A Vivara informou que seu conselho de administração elegeu o atual diretor de operações, Icaro Borrello, para o cargo de presidente-executivo da companhia, em reunião realizada nesta terça-feira (12).

A decisão segue-se à renúncia do CEO Otavio Chacon do Amaral Lyra, com o processo sucessório previsto para durar 30 dias.

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“A decisão, tomada em comum acordo entre Companhia e o Sr. Otávio, foi cuidadosamente avaliada por ambas as partes, que estão comprometidas com uma transição natural, linear e produtiva”, afirmou a Vivara no documento.

VISÃO DO MERCADO

Diferentemente da saída de Paulo Kruglensky em março, que levou as ações a caírem cerca de 14% após o anúncio, o JPMorgan avalia que a nova mudança de CEO provavelmente não surpreenderia o mercado e não seria um fator significativo de volatilidade. O banco americano também não espera impacto nos próximos resultados. Ainda assim, as ações registravam queda de cerca de 3% na sessão.

Diferentemente da saída de Paulo Kruglensky em março, que levou a ação a desabar cerca de 14% após o anúncio, o JPMorgan avalia que a mudança de CEO provavelmente não surpreende o mercado e não deve ser um fator significativo de volatilidade. O banco americano também não se espera impacto nos próximos resultados.

Borrello tem sido uma presença constante ao lado de Nelson Kaufman, fundador, presidente do conselho e principal acionista da Vivara (BOV:VIVA3). Além disso, após as mudanças de gestão em março, o mercado enxerga Kaufman como o principal tomador de decisões da empresa.

Embora não se espere grande impacto com o anúncio, Borrello é o quarto CEO em 2024, o que prejudica os indicadores de governança.

Com um múltiplo de 10 vezes, o JPMorgan manteve classificação da Vivara como overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 33,50.

O Itaú BBA comenta que o anúncio foi relativamente antecipado por investidores locais, que vinham discutindo essa possibilidade nas últimas semanas e meses. O banco também afirma que a tomada de decisões se tornou cada vez mais centralizada em torno de Kaufman e Borrello, que tem se envolvido frequentemente ao lado de Kaufman em várias reuniões e discussões estratégicas importantes.

Quaisquer mudanças de CEO podem naturalmente desencadear ruídos de curto prazo, mas, do ponto de vista operacional, o BBA espera impactos mínimos.

Segundo o BBA, o foco estratégico da companhia provavelmente permanecerá consistente com prioridades como otimizar o estoque da loja, melhorar os sortimentos de produtos, simplificar despesas e continuar a expandir a marca Life.

O Itaú BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 32, pois vê que a Vivara continua sendo a melhor opção para operar no cenário macro atual – maior renda, menor elasticidade de preço, menor concorrência dos marketplaces.

Embora a maioria dos investidores já estivesse esperando que Icaro assumisse o cargo de CEO em algum momento, o “timing” anúncio pode ser uma surpresa, na avaliação da XP Investimentos, pois alguns esperavam que isso acontecesse apenas quando o cargo de CFO já tivesse sido preenchido.

No entanto, a XP acredita que essas mudanças não devem afetar materialmente a estratégia e a dinâmica interna da Vivara, uma vez que Ícaro já estava à frente do processo de transformação da empresa, enquanto o novo CFO poderia ser anunciado no curto prazo.

O Bradesco BBI avalia que a mudança não ajuda o sentimento em relação a uma preocupação importante do mercado: a rotatividade da alta gerência da Vivara, que tem sido um problema desde março de 2024. Por outro lado, a mudança não sugere, na opinião do banco, nenhuma interrupção significativa, considerando que Borrello foi o principal executivo liderando as iniciativas estratégicas e operacionais mais recentes em conjunto com Nelson Kaufman.

A equipe de research do BBI lembra que os resultados da Vivara nos dois primeiros trimestres sob a nova direção foram bons, mas destaca que, apesar de estar entusiasmado com a tese de investimento e seus fundamentos premium, ainda acredita que é muito cedo para presumir que as mudanças drásticas em andamento em sua administração não terão efeitos colaterais negativos nos fundamentos da empresa no longo prazo.

Portanto, as mudanças podem, em última análise, limitar o potencial de reclassificação da Vivara por um tempo e a troca de comando alimentará um pouco o ruído nessa frente.

O BBI manteve classificação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 35,00, pois essa mudança não afeta os fundamentos e estimativas para a empresa.

Informações Reuters e infomoney
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