Analistas do BofA apontam três motivos para ficar de olho nas ações da MRV
01 Outubro 2024 - 1:42PM
ADVFN News
A MRV&CO se destaca como uma das maiores altas do Ibovespa,
com os papéis avançando cerca de 5% (+5,39%; R$ 7,63) nesta
terça-feira (1) por uma série de fatores. Com relação ao macro, a
sessão é de alívio dos juros futuros, o que impulsiona construtoras
no geral, como Cury (BOV:CURY3), Tenda (BOV:TEND3), Cyrela
(BOV:CYRE3), entre outras.
Nesta sessão, o Bank of America (BofA) ainda reforçou a sua
visão otimista sobre construtoras de baixa renda, pois vê
fundamentos fortes e retornos atraentes em todo o setor, colocando
a MRV como uma das principais escolhas pelo valuation ao lado da
Cury (pela dinâmica de lucros e retornos em caixa).
Para o banco, o segmento de baixa renda deve manter um forte
impulso devido à maior acessibilidade no MCMV (Minha Casa Minha
Vida), apesar das taxas mais altas no Brasil.
Os analistas destacam três motivos para olhar para a MRV
(BOV:MVRE3) agora. O banco vê (1) assimetria de avaliação atrativa
a 0,6 vez do valor contábil, (2) consenso ainda conservador sobre o
nome e (3) um gatilho de curto prazo a partir da geração de caixa
esperada no 2º semestre de 2024.
Para o BofA, o MCMV enfrenta um dos melhores ambientes desde sua
criação em 2009. Subsídios mais altos estão levando a um
crescimento de 65% ano a ano até agosto. Construtores listados em
Bolsa ganharam participação de mercado, enquanto a maioria da
indústria enfrenta os efeitos colaterais do último ciclo
inflacionário. Os reforços orçamentários em agosto também criam
conforto em relação à sustentabilidade do programa no curto prazo.
Além disso, a demanda de baixa renda não é impactada pelas taxas
mais altas no Brasil, adicionando ‘defensividade’ em comparação a
outros setores.
Os analistas reiteraram a sua visão otimista sobre a MRV antes
de uma esperada geração de caixa no 4T24. “Acreditamos que a MRV
fez a maior parte do trabalho em direção à recuperação (margem de
novas vendas mais alta, menor crédito aos consumidores) e a geração
de caixa agora depende principalmente da conclusão de um ‘legado’
de baixa margem este ano”, apontam os analistas. Apesar da decepção
nos lucros na primeira metade do ano, vê o lucro por ação
potencialmente dobrando ano a ano, mesmo em cenários
conservadores.
Ainda em destaque, o banco vê Cury e Direcional (BOV:DIRR3) como
atrativas, considerando: (1) a dinâmica de lucros não totalmente
precificada (BofA está 15% acima do consenso para Cury) e (2)
retornos em caixa esperados (rendimento de 9-10%). O BofA prefere
Cury devido à melhor visibilidade de fluxo de caixa para pagamentos
mais robustos no futuro.
O banco permanece negativo em relação à alta renda. O segmento
passa por um período de entregas elevadas e deve enfrentar desafios
de acessibilidade. Isso levará a políticas de desconto,
pressionando as margens. A Cyrela tem superado os concorrentes, mas
o BofA acredita que os descontos no setor provavelmente afetarão
seu desempenho. A Cyrela é negociada a 0,9 vez do valor contábil,
próximo ao justo para o esperado ROE (Retorno sobre Patrimônio
Líquido) de 15% em 2025, com riscos de baixa devido ao forte
cronograma de lançamentos em um ambiente desafiador com taxas
crescentes.
Ainda em destaque, a MRV divulgou um fato relevante na última
segunda-feira (30), destacando que a sua incorporadora dos EUA
Resia chegou a um acordo para vender o projeto Old Cutler na
Flórida. O valor total da transação é de US$ 118,5 milhões (cerca
de R$ 641 milhões), com um cap rate (taxa de captação) de 5,65% e
um rendimento sobre o custo (Yield on cost ou YOC) de 6,2%,
resultando em um lucro bruto de US$ 11 milhões e uma margem bruta
de 9,3%. Esta é a primeira venda da Resia em 2024.
A XP acredita que ao menos uma venda da Resia era esperada para
o terceiro trimestre, juntamente uma esperada pressão na
rentabilidade. O projeto Old Cutler está em processo de locação
desde o segundo semestre de 2023, e a construção está concluída,
sugerindo que os desembolsos de caixa relacionados ao projeto já
foram incorridos. Além disso, a geração de caixa dessa venda deve
ser totalmente reconhecida na primeira semana de outubro,
impactando positivamente os números do 4T24.
“Em nossa opinião, a geração de caixa dessa venda deve aliviar
alguma pressão sobre o cenário de recuperação do fluxo de caixa
livre (FCF) da Resia”, destaca a XP. Por outro lado, vendas
adicionais serão necessárias para que a empresa alcance seu
objetivo de queima líquida de caixa zero em 2024.
Notavelmente, o ambiente de cap rates mais altos nos EUA
continua a impactar a margem bruta da Resia. Além disso, os
resultados da venda do Old Cutler foram ligeiramente abaixo das
expectativas, dado que (i) a taxa de captação da venda geral foi
inferior à venda anterior (Biscayne Drive foi vendido a uma taxa de
6%) e (ii) a expertise da Resia no mercado imobiliário da Flórida.
As vendas futuras no pipeline da Resia estão localizadas
principalmente no Texas, uma nova região para a empresa, o que deve
introduzir impactos da curva de aprendizado nas margens da empresa.
“Portanto, não esperamos melhoras significativa nas margens das
outras vendas potenciais em 2024”, aponta a equipe de análise da
XP.
Informações Infomoney
CYRELA REALT ON (BOV:CYRE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2024 até Dez 2024
CYRELA REALT ON (BOV:CYRE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2023 até Dez 2024