Reajuste do diesel. É o que se espera que a Petrobras anuncie em breve, conforme destacado na véspera pela Folha de S. Paulo. Enquanto isso, a expectativa é de manutenção do preço da gasolina.

Por outro lado, na manhã desta quarta-feira (29), o Valor apontou que o Conselho deve se reunir durante a manhã e deve discutir o reajuste. De acordo com fontes ouvidas pelo Valor, há uma discussão interna sobre se o aumento nos preços do diesel possa ser adiado, já que o desconto para paridade vem diminuindo esta semana principalmente devido à valorização do real em relação ao dólar.

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O Bradesco BBI aponta que, teoricamente, não é o Conselho que decide sobre aumentos de preços de combustíveis, mas sim a área de competência do comitê de preços de combustíveis (que já se reuniu no início deste mês). Portanto, existe uma chance significativa de que nada seja decidido nesta quarta, avaliam os analistas.

“Vemos o fluxo intensificado de notícias sobre preços que cercou a reunião desta quarta como mais barulho do que qualquer outra coisa. Dito isso, vemos algum espaço para um aumento de 5% a 8% no preço do diesel”, avalia o BBI.

Para o Santander, o aumento potencial nos preços do diesel seria positivo para a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4), pois não apenas restaura a lucratividade de seu segmento de refino, mas também melhora a confiança dos investidores na Petrobras, bem como a percepção dos procedimentos de governança da empresa e sua estratégia comercial/política de preços de combustíveis.

Com base nos preços atuais, o banco acredita que a Petrobras poderia aumentar os preços do diesel em cerca de 4% para recuperar seu crack spread (diferença entre o preço do petróleo bruto e o preço dos produtos derivados dele) para um nível mais próximo da média histórica (US$ 18 o barril – bbl – atualmente versus US$ 22/bbl da média histórica).

“Em nossa visão, isso estreitaria significativamente o desconto atual para os preços de paridade de importação no diesel, que atualmente está em cerca de 13% (versus 20% há uma semana e cerca de 5% em 2024, de acordo com nossos cálculos)”, avaliam os analistas.

Quanto à gasolina, vê a Petrobras atualmente vendendo no mercado doméstico com um desconto de cerca de 10% para o PPI (versus 12% há uma semana e 8% em 2024), com um crack spread positivo de cerca de US$5/bbl.

O banco reitera recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) para a Petrobras, sendo a principal escolha na América Latina, pois vê o FCF (fluxo de caixa livre) e a resiliência de dividendos da empresa se destacando em seu universo de cobertura, enquanto acredita que uma rodada de aumentos nos preços dos combustíveis atuará como um importante impulsionador positivo para as ações antes dos resultados do 4T24.

O banco prevê um dividend yield (dividendo sobre o preço) de cerca de 13% para 2025, assumindo brent de US$ 70/bbl, com um potencial de cerca de 15-17% ao considerar cerca de US$ 75-80/bbl.

O aumento do diesel vem num momento ruim para a inflação. O diesel mais caro pode levar a um aumento de custo para produtos alimentícios porque a produção brasileira é transportada, em sua maioria, por rodovias

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