco.
JPMorgan
Na ocasião do anúncio da assembleia, o time do JP Morgan avaliou
que os papéis reagiam negativamente à potencial alta diluição da
base acionária. “E, neste ponto, dadas todas as mudanças do plano
de reestruturação e seus riscos de execução, a visibilidade é baixa
para afirmar que cerca de R$ 2 bilhões de caixa adicional seriam
suficientes para lidar com os problemas de alta alavancagem”,
completaram.
Hoje, a equipe do banco americano, liderada por Joseph Giordano,
foi no mesmo sentido.
“Embora provavelmente coloque pressão adicional nas ações, o
anúncio não é uma surpresa, considerando que um aumento de capital
potencial era algo que a administração havia sinalizado no contexto
do plano de reestruturação”, apontaram.
A instituição financeira vê que o valor sugerido não resolve
inteiramente os problemas de alavancagem da Via. Eles citam que a
empresa tem um desconto de R$ 5,5 bilhões em recebíveis de cartão
de crédito por trimestre e deve ter o seu Ebitda (lucro antes de
juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês)
sofrendo no curto prazo.
A Via, vale lembrar, anunciou junto do seu resultado do segundo
trimestre todo um plano de reestruturação, que conta, por exemplo,
com a descontinuidade de algumas categorias e a queima de estoque –
o que deve pressionar seu resultado operacional no segundo
semestre.
“Dada a discussão em andamento sobre a subvenção fiscal do ICMS,
os ganhos com juros do ‘dinheiro novo’ não seriam suficientes para
compensar a perda potencial da subvenção fiscal . Portanto, não
ficaríamos surpresos se víssemos outro aumento de capital mais
tarde, uma vez que o plano de transformação comece a mostrar
resultados”, destaca o JP.
Tanto o Goldman Sachs quanto o JPMorgan possuem recomendação de
venda ou equivalente à venda para os ativos VIIA3. O Citi está
neutro.
Informações Infomoney
Grupo Casas Bahia ON (BOV:BHIA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2024 até Mai 2024
Grupo Casas Bahia ON (BOV:BHIA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mai 2023 até Mai 2024