Em comunicado aos acionistas, a Eletrobras informou que o Ministério da Fazenda enviou um ofício com nomes de candidatos indicados ao conselho fiscal para eleição em assembleia geral ordinária e extraordinária (AGOE), a ser realizada em 26 de abril.

A Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6) informou que os nomes indicados são: Marcos Barbosa Pinto, que concorrerá à vaga de conselheiro fiscal titular, e Rafael Rezende Brigolini, que concorrerá à vaga de conselheiro fiscal suplente.

“A indicação dos candidatos está sob análise do comitê de pessoas da companhia, responsável pela verificação do atendimento aos requisitos de elegibilidade previstos na Lei das Sociedades por Ações e no Regulamento de Indicação de Representantes em Conselhos e Diretorias das Empresas Eletrobras. O resultado dessa análise será devidamente divulgado pela companhia, na forma de um novo aviso aos acionistas”, informou a Eletrobras.

Eletrobras: Governo quer ter maior poder sobre a empresa, diz Moody’s

Com 46,5% do capital ordinário da Eletrobras, o governo brasileiro está “contestando os limites do seu controle estratégico sobre companhia”, diz a Moody’s.

Conforme explica o relatório da agência internacional da avaliação e ranking de risco, a principal empresa de energia do país, o governo federal tem uma representação de votos limitada a 10% na Eletrobras.

“O governo contesta a constitucionalidade da restrição de voto no Supremo Tribunal do país, ao mesmo tempo que procura uma solução negociada na CCAF, a agência federal de mediação e conciliação, que exige que todos os acionistas deliberem modificações nos acordos existentes”, explica a Moody’s.

Com maior peso e controle de voto, o Estado poderia ter maior interferência os atuais planos de negócios da Eletrobras. Desde que a empresa foi privatizada, a estratégia da companhia inclui a redução de gastos com pessoal, a integração da subsidiária Furnas na controladora e a negociação com os credores para reduzir sua dívida compulsória.

Interferência do governo na Eletrobras

Conforme analisada, a elétrica Eletrobras e a Vale são empresas que, na visão da Moody’s, podem sofrer mais ou menos interferência governamental de acordo com as mudanças dos interesses políticos.

No documento “Empresas estatais enfrentam riscos crescentes de governança à medida que prioridades políticas mudam”, os especialistas da Moody’s analisaram que a polarização política, as mudanças nas prioridades do governo e as crescentes tensões sociais aumentam os riscos desencadeados por mudanças políticas para as empresas estatais da América Latina.

“A boa governança aumenta a resiliência de uma entidade aos riscos de crédito, mas as mudanças das prioridades governamentais podem forçar as empresas estatais a mudar os modelos de negócios ou as missões públicas de estarem alinhados com políticas governamentais não relacionadas que enfraquecem suas metas financeiras”, afirma o relatório especial.

Atualmente, o Brasil é classificado pela agência como nível de crédito “Ba2” estável.

No âmbito das empresas, a estatal Petrobras está como “Ba1”, a mineradora Vale, “Baa3” e a Eletrobas “Ba2”.

Segundo a Moody’s, empresas com governanças fortes conseguem reduzir os riscos de crédito para entidades que estão expostas a riscos ambientais ou descarbonização, por exemplo. Enquanto isso, aquelas com ratings mais baixo tendem a adotar políticas financeiras mais agressivas e governança mais fraca, o que limita sua capacidade de aliviar sua exposição a riscos.

A governança se correlaciona estreitamente com a qualidade do perfil de crédito das companhias.

Informações Terra
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