A Vivara registrou lucro líquido de R$ 210,96 milhões no segundo
trimestre de 2024, um avanço de 91,8% frente os R$ 109,98 milhões
do 2T23.
A joalheria destacou que, ainda que beneficiado pelo registro
dos créditos de PIS/COFINS na aquisição de matéria prima – efeito
este que totalizou R$ 100,4 milhões no trimestre, sendo R$ 82,1
milhões registrado na linha de outras despesas (receitas) e R$ 18,3
milhões na linha de receita financeira, “o resultado do trimestre
traduz uma sólida performance operacional, somado ao aumento dos
níveis a depreciação e amortização dado os investimentos feitos na
nova planta de Manaus até o final de 2023”.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações
(Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 164 milhões, avanço
anual de 23,9%.
A receita líquida foi de R$ 656,3 milhões no trimestre, com
expansão de 17,2% em relação ao 2T23. Neste trimestre, o
crescimento de vendas foi impulsionado pelo volume de peças
vendidas, que cresceu 10,8% quando comparado ao 2T23. O crescimento
de 7,5% no preço médio da empresa reflete a assertividade da
estratégia de produto e a adequada política de precificação.
A receita bruta, líquida de devoluções, do 2T24 atingiu R$ 836,6
milhões, crescimento de 19,2% na comparação com o 2T23. O
desempenho é explicado pelo aumento de 19,9% de área de vendas nos
últimos 12 meses, com a adição de 69 novos pontos de venda e pelo
crescimento de 11,6% nas vendas mesmas lojas (SSS), incluindo as
vendas digitais.
O canal lojas físicas apresentou crescimento de 22,2% no 2T24
versus 2T23. Segundo a companhia, isso é reflexo do aprimoramento
na alocação de estoque nas lojas durante a sazonalidade (a partir
de maio) que permitiu um aumento de 8,6 pontos percentuais (p.p.)
na taxa de crescimento de junho 2024 versus junho 2023, quando
comparado ao crescimento de abril de 2024 versus o mesmo mês do ano
passado.
No 2T24, os investimentos totalizaram R$ 38,2 milhões, uma
desaceleração de -19,2% em relação aos investimentos do 2T23,
explicado pelo menor volume de investimentos na fábrica, devido à
conclusão da implantação da nova fábrica em dezembro/2023 e pelo
(ii) menor volume de reformas no trimestre.
A linha de novas lojas cresceu 39,7%, decorrente da inauguração
de 2 lojas Vivara e 18 lojas Life no trimestre e a linha de
Sistemas/TI, com crescimento de 49,0%, fruto dos investimentos em
sistemas de TI, principalmente referentes à segunda fase do projeto
de implementação do sistema SAP4Hana.
Os resultados da Vivara (BOV:VIVA3) referentes
às suas operações do segundo trimestre de 2024 foram divulgados no
dia 08/08/2024.
VISÃO DO MERCADO
As ações da Vivara chegaram a disparar quase 8% na bolsa
paulista nesta sexta-feira, tocando uma máxima intradia desde
meados de março, após resultado trimestral com lucro líquido de
210,96 milhões de reais, alta de 91,8% ano a ano, superando as
previsões de analistas.
A companhia também reportou uma expansão de 23,9% no Ebitda
ajustado, para 164 milhões de reais, com a margem nessa métrica
passando de 23,6% para 25%. A receita líquida aumentou 17,2%, para
656,3 milhões de reais, enquanto o custo total subiu 20,5%, com a
margem bruta cedendo a 68,8% de 69,7% um ano antes.
“O trimestre ressalta claramente a resiliência dos negócios da
(marca) Vivara e o rápido ritmo de crescimento da (marca) Life”,
avaliaram os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, do
Citi, destacando também um menor descompasso entre o crescimento
das receitas bruta e líquida.
“No futuro, esperamos que a margem bruta cresça ano a ano, pois
isso reflete os esforços da Vivara para internalizar a produção de
Life”, acrescentaram, reiterando a visão de que a Vivara é uma das
melhores ações no curto prazo no setor de varejo, diante do seu
“momentum” e provável expansão de margem.
Às 12:47, o papéis eram negociados em alta de 6,9%, a 26,35
reais, respondendo pelo melhor desempenho do Ibovespa, que subia
0,88%. Na máxima, chegaram a 27,57 reais (+7,79%), máxima intradia
desde 18 de março.
Analistas do JPMorgan avaliaram que o resultado ficou acima do
esperado puxado por um “crescimento da receita melhor do que o
esperado, que se somou às iniciativas de eficiência para dar
suporte a uma alavancagem operacional mais alta, o que, no geral,
mais do que compensou a pressão da margem bruta”.
Em relatório enviado a clientes, Joseph Giordano e equipe também
chamaram a atenção para efeito de comparação mais brando no segundo
semestre, que deve ajudar ainda mais os resultados.
A equipe do BTG Pactual acrescentou que as ações da Vivara, que
no passado era um consenso entre investidores, enfrentou uma grande
queda desde meados de março, quando Nelson Kaufman, fundador e
maior acionista da empresa, foi aprovado como o novo
presidente-executivo após a renúncia de Paulo Kruglensky.
“Após o anúncio, os investidores levantaram muitas questões
sobre a governança da empresa e se poderia haver mudanças em sua
estratégia”, citaram Luiz Guanais e equipe, avaliando que alguma
incerteza persistirá no curto prazo e que isso pode impedir os
investidores de comprar as ações mesmo após a forte queda.
Ainda assim, eles afirmaram que continuam enxergando fundamentos
sólidos para a tese de Vivara, cuja ação agora é negociada a um
valuation barato e com o momentum melhorando após o primeiro
semestre. “Vemos um crescimento consistente da receita, margens
saudáveis e retornos crescentes”, afirmaram.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
VIVARA ON (BOV:VIVA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2024 até Dez 2024
VIVARA ON (BOV:VIVA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2023 até Dez 2024