A Raízen divulgou resultados positivos no começo do mês. De
acordo com o Itaú BBA, o resultado operacional ajustado da divisão
de Mobilidade (distribuição de combustíveis) ficou 19% acima da sua
previsão e um aumento de 2,6 vezes versus o mesmo período do ano
anterior, diante de uma margem Ebitda (rentabilidade operacional)
melhor que a esperada no Brasil (R$ 194/m3, ou metros cúbicos).
Agora, no segmento de distribuição, as atenções se voltam para a
Ultrapar (BOV:UGPA3) , que divulga seus resultados nesta
quarta-feira (28), e para a Vibra (BOV:VBBR3), que revela seus
resultados na próxima segunda-feira (4 de março).
A expectativa é de resultados positivos para as companhias,
apesar de menores dados de lucros antes de juros, impostos,
depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) em
comparação ao trimestre anterior (3T23). Cabe ressaltar que a ação
da Ultrapar acumula ganhos na Bolsa de 137% em doze meses, enquanto
a Vibra Energia avança cerca de 80%.
O Bradesco BBI espera que as companhias registrem margem Ebitda
(Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações; sobre receita líquida) sólidas para o quarto
trimestre de 2023 (4T23), entre R$ 150-160/m³ (metros cúbicos).
Os números, ainda que sólidos, representariam uma queda em
relação aos níveis de R$ 200/m³ reportados no 3T23, o que
implicaria margens de reposição de R$ 170-180/m³, dado que, em
média, as empresas deverão reportar cerca de R$ 20/m³ em perdas de
estoque relacionadas aos cortes de preços realizados pela Petrobras
no diesel e na gasolina ao longo do trimestre, afirma o banco.
Para o BTG Pactual, a expectativa para o quarto trimestre de
2023 será a manutenção de ventos favoráveis, com destaque para a
expectativa justamente de surpresas positivas de margens. Na
análise do banco, a participação de mercado não deve ser tão forte,
pelo favorecimento de distribuidoras para vendas para o consumidor
(B2C) em detrimento de consumidores mais sensíveis aos preços, caso
de vendas B2B. Ainda há dúvidas se o ROIC (Retorno sobre o Capital
Investido) das companhias continuará demonstrando trajetória de
recuperação, pois esta métrica seria uma das melhores indicações de
melhoria sustentável da margem.
Especificamente para a Ultrapar, o BBI espera Ebitda ajustado de
R$ 1,429 bilhão (-29% no trimestre; -22% em base anual), com margem
de R$ 160/m³ (de 256/m³ no 3T23) para Ipiranga, enquanto permanece
estável para Ultragaz em R$ 1.000/tonelada, e lucro líquido
consolidado de R$ 517 milhões (versus R$ 891 milhões no 3T23).
O BTG Pactual aponta que, após a Ipiranga apresentar as melhores
margens do setor no 3T23, a subsidiária terá outro forte desempenho
novamente no 4T, entregando uma margem Ebitda de R$ 204/m3.
“Após um processo bem sucedido de depuração de sua rede de
postos de gasolina, eliminando os postos menos eficientes,
acreditamos que a Ipiranga também teve mais sucesso em sua
estratégia de abastecimento de combustíveis por meio de um maior
volume de importações, que se mostrou mais competitivo que o
combustível nacional durante o trimestre”, avalia.
Em outros segmentos, o banco projeta que a Ultragaz manterá
níveis de lucratividade semelhantes aos do terceiro trimestre e
entregará uma margem Ebitda de R$ 990/t (estável tri/tri; +17%
frente o 4T22) e vendas de 442 mil toneladas (-3% tri/tri devido à
sazonalidade; + 2% ano a ano), enquanto a Ultracargo deverá
divulgar um Ebitda de R$ 160 milhões (queda de 7% em relação ao
trimestre anterior devido aos menores volumes à vista, mas ainda
23% acima na base anual devido ao aumento de capacidade). No total,
calcula receita líquida de R$ 32,8 bilhões para Ultrapar, um Ebitda
de R$ 1,8 bilhão e um lucro de R$ 733 milhões.
Já para a Vibra, o BBI espera Ebitda ajustado de R$ 1,450 bilhão
(-36% em base trimestral; -1% no comparativo anual), com margem de
R$ 155/m³ (versus R$ 229/m³ no 3T23) e lucro líquido de R$ 725
milhões (-42% em base trimestral; +28% no comparativo anual).
O BTG também espera alguma desaceleração trimestral, mas ainda
apresentando níveis de margem significativamente acima daqueles
entregues pelos operadores históricos do setor em 2022 e no 1S23,
quando o mercado parecia com relevante excesso de oferta.
“Estimamos que a margem Ebitda da Vibra seja de R$ 174/m³ e os
volumes sejam de 9,2 bilhões de litros (-2% no trimestre; -8% ano a
ano). Acreditamos também que a empresa reconhecerá ganhos fiscais
relativos a créditos fiscais de Pis/Cofins (Lei Complementar
192/2022), estimados em R$ 2,5 bilhões (antes de impostos)”,
avalia. Isso deve contribuir para um lucro em 2023 de R$ 4 bilhões,
o que pode, em última análise, permitir que a empresa anuncie
dividendos maiores do que o esperado anteriormente de R$ 1,6 bilhão
(6% de dividend yield) em 2024. “No geral, prevemos receitas
líquidas de R$ 41,3 bilhões, EBITDA ajustado de R$ 1,6 bilhão e
lucro de R$ 2,6 bilhões (ou R$ 761 milhões excluindo ganhos
fiscais)”, aponta.
A ação da Vibra é a principal escolha do BBI no setor, com a
expectativa de que a empresa apresente uma geração de fluxo de
caixa livre aos acionistas (FCFE) de R$ 2 bilhões em 2024. O valor
deverá ser a chave para desalavancagem e maior pagamento de
dividendos no médio e longo prazo.
Para a UItrapar, o BBI considera o potencial de valorização
limitado, mantendo recomendação neutra. Embora as entregas da
Ipiranga e da Ultragaz tenham sido pontuais no último ano, o banco
sugere que a ação já incorporou a maioria dessas melhorias. Na
mesma linha, embora reconheça grandes melhorias nos resultados da
Ultrapar, o BTG continua vendo a ação negociada a múltiplos que
exigem um crescimento mais forte no futuro do que estima
atualmente.
Informações Infomoney
ULTRAPAR ON (BOV:UGPA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ULTRAPAR ON (BOV:UGPA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024