Magalu (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3) podem sair do ‘buraco’ após evento desta semana; entendaPor Bruna Martins20/09/2023 - 9:00Reunião importante que acaba nesta quarta-feira (20) pode fazer com que as varejistas voltem a gerar lucros ao investidor (Imagem: Canva / Montagem: Bruna Martins)Não é novidade para o investidor mais atento que as varejistas brasileiras estão “patinando” na Bolsa em 2023. Os juros começaram a cair faz pouco tempo (na reunião do Copom em agosto, mais precisamente), e foi o cenário de aperto monetário que fez as principais redes do setor sof...
Magalu (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3) podem sair do ‘buraco’ após evento desta semana; entendaPor Bruna Martins20/09/2023 - 9:00Reunião importante que acaba nesta quarta-feira (20) pode fazer com que as varejistas voltem a gerar lucros ao investidor (Imagem: Canva / Montagem: Bruna Martins)Não é novidade para o investidor mais atento que as varejistas brasileiras estão “patinando” na Bolsa em 2023. Os juros começaram a cair faz pouco tempo (na reunião do Copom em agosto, mais precisamente), e foi o cenário de aperto monetário que fez as principais redes do setor sofrerem nos primeiros trimestres do ano.As ações do Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, já caíram cerca de 3% neste ano. No mesmo período, os papéis de outra gigante do varejo, o Grupo Casas Bahia (ex-Via | VIIA3), registram um tombo de 69%.Nesse caso de VIIA3, vale ressaltar que uma queda de mais de 50% ocorreu só neste mês de setembro, após um follow-on da companhia. O grupo realizou uma oferta pública de ações para captar R$ 1 bilhão, mas a precificação acabou muito aquém do estimado resultando na captação de próximos 700 milhõesE é claro que preciso citar também o desastre que foi o caso de Americanas (AMER3). As ações da empresa já derreteram 90% na Bolsa em 2023, muito por conta da descoberta do rombo fiscal em janeiro cuja culpa ainda não foi bem esclarecida.E tudo isso acontece em meio a um cenário positivo da Bolsa, com o Ibovespa registrando uma alta de 10% no ano. Ou seja, as varejistas parecem caminhar na contramão do resto do mercado.Mas existe um evento muito importante para o mercado brasileiro, que acontece nesta semana, e que pode ajudar a tirar as varejistas nacionais do “buraco”. Mas tudo depende, na verdade, de como esse evento vai acabar e o que o resultado dele vai significar para o nosso cenário econômico.O que pode salvar MGLU3, VIIA3 e outras varejistas?O analista de ações João Piccioni comentou sobre o desempenho desastroso das varejistas na Bolsa, em 2023, durante o programa Onde Investir, do Seu Dinheiro. A edição de setembro contou com a presença de diversos analistas da Empiricus Research, a maior casa de análise independente do país, para falar sobre as principais recomendações de investimentos para este mês.Durante a conversa com a jornalista Paula Comassetto, Piccioni destacou a importância de um evento que acontece nesta semana para, quem sabe, alterar profundamente os rumos das ações do varejo no Brasil. Trata-se da reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária, que acaba nesta quarta-feira (20). Nessa reunião, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e sua equipe decidem qual será a nova taxa básica de juros (Selic) praticada no país. E, segundo Piccioni, “não sabemos quanto, pode ser 0,50 ou 0,75 pontos percentuais, mas alguma coisa [a Selic] vai cair”. E é aí que entra a importância do resultado desse evento para o futuro das varejistas brasileiras. Para o analista, uma diminuição mais “brutal” da Selic pode ser a salvação que ações como MGLU3, VIIA3 e AMER3 precisam para recuperar o bom desempenho de antes. “Uma queda rápida da Selic, que não sabemos se vai acontecer, poderia ajudar as varejistas a darem uma respirada”, disse Piccioni durante o programa. E isso se deve a dois fatores principais. Ajuda ‘dos dois lados’Os juros altos foram acompanhados, nos últimos anos, por uma escalada da inflação no país. Juntos, esses dois fatores prejudicaram a capacidade do brasileiro de adquirir bens e produtos. Durante a entrevista, Piccioni afirmou: “as condições micro que estamos vendo mostram que o varejo brasileiro está patinando porque as pessoas não têm dinheiro”. Por isso, junto com a queda da inflação que tem sido registrada no país, uma redução rápida da Selic pode impulsionar a retomada das varejistas nacionais, como Magalu e Casas Bahia, ao trazer de volta o poder de compra aos brasileiros. Mas não só por isso. Uma característica comum desse setor é a alavancagem: para o financiamento das suas atividades, o serviço de dívida dessas companhias costuma ser extremamente elevado, segundo o analista, o que acaba corroendo o caixa.“Por isso, a queda dos juros faz diferença porque abre espaço para capital de giro, e assim as empresas podem respirar melhor”, explicou o analista. Com isso, os resultados tendem a melhorar nos balanços financeiros – e, consequentemente, o desempenho de seus papéis na Bolsa também, resultando em maiores ganhos para o investidor.
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