Itaú e Bradesco querem apostar no mercado de investimentos da China e atrair asiáticos para o Brasil
20 Agosto 2024 - 11:14AM
ADVFN News
Os dois maiores bancos privados do Brasil, Itaú e Bradesco,
querem apostar no mercado de investimentos da China e anunciaram
parcerias com grandes gestoras de recursos do país asiático, no ano
em que a relação diplomática dos dois países completa 50 anos,
comemorada na última quinta-feira, 15, e que os fluxos de comércio
têm sido crescentes. O movimento vai permitir que brasileiros
invistam na China e chineses invistam no Brasil.
O Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) deu um passo mais concreto e,
conforme antecipado ao Broadcast, deve ter ainda este ano um fundo
de ativos brasileiros listado na Bolsa de Xangai, provavelmente até
outubro, por meio de um ETF (fundo de índice). Um fundo de índice
de papéis chineses será listado na B3, disponível para qualquer
investidor. A ofensiva será possível porque o banco, que administra
R$ 857 bilhões em ativos sob gestão, fechou um acordo de cooperação
com a China Universal Asset, gestora com US$ 178 bilhões.
“Os nossos fundos em Xangai, para dar acesso ao mercado
brasileiro para o chinês, e os deles aqui, para dar acesso ao
mercado chinês para o brasileiro”, explica o CEO da Bradesco Asset,
Bruno Funchal, que vê enorme potencial na estratégia. “Acreditamos
muito no mercado chinês, que tanto apresenta grandes oportunidades
de investimento em setores como veículos elétricos, biotecnologia,
painéis solares entre outros, quanto no interesse chinês em acessar
o mercado brasileiro, que também tem setores como o de commodities,
que tem apelo estratégico para a economia chinesa”, comenta o
ex-secretário do Tesouro.
No Itaú (BOV:ITUB3) (BOV:ITUB4), a gestora do banco quer buscar
colaboração com a E Fund em “múltiplas plataformas”, de acordo com
um comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira. A gestora
chinesa tem US$ 464 bilhões sob gestão, enquanto a Itaú Asset tem
R$ 971 bilhões em ativos e mais de 2,6 milhões de clientes. O grupo
chinês tem como clientes não só pessoas físicas, mas também grandes
investidores institucionais, incluindo bancos centrais, fundos
soberanos, fundos de pensão e seguradoras.
A ofensiva dos bancos vem em um momento de maior proximidade
entre Brasília e China. Desde 2009 Pequim é o maior parceiro
comercial do Brasil e, em 2023, o comércio bilateral atingiu um
recorde de US$ 157 bilhões. Em novembro, o presidente da China, Xi
Jinping, deve vir ao Brasil para uma visita de Estado, pouco antes
da reunião de cúpula do G20, que reúne as maiores economias do
mundo, no Rio. Lula foi a Pequim em 2022.
O co-chairman da E Fund, Xiaoyan Liu, destaca que a gestora
chinesa está acelerando sua estratégia de internacionalização. “A
cooperação e a troca com a Itaú Asset vai ajudar a E Fund a
oferecer uma gama mais diversificada de produtos e serviços”,
afirma no comunicado. A parceria, explica o chinês, também servirá
como uma ponte para os investidores no Brasil investirem no país
asiático.
A Itaú Asset também vê na estratégia um passo a mais em sua
expansão internacional, segundo o chefe de Gestão de Investimentos
Globais na gestora, Carlos Augusto Salamonde. “A parceria com a E
Fund está alinhada com a agenda estratégica do Itaú de sempre
buscar as melhores oportunidades de investimento, em qualquer
cenário e com diversificação geográfica e de ativos”, afirma ele na
nota.
Informações Broadcast
BRADESCO PN (BOV:BBDC4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
BRADESCO PN (BOV:BBDC4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024