A Petrobras fechou o quarto trimestre do ano passado com
produção média de 2,935 milhões de barris diários (boe) de óleo
equivalente (petróleo e gás natural), uma alta de 10,9% na
comparação com o mesmo período de 2022. Em 2023, a produção da
companhia atingiu na média 2,684 milhões de boed, 3,7% acima do que
foi registrado em 2022.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:PETR3)(BOV:PETR4)
nesta quinta-feira (08).
Em relação ao terceiro trimestre de 2023, período de julho a
setembro, houve alta de 2% no quarto trimestre.
Segundo a Petrobras, a alta no quarto trimestre de 2023 se deve,
principalmente, ao ramp-up das plataformas P-71, no campo de Itapu;
FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzio; e dos FPSOs Anna Nery e
Anita Garibaldi, nos campos de Marlim e Voador.
Também contribuiu para o resultado do período as entradas de
quatro novos poços de projetos complementares nas Bacias de Campos
e Santos. Isso foi “parcialmente compensado” pelo declínio natural
de campos maduros, informou a estatal.
A produção comercial de óleo e gás foi de 2,572 milhões de boe/d
no quarto trimestre de 2023, alta de 10,6% ante o quarto trimestre
de 2022, e alta de 1,4% contra a média dos três meses imediatamente
anteriores.
A produção de petróleo foi de 2,361 milhões de barris por dia
(bpd) no quarto trimestre deste ano, 11,8% maior do que no quarto
trimestre de 2022. Já em relação ao trimestre até setembro, a alta
foi de 1,9%.
A produção de gás natural totalizou 540 mil boe/d, alta de 8% na
comparação com um ano antes, e mais 2,9% em relação ao terceiro
trimestre de 2023.
No pré-sal, foram extraídos, em média, 1,937 milhão de bpd de
outubro a dezembro, alta de 18,2% ante o quarto trimestre de 2022 e
mais 3,5% contra o terceiro trimestre do ano passado.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI comenta que o crescimento sequencial da produção
foi mais uma vez sólido e em linha com suas estimativas,
impulsionando as exportações. Com esses números, o banco que a
Petrobras reporte um Ebitda de aproximadamente US$ 15 bilhões e um
lucro líquido de US$ 7,5 bilhões no 4T23, mas o foco principal será
nos dividendos declarados. O mercado espera dividendos variando de
US$ 5 a 10 bilhões. O BBI está mais próximo do topo desta faixa,
com US$ 9 bilhões, dos quais US$ 4 bilhões relativos a dividendos
mínimos trimestrais e US$ 5 bilhões como pagamento extraordinário
para 2023.
O BBI também recomendação equivalente à compra e preço-alvo de
R$ 38,50.
Itaú BBA
O Itaú BBA, por sua vez, espera que a Petrobras reporte US$ 15
bilhões em Ebitda no 4T23, impulsionado por maior produção e
melhores margens de refino, o que deverá permitir um pagamento de
dividendos de US$ 3,9 bilhões no trimestre, de acordo com a
política de remuneração, o que implicaria um rendimento de
dividendos de 3,6%.
Analistas do BBA ainda estimam, em relatório chamado “os
dividendos extraordinários da Petrobras voltarão a ser a estrela do
espetáculo no 4T?” que a estatal poderá pagar entre US$ 4,7 bilhões
e US$ 8,5 bilhões em dividendos extraordinários no 4T23, implicando
um rendimento de dividendos de 4,2% a 7,7%.
Já o Itaú BBA tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 38,50
para ações preferenciais da estatal.
Goldman Sachs
O Goldman Sachs destaca que a ANP divulga números de produção
para o mercado de petróleo brasileiro mensalmente e, portanto,
avalia o anúncio de ontem como um evento sem grande impacto,
especialmente porque a produção está em grande parte em linha com
as expectativas do consenso e do banco.
No segmento de refino, o Goldman Sachs comenta que a venda de
produtos derivados de petróleo caiu cerca de 5% em relação ao
trimestre anterior, principalmente devido à menor demanda sazonal
por diesel e à maior participação de etanol no ciclo Otto no caso
dos volumes de gasolina. Além disso, o fator de utilização total
das instalações de refino atingiu 94% no trimestre.
O Goldman Sachs mantém classificação de compra, com preço-alvo
de R$ 45,10 para ações ordinárias e de R$ 41 para as PNs, pois
continua a ver espaço para um dividendo extraordinário em 7 de
março, juntamente com o relatório do 4T23.
Morgan Stanley
Já o Morgan Stanley elevou sua previsão de dividendos
extraordinários de US$ 5 bilhões para US$ 6,0 bilhões e enxerga um
rendimento total de 8,1% para as distribuições no 4T23. O banco
disse que continua a gostar da exposição à Petrobras durante o
anúncio dos lucros de março, uma vez que vê margem para mais
dividendos extraordinários, apesar da vantagem mais estreita do
preço-alvo fixado em US$ 20 por ADR.
A equipe de research do Morgan espera fortes resultados
downstream devido aos preços mais elevados do diesel e a uma forte
balança comercial de vendas de petróleo bruto + produtos
petrolíferos. Nesse contexto, o banco projeta um fluxo de caixa
(FCF) de US$ 6,2 bilhões antes dos arrendamentos (US$ 4,3 bilhões
após os arrendamentos), apoiando fortes dividendos de base.
XP
A XP aponta que os números da Petrobras vieram em linha com suas
expectativas. Com isso, a corretora espera um trimestre sólido para
a empresa, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação
e amortização) de US$ 15,8 bilhões (+17% trimestre a trimestre),
apesar dos preços mais baixos do Brent (-3% frente o 3T23) e
volumes de vendas de petróleo + derivados estáveis. Segundo a XP, a
previsão de aumento do Ebitda deriva das melhores margens em
E&P (devido a menores custos e menores despesas de exploração
em uma base T/T) e melhores crack spreads em RTC. A estimativa de
Fluxo de Caixa Operacional (FCO) menos CAPEX (despesa de capital) é
de US$ 9,8 bilhões e, portanto, a previsão de pagamento de
dividendos mínimos é de US$ 3,9 bilhões.
A XP também espera que a Petrobras divulgue dividendos
extraordinários para o ano fiscal de 2023. O cenário base está
atualmente em US$ 5,5 bilhões, mas isso está sujeito à quantidade
de caixa que a estatal deseja manter. Atualmente, a corretora vê a
Petrobras terminando o 2T24 com caixa próximo a US$ 14 bilhões, que
é a média da empresa nos últimos anos. No entanto, considerando a
difícil situação fiscal do Brasil e o fato de que o plano
estratégico estabeleceu US$ 8 bilhões como “caixa de referência”, a
Petrobras poderia pagar ainda mais do que os US$ 5,5 bilhões que a
XP suponhe, mantendo-se em total conformidade com sua governança
corporativa.
Informações Infomoney
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2024 até Jul 2024
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jul 2023 até Jul 2024