Qual será o impacto do reajuste do diesel para a inflação?
29 Janeiro 2025 - 10:34AM
ADVFN News
Reajuste do diesel. É o que se espera que a Petrobras anuncie em
breve, conforme destacado na véspera pela Folha de S. Paulo.
Enquanto isso, a expectativa é de manutenção do preço da
gasolina.
Por outro lado, na manhã desta quarta-feira (29), o Valor
apontou que o Conselho deve se reunir durante a manhã e deve
discutir o reajuste. De acordo com fontes ouvidas pelo Valor, há
uma discussão interna sobre se o aumento nos preços do diesel possa
ser adiado, já que o desconto para paridade vem diminuindo esta
semana principalmente devido à valorização do real em relação ao
dólar.
O Bradesco BBI aponta que, teoricamente, não é o Conselho que
decide sobre aumentos de preços de combustíveis, mas sim a área de
competência do comitê de preços de combustíveis (que já se reuniu
no início deste mês). Portanto, existe uma chance significativa de
que nada seja decidido nesta quarta, avaliam os analistas.
“Vemos o fluxo intensificado de notícias sobre preços que cercou
a reunião desta quarta como mais barulho do que qualquer outra
coisa. Dito isso, vemos algum espaço para um aumento de 5% a 8% no
preço do diesel”, avalia o BBI.
Para o Santander, o aumento potencial nos preços do diesel seria
positivo para a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4), pois não apenas
restaura a lucratividade de seu segmento de refino, mas também
melhora a confiança dos investidores na Petrobras, bem como a
percepção dos procedimentos de governança da empresa e sua
estratégia comercial/política de preços de combustíveis.
Com base nos preços atuais, o banco acredita que a Petrobras
poderia aumentar os preços do diesel em cerca de 4% para recuperar
seu crack spread (diferença entre o preço do petróleo bruto e o
preço dos produtos derivados dele) para um nível mais próximo da
média histórica (US$ 18 o barril – bbl – atualmente versus US$
22/bbl da média histórica).
“Em nossa visão, isso estreitaria significativamente o desconto
atual para os preços de paridade de importação no diesel, que
atualmente está em cerca de 13% (versus 20% há uma semana e cerca
de 5% em 2024, de acordo com nossos cálculos)”, avaliam os
analistas.
Quanto à gasolina, vê a Petrobras atualmente vendendo no mercado
doméstico com um desconto de cerca de 10% para o PPI (versus 12% há
uma semana e 8% em 2024), com um crack spread positivo de cerca de
US$5/bbl.
O banco reitera recomendação outperform (desempenho acima da
média, equivalente à compra) para a Petrobras, sendo a principal
escolha na América Latina, pois vê o FCF (fluxo de caixa livre) e a
resiliência de dividendos da empresa se destacando em seu universo
de cobertura, enquanto acredita que uma rodada de aumentos nos
preços dos combustíveis atuará como um importante impulsionador
positivo para as ações antes dos resultados do 4T24.
O banco prevê um dividend yield (dividendo sobre o preço) de
cerca de 13% para 2025, assumindo brent de US$ 70/bbl, com um
potencial de cerca de 15-17% ao considerar cerca de US$
75-80/bbl.
O aumento do diesel vem num momento ruim para a inflação. O
diesel mais caro pode levar a um aumento de custo para produtos
alimentícios porque a produção brasileira é transportada, em sua
maioria, por rodovias
Informaçoes Infomoney
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2024 até Jan 2025
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jan 2024 até Jan 2025