A Suzano informou a saída de Walter Schalka da presidência da companhia. Em seu lugar, foi aprovado, em reunião do conselho de administração, o nome de João Alberto Fernandez, que assumirá como CEO em julho deste ano.

O comunicado foi feito pela companhia (BOV:SUZB3) nesta quarta-feira (28).

A partir de 2 de abril, os dois executivos passam a conduzir conjuntamente e de forma ordenada o processo de sucessão até 1º de julho.

Em comunicado, os membros do conselho agradeceram “com profunda admiração e gratidão, os inestimáveis serviços prestados pelo sr. Walter à companhia durante sua gestão como CEO, que alçou a Suzano à posição de líder global no seu setor de atuação”.

Ressaltaram ainda a liderança de Schalka como visionária, estratégica, com expertise ímpar e dedicação incansável, “pilares fundamentais para o crescimento exponencial e transformacional da companhia ao longo dos últimos anos a conquista de metas ambiciosas e a consolidação de uma reputação sólida no mercado”.

O conselho consignou ainda que o Schalka seja indicado para compor a chapa a ser submetida pela administração para a eleição do Conselho de Administração na próxima Assembleia Geral Ordinária.

João Alberto Fernandez, que assume como CEO da Suzano em julho, possui 30 anos de carreira, dos quais 18 anos na Shell onde ocupou diversas posições no Brasil, Inglaterra e Argentina, sete anos na Raízen como diretor de Energia e como vice-presidente do Negócio Etanol, Açúcar e Energia, além de cinco anos como CEO da Rumo, empresa de logística ferroviária.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

O Bradesco BBI, por sua vez, comentou que durante a teleconferência as atenções se voltariam para a transição do CEO e o tom da administração em relação aos preços de celulose no primeiro semestre de 2024.

Itaú BBA

O Itaú BBA elogia Schalka por suas muitas contribuições à Suzano e não prevê mudanças estratégicas significativas. Os analistas acreditam que o envolvimento contínuo do executivo nessas novas funções mitigará os riscos potenciais associados à transição de gestão e às decisões de alocação de capital.

JPMorgan

O JPMorgan também destaca que foi uma grande surpresa o anúncio de que Walter Schalka, muito respeitado e considerado pelos investidores, está deixando o cargo de CEO. No entanto, o banco avalia que o processo de transição foi bem planejado, com um novo CEO já contratado. Ambos os executivos trabalharão juntos de abril a junho em um processo de transição para preparar o novo CEO. Além disso Schalka permanecerá envolvido com a Suzano, participando de quatro comitês de gestão e provavelmente ocupando também um assento no conselho da Suzano.

Com relação ao balanço de Suzano, de forma geral, os banco consultados esperavam reação neutra das ações no pregão de hoje, tendo em vista os números foram bons e estão em linha com o consenso. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 4,5 bilhões, ligeiramente abaixo das expectativas do JPMorgan, mas em conformidade com o consenso compilado para a empresa. Já o desempenho do segmento de celulose foi marcado por remessas robustas, preços sequencialmente mais altos e custos mais baixos. Por outro lado, o papel decepcionou um pouco devido a preços mais baixos e custos mais elevados.

Ao olhar para a Rumo, João Alberto Fernandes de Abreu será substituído no cargo de CEO por Pedro Marcus Lira Palma, atual diretor comercial da companhia. O JPMorgan também aponta que a notícia foi inesperada e que, embora raramente seja bom ver um executivo bem conceituado deixando uma empresa, acredita que a substituição interna deverá levar a uma transição tranquila, limitando qualquer interrupção significativa na estratégia da Rumo. Lira Palma está na Rumo há mais de uma década, em diferentes funções, atuando como Diretor Comercial desde 2020.

Morgan Stanley

O Morgan Stanley apontou que João Alberto, atual CEO da Rumo, enfrentou um dilema, uma vez que RAIL3 está em um ótimo momento do ciclo, mas substituir Walter Schalka na gestão da Suzano é uma grande oportunidade na carreira de qualquer CEO. Vendo transição suave e continuidade na estratégia, o banco lembra que o novo CEO Lira Palma ajudou a mudar a posição comercial da empresa e a estrutura de preços. Os analistas de XP, JPMorgan, Morgan e Citi têm recomendação equivalente à compra para as ações da Rumo.

XP

Embora inesperada para este momento, a XP Investimentos possui uma visão neutra sobre a mudança de comando para a empresa de papel e celulose, uma vez que Schalka deixa a empresa após a conclusão de um dos projetos mais desafiadores da companhia, com um período de transição (entre abril e julho) tornando a sucessão menos disruptiva, além de ser indicado também para uma cadeira no Conselho de Administração, com João Alberto Fernandes assumindo efetivamente o posto em julho deste ano.

O Itaú BBA e o Bradesco BBI mantêm classificação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de, respectivamente, R$ 63 e R$ 72,50, para a Suzano. O JPMorgan também tem recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 72.

A XP Investimentos reitera a Suzano como sua preferida no segmento de Papel e Celulose. Já o Morgan Stanley recomenda venda do papel, com preço-alvo de R$ 47.

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