As ações da Salesforce (NYSE:CRM) tiveram um salto significativo, com alta de 9,9% na manhã de quarta-feira (4), após a divulgação dos resultados e otimismo em torno das novas tecnologias. A próxima fase para a gigante do software será traduzir seu investimento em dados e inteligência artificial em resultados concretos, enquanto equilibra o entusiasmo do mercado com a realidade de implementação e retorno financeiro.

A Salesforce também é negociada na B3 através da BDR (BOV:SSFO34).

A Salesforce superou expectativas de receita no terceiro trimestre fiscal, alcançando US$ 9,44 bilhões, frente aos US$ 9,34 bilhões projetados pela LSEG.

O lucro por ação ajustado foi de US$ 2,41, levemente abaixo dos US$ 2,44 esperados. O lucro líquido cresceu 25%, atingindo US$ 1,5 bilhão.

A previsão de receita anual foi ajustada para US$ 37,9 bilhões, superando estimativas dos analistas, e animando investidores.

A Salesforce desembolsou US$ 344 milhões em setembro para adquirir a Zoomin Software Ltd., uma startup de gerenciamento de dados, segundo a Bloomberg. Embora os termos do acordo não tenham sido divulgados inicialmente, o investimento reforça a estratégia da empresa em expandir suas capacidades de análise e inteligência artificial, alinhada com o fortalecimento do produto Data Cloud. A startup já tinha participação minoritária da Salesforce antes da aquisição.

Essa abordagem reflete uma mudança estratégica da Salesforce, que anteriormente era conhecida por aquisições de grande porte, como a compra da Slack Technologies Inc. Sob pressão de investidores, a empresa adotou medidas mais cautelosas em fusões, direcionando seus recursos para startups que ampliam seu foco em inteligência artificial e dados. A aquisição da Own por US$ 1,9 bilhão no mesmo período reforça essa tendência.

As recentes aquisições também se conectam ao entusiasmo em torno do Agentforce, ferramenta de inteligência artificial que a Salesforce destacou em sua última teleconferência de resultados. Segundo o CEO Marc Benioff, o potencial do Agentforce é vasto, levando a empresa a contratar entre 1.000 e 2.000 vendedores para acelerar sua adoção. A solução vem atraindo clientes, embora ainda esteja nos estágios iniciais e sem contribuição significativa para a receita atual.

Os analistas permanecem divididos quanto às perspectivas da Salesforce, segundo o MarketWatch. Enquanto especialistas como Kirk Materne, da Evercore ISI, destacam o otimismo em relação ao Data Cloud e ao Agentforce, outros, como Arjun Bhatia, da William Blair, alertam para os desafios de adoção e monetização a longo prazo. Ainda assim, há consenso de que as iniciativas podem impulsionar um crescimento sustentável.

Por outro lado, analistas mais cautelosos, como John DiFucci, do Guggenheim, questionam se a aposta em IA será suficiente para gerar receitas consistentes e transformadoras. Ele alerta que tecnologias como a IA, uma vez amplamente adotadas, podem se tornar commodities, dificultando sua monetização. Mark Moerdler, da Bernstein, também pondera que o entusiasmo atual pode ser prematuro, considerando o estágio inicial dessas iniciativas.

Salesforce (NYSE:CRM)
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