A Weg encerrou o terceiro trimestre de 2023 com lucro líquido de
R$ 1,311 bilhão, o que representa um acréscimo de 13,3% ante o
apurado no mesmo período de 2022, ainda que com queda de 4,1% sobre
o segundo trimestre deste ano.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e
amortização) somou R$ 1,738 bilhão entre julho e setembro, montante
10,9% superior ao reportado no terceiro trimestre de 2022 pela
Weg.
A receita operacional líquida apresentou alta de 2,1% sobre o
registrado um ano antes, totalizando R$ 8,074 bilhões. No mercado
interno, porém, houve queda de 2,8%, enquanto no externo foi
registrado acréscimo de 6,9%. A receita operacional líquida do
mercado externo, medida em dólares pelas cotações trimestrais
médias, apresentou crescimento de 14,8% em relação ao apurado no
mesmo período do ano anterior.
“O menor crescimento das receitas consolidadas em relação aos
últimos trimestres foi concentrado sobretudo no Brasil, devido à
redução na demanda por alguns negócios de ciclo curto, notadamente
a geração solar distribuída, e a valorização do real frente ao
dólar, que impactou negativamente a conversão das receitas do
mercado externo”, afirma a Weg na mensagem da administração.
As despesas de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A)
consolidadas totalizaram R$ 860,2 milhões no terceiro trimestre, um
aumento de 8,5% sobre o mesmo período de 2022 e de 0,8% ante o
trimestre anterior. Quando analisadas em relação à receita
operacional líquida, elas representaram 10,7%, 0,7% acima na
comparação anualizada e 0,3% abaixo do segundo trimestre de
2023.
Entre julho e setembro, a empresa investiu R$ 431,7 milhões em
modernização e expansão de capacidade produtiva, máquinas e
equipamentos e licenças de uso de softwares, sendo 43% destinados
às unidades produtivas no Brasil e 57% destinados aos parques
industriais e demais instalações no exterior.
Os resultados da WEG (BOV:WEGE3) referentes
às suas operações do terceiro trimestre de 2023 foram divulgados no
dia 25/10/2023.
Teleconferência
De olho em um cenário macroeconômico global que “exige atenção”,
o diretor administrativo financeiro da WEG, André Rodrigues,
considera a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos,
depreciações e amortizações/receita) de 21,5% obtida no terceiro
trimestre “bem razoável” dado o contexto no mercado exterior.
Em teleconferência com analistas do mercado nesta manhã de
quinta-feira (26), ele destacou que a empresa catarinense não vê
redução de investimentos para 2024, mas está atenta à desaceleração
da demanda nos negócios de ciclo curto.
As ações da fabricante de motores elétricos tinham avanço de
5,05%, a R$ 33,06, às 12h55 (horário de Brasília), após uma queda
de 10,11% ontem, quando a empresa divulgou o balanço do 3T23, com
analistas considerando o resultado “atipicamente” decepcionante,
mostrando desaceleração.
Para André Rodrigues, o trimestre da WEG foi positivo em
“margens operacionais e ROIC (retorno sobre o capital investido),
apesar de ritmo de crescimento menor”. Ele destacou que o mix de
produtos vendidos e a manutenção da eficiência operacional
continuaram contribuindo para o bom desempenho da empresa. “Mas
neste trimestre tivemos um aumento de receitas de eólico.
Normalmente o negócio de eólico possui margens menores, e isso
impactou na redução de margem”, afirmou.
Já a receita do 3T23, segundo ele, foi impactada por dois
fatores: a valorização do real e o desempenho de negócios de
geração solar. Assim, o menor crescimento das receitas consolidadas
foi concentrado sobretudo no Brasil, devido à demanda por alguns
negócios de ciclo curto (motores comerciais, eletroeletrônicos e
automação). A receita operacional líquida da companhia atingiu R$
8,07 bilhões no trimestre, 2,1% superior ao 3T22 e 1,2% inferior ao
2T23.
Assim, apesar de a carteira de pedidos de ciclo longo da WEG
continuar positiva, o cenário econômico externo preocupa, e a
empresa diz que segue atenta a possíveis riscos de volatilidade nas
operações da WEG.
De acordo com André Rodrigues, a empresa vai continuar a seguir
as avenidas de crescimento traçadas, como o desenvolvendo de novas
oportunidades de produtos maduros, demanda por eletrificação,
internacionalização e crescimento inorgânico.
“Estamos num momento que não temos mais vento favorável sobre a
demanda de alguns negócios que atuamos. Situações como essa a
companhia já viveu diversas vezes. E o que a WEG procura fazer é,
como estratégia de longo prazo, encontrar alternativas para
suportar momentos mais difíceis”, destaca.
Mesmo em ambientes desfavoráveis, a companhia tem que encontrar
alternativas para buscar oportunidades de crescimento, segundo
Rodrigues.
- Investimentos da WEG para 2024
A diretoria da WEG está construindo o orçamento para 2024, mas
não vê redução de capex (investimento) para o próximo ano. No 3T23,
houve investimento de R$ 431,7 milhões em modernização e expansão
de capacidade produtiva, máquinas e equipamentos e licenças de uso
de softwares. Foram 43% no Brasil e 57% destinados aos parques
industriais e demais instalações no exterior.
Rodrigues citou dinâmicas positivas para o setor de T&D
(Transmissão e Distribuição) de maneira consistente em todas as
regiões em que a WEG opera.
“Estamos prevendo mais aumento de capacidade em Brasil, América
do Norte e outros países da América Latina. Não podemos esquecer
dos investimento que estamos fazendo no Brasil, seja no negócio de
baterias, de capacidade para motores e fábrica para mobilidade
elétrica. Com essa visão de longo prazo e alguns negócios com
projeção de demanda consistente para o futuro, não vemos redução de
capex”, pontua.
VISÃO DO MERCADO
Às 10h52 (horário de Brasília), a baixa era de 7,4%, a R$ 32,45.
Apesar dos números ainda fortes, a desaceleração do crescimento,
que se refletiu na receita, pesa negativamente nos ativos da
companhia.
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Citi
O Citi considerou os resultados da WEG um pouco decepcionantes
no terceiro trimestre, mesmo já considerando que a base de
comparação seria difícil, dado que o mesmo período em 2022 gerou R$
7,9 bilhões em receitas, com o câmbio a R$ 5,41 contra os atuais R$
4,9 em média.
A surpresa positiva, segundo o relatório assinado por Andre
Mazini e Hugo Grassi Soares, foi uma melhora nas margens Ebitda,
que ficou em 21,5%, 1,22 ponto porcentual acima das projeções do
Citi.
Segundo os analistas, há um entusiasmo com o setor de
transmissão nos EUA pois a atual geração de energia não renovável
pode ser feita perto de áreas metropolitanas do país, enquanto a
geração de energias renováveis ocorrerá mais longe das áreas
metropolitanas, necessitando de muito mais linhas de
transmissão.
O Citi mantém a recomendação de compra com o preço-alvo em R$
47,00.
Goldman Sachs
Em relatório, o Goldman Sachs apontou que o conjunto
de resultados divulgados pela WEG confirma as expectativas do banco
de desaceleração nas receitas ao longo do segundo semestre, embora
a desaceleração tenha sido mais forte do que a esperada.
Após a divulgação dos números, o Goldman Sachs manteve a
recomendação neutra e o preço alvo em R$ 44,20.
JPMorgan
A queda dos ativos foi antecipada pelo JPMorgan, em relatório
antes da abertura do mercado. “Esperamos uma reação negativa na
sessão de negociação de hoje, já que a não conformidade com as
expectativas e a desaceleração no crescimento devem levar a uma
redução nos múltiplos”, afirmou, na análise sobre os resultados
apresentados.
O banco considerou o trimestre fraco, com pouco crescimento da
receita comparado ao ano anterior, “no menor aumento trimestral em
relação ao ano anterior desde o 2T17, totalizando R$ 8,1 bilhões”,
explica. O banco projetava um crescimento de 11%.
Entre os pontos negativos destacados, está também a queda da
receita doméstica de 3% em relação ao ano anterior.
Já o balanço apresentado ficou em linha com as expectativas do
Goldman Sachs.
“Acreditamos que o conjunto de resultados de hoje confirma
nossas expectativas de desaceleração nas receitas no segundo
semestre de 2023 (embora com uma contração em um nível mais alto do
que o esperado no trimestre)”, diz a análise, reforçando que ainda
buscarão entender os números apresentados durante a manhã. Ainda
assim, o banco mantém o papel como neutro.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
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