Qual o impacto do El Niño no mercado de capitais? Após a segunda onda de calor em menos de sessenta dias por conta do fenômeno, e os enormes impactos associados sobre preços de energia e custo marginal de operação, o Itaú BBA espera que a demanda por energia continue a ser significativamente afetada pelas temperaturas mais altas, mesmo sem eventos não recorrentes, como as recentes ondas de calor.

O banco destaca também a relevância de algumas usinas hidrelétricas (UHEs) como a fio d’água na região Norte do Brasil, que desempenham um papel crucial no atendimento da demanda durante o primeiro semestre do ano e poderá ver uma redução substancial na produção como resultado de o período úmido mais fraco e os fluxos de água mais baixos.

Segundo o BBA, esses eventos significativos poderiam gerar maior volatilidade nos preços da energia e levar a um aumento no despacho de energia térmica.

Dessa forma, o banco disse preferir estar expostos a players que possam beneficiar deste cenário, como Eletrobras (BOV:ELET6), Copel (BOV:CPLE6) e Eneva (BOV:ENEV3), esta última contando um complexo de térmicas que costumam ser acionadas em momentos necessários para garantir a segurança do sistema de energia brasileiro. Além disso, os analistas do banco também projetam impacto positivo, pelo efeito de carga mais alta, de distribuidoras com concessões em áreas onde se preveem temperaturas mais elevadas, como Equatorial (BOV:EQTL3) e Energisa (BOV:ENGI11).

El Niño em 2024

O El Niño é um fenômeno caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico, que ocorre em intervalos irregulares de cinco a sete anos e tem duração média que varia entre um ano a um ano e meio. O último El Niño de forte intensidade aconteceu entre 2014 e 2016.

De acordo com estudos climatológicos da Columbia University, há mais de 55% probabilidade de ocorrência de El Niño pelo menos “forte” de janeiro a março de 2024; e 35% probabilidade de atingir níveis “historicamente fortes” de novembro a janeiro.

No entanto, embora um El Niño historicamente forte não tenha necessariamente um impacto significativo, o fenômeno poderá levar a um aumento das anomalias climatológicas relacionadas no período.

O estudo ainda diz que há 58% de probabilidade de um cenário neutro para junho, julho e agosto – enquanto isso, os cenários de La Niña para o final de 2024 parecem ganhar força.

Com relação à precipitação, o relatório aponta para uma alta probabilidade de chuvas abaixo da média na maior parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Para o primeiro trimestre de 2024 (1T24), o pico de época úmida do país, as previsões também apontam para um padrão de precipitação abaixo da média em algumas áreas de Minas Gerais.

Por outro lado, existe uma probabilidade moderada de precipitação acima da média na região Sul do Brasil, pelo menos até o 2T24.

Já as previsões para temperatura da Columbia University indicam uma probabilidade muito alta de temperaturas acima da média na maior parte do Brasil durante todo o período previsto (dezembro de 2023 a maio de 2024). A única exceção é o extremo leste do Brasil, onde as temperaturas deverão variar de média para abaixo da média durante o período.

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