A temporada de balanços para a Bolsa brasileira começa na próxima terça-feira (16), com Indústrias Romi (BOV:ROMI3), mas ganha tração na próxima semana, podendo dar importantes indicações sobre a trajetória do mercado nacional em meio ao ânimo recente dos investidores, também pelas revisões para cima nas projeções de lucro feitas pelo consenso de mercado.

O Morgan Stanley destacou alguns nomes na América Latina que podem registrar um bom momentum para lucros (destacando-se positivamente frente o consenso) no trimestre, mas também alguns nomes para ficar mais afastado no período. Olhando setorialmente, o grupo positivo é diversificado com utilities, viagens, transportes, techs, entre outros. Já do lado negativo estão empresas de saúde e educação.

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Com relação ao Brasil, o Morgan Stanley vê que quatro empresas podem se destacar positivamente em relação ao consenso de mercado: a gigante de bebidas Ambev (BOV:ABEV3), a empresa de educação Ânima (BOV:ANIM3), a elétrica Energisa (BOV:ENGI11) e a empresa logística Rumo (BOV:RAIL3).

Por outro lado, os estrategistas do banco veem que a educacional Cogna (BOV:COGN3) e a fabricante de medicamentos Hypera (BOV:HYPE3) podem decepcionar o consenso de mercado.

O Morgan vê potencial para a Ambev surpreender tendo os volumes de cerveja no Brasil como principais catalisadores positivos, enquanto vê a Rumo com melhores preços após fortes volumes e enxerga para a Energisa volumes sólidos na distribuição de energia.

A Ânima, por sua vez, está em fase de recuperação, com expectativa de um forte trimestre com expansão de margens e desalavancagem, com a empresa colhendo os frutos do processo de otimização.

Do lado negativo, o banco vê a Cogna com um 2T24 pouco inspirador devido (i) à perspectiva de demanda mais fraca, (ii) despesas de marketing ainda elevadas (embora não tão altas quanto no 1T24), não apenas afetando as margens, mas sinalizando dificuldades de atração de estudantes e (iii) falta de suporte sazonal da Saber e Vasta. “Além disso, o consenso espera uma recuperação material dos lucros com base no guidance para o exercício de 2024, que acreditamos que só deverá ocorrer no 2S24”, avalia.

Já para a Hypera, o portfólio de produtos de inverno ainda pesam contra a companhia.

O banco ainda destaca, entre as companhias citadas, ter a Rumo como a brasileira com posição overweight (exposição acima da média do mercado) versus o índice de referência (benchmark) em seus portfólios para a América Latina.

Para o Morgan, as ações da América Latina em geral estão baratas e os resultados do 2T24 podem ser um catalisador com forte crescimento por múltiplas fontes – incluindo a força de commodities – com o Brasil crescendo o seu lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) em 14%, apesar da recente fraqueza cambial.

Os dados mostrando menor preocupação com a inflação nos EUA e no Brasil também deverão proporcionar alívio às taxas globais e domésticas, abrindo a porta para que nomes sensíveis às taxas domésticas tenham um desempenho superior.

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