A Cogna apresentou R$ 32,8 milhões de lucro líquido ajustado no
3T24, revertendo prejuízo no terceiro trimestre de 2023. Sem
ajustes, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 29,1 milhões no
terceiro trimestre, bem menor do que a perda apurada um ano antes,
de R$ 102,6 milhões.
A receita líquida apresentou crescimento de 0,9%, em R$ 1,281
bilhão ante o 2T23.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações
(Ebitda, na sigla em inglês) recorrente cresceu 25,9%, para R$
384,9 milhões. A margem Ebitda recorrente, por sua vez, alcançou a
marca de 30%, com crescimento de 6,0 pontos percentuais (p.p.)
“Foi mais um trimestre muito bom. Acho que sobre o aspecto
financeiro de alavancagem, dívida, foi um trimestre excelente”,
comenta o CEO da Cogna, Roberto Valério, em entrevista exclusiva ao
InfoMoney.
Um dos destaques do balanço foi a Geração de Caixa Operacional
após Capex (GCO), de R$ 400,1 milhões no 3T24, um aumento de 57,0%
em comparação ao 3T23. A administração comenta que o número é
resultado da estratégia bem executada de Kroton com melhor
conversão de caixa e restituição de créditos tributários pela
Receita Federal, que no 3T24 foi no valor de R$115,9 milhões.
“Não tem uma bala de prata, acho que são várias ações que estão
empurrando a gente para essa geração de caixa melhor”, afirma
Valério.
A dívida líquida reduziu R$ 257,5 milhões ou 7,8% em relação ao
3T23, passando de R$ 3,5 bilhões para R$ 3,05 bilhões, resultado
positivo principalmente pela geração de caixa da companhia no
período
Em relação à alavancagem, como o esperado na divulgação do
balanço anterior, houve redução do patamar. A alavancagem da
companhia reduziu de 1,88 vez no 3T23 para 1,58 vez no 3T24, seu
menor nível de alavancagem em 22 trimestres, desde o 4T18.
lavancagem caiu de al, de acordo com a Cogna. “Nossa expectativa é
que o segundo semestre seja de maior geração de caixa e, portanto,
redução mais forte na alavancagem”, comenta.
Kroton como destaque
Dentre as frentes da companhia, o destaque positivo mais uma vez
foi a Kroton, divisão de ensino universitário. De acordo com o CEO,
o crescimento pode ser explicado por aumento de base de alunos em
12% aliado ao crescimento de receita por melhor qualidade da base
de alunos. Essa qualidade também é medida pelo engajamento maior e
ambos permitem que haja repasse de tickets acima da inflação,
segundo o executivo.
“Então, quando a gente faz reajustes anuais, a gente tem feito
acima da inflação e nem por isso a evasão está aumentando. Ao
contrário, nossa taxa de rematrícula nesse último semestre melhorou
três pontos percentuais comparado com o ano passado”, afirma
Valério.
Dentre as linhas da frente, as despesas com marketing
apresentaram ligeiro aumento. No entanto, o executivo pondera que o
investimento maior na iniciativa fez com que as matrículas e
rematrículas fossem antecipadas. Para o quarto trimestre, no
entanto, a expectativa é que a linha de marketing apresente
queda.
“Basicamente, não estamos crescendo tanto o volume, mas tem mais
aluno pagando mais. Mais alunos de cursos caros”, explica. Isso
garante também que o crescimento seja maior em cursos presenciais,
que tem dinâmica de relação entre preenchimento de vagas no
primeiro semestre ligada ao potencial de novos alunos no segundo
semestre, pela composição de turmas.
“Estamos otimistas para o 4º trimestre, porque as matrículas e
rematrículas já estão feitas, a gente continua trabalhando na
eficiência, então devem ser margens positivas também, além de
crescimento de receita positiva”, aposta o executivo.
Para a Vasta, focada em ensino escolar e soluções de conteúdo, o
crescimento é observado a partir do ciclo comercial (que se inicia
no quarto trimestre do ano anterior, dada a natureza do negócio).
Assim, o segundo trimestre de 2024 corresponde ao terceiro
trimestre do ciclo comercial de 2024 para a Vasta.
O segundo e terceiro trimestre, nesse caso, são considerados
“sem maiores eventos”, explica o executivo. No entanto, houve
crescimento de 6,5% na receita e ainda maior avanço no Ebitda, em
14%. Na comparação anual, a queda nos números é explicada pela
ausência de contrato, realizado no ano passado, de R$ 40 milhões
com o Governo de São Paulo. Há expectativas de retomada de
contratos após eleição.
“As ações de redesenho de processos, reestruturação de sistemas,
automatização de processos estão gerando bastante rentabilidade
para a gente”, afirma.
Na base de negócios Saber, os volumes de Ebitda e margem Ebitda
foram mantidos, ainda que o momento não seja mais favorável para a
frente. Pelo ciclo do principal programa da frente, o Programa
Nacional de Livro Didático (PNLD), 2024 é considerado ano de
recompra. Assim, a expectativa é que haja queda nos números. Ainda
assim, Valério destaca ganhos de rentabilidade.
O executivo pondera que há expectativa de correção de distorção
do trimestre a partir da sazonalidade.
“Para o 4T24 a gente espera mais uma redução de dívida líquida e
mais uma redução de alavancagem. Para o ano que vem, a gente não
terminou o orçamento ainda, mas obviamente acreditamos que a
empresa vai continuar crescendo pelos mesmos razões estruturantes
que a gente tem”, afirma.
Os resultados da Cogna (BOV:COGN3)
referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 07/11/2024.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
COGNA ON (BOV:COGN3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2024 até Dez 2024
COGNA ON (BOV:COGN3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2023 até Dez 2024