Revisamos o valuation do Grupo Casas Bahia, antiga Via, para incorporar os
resultados do 1S23 e o plano de transformação divulgado pela nova gestão por
ocasião da publicação do resultado referente ao 2T23. Com isso, atribuímos novo
preço-alvo para o final de 2024 para BHIA3 de R$ 1,00 (antes R$ 1,80) e rebaixamos
nossa recomendação para neutra.
Desempenho das Ações. Entendemos que, no último mês, as ações do Grupo Casas
Bahia passaram por momentos bastante desafiadores. Em nosso último relatório,
referente ao resultado do 2T23, comentamos que, apesar dos números fracos, a
di...
Revisamos o valuation do Grupo Casas Bahia, antiga Via, para incorporar os
resultados do 1S23 e o plano de transformação divulgado pela nova gestão por
ocasião da publicação do resultado referente ao 2T23. Com isso, atribuímos novo
preço-alvo para o final de 2024 para BHIA3 de R$ 1,00 (antes R$ 1,80) e rebaixamos
nossa recomendação para neutra.
Desempenho das Ações. Entendemos que, no último mês, as ações do Grupo Casas
Bahia passaram por momentos bastante desafiadores. Em nosso último relatório,
referente ao resultado do 2T23, comentamos que, apesar dos números fracos, a
divulgação de um plano de transformação de 2 anos tendo como prioridades a
geração de caixa e melhoria da rentabilidade poderia ser um catalisador de
resultados mais construtivos já nos próximos trimestres, razão pela qual elevamos
nossa recomendação para compra naquela ocasião.
No entanto, desde então, observamos medidas tomadas pela companhia que
pressionaram o desempenho das ações, em especial no que se refere à oferta
pública de ações (778.649.283 ações), precedida da necessidade de convocação de
uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para deliberar acerca da alteração do
capital autorizado para até 3 bilhões de ações ordinárias. Esse movimento implicou
em uma queda de cerca de 35% do preço das ações entre o dia 05/09 (data de
lançamento da oferta) e 11/08 (pós divulgação do plano de transformação). Ao
nosso ver, essa queda refletiu a preocupação dos investidores com a iniciativa da
companhia em captar recursos em um momento delicado em que, apesar da boa
recepção do plano de transformação, ainda é incipiente para observar melhoras
concretas decorrentes dos projetos ora em curso. Nesse mesmo período, logo após
o lançamento da oferta pública, a agência Standard & Poor’s rebaixou o rating
corporativo e o rating de um CRI da companhia, o que adicionou pressão à oferta
em andamento.
Pesou sobre a nossa decisão de rebaixamento da recomendação o fato de a
administração da companhia prosseguir com uma oferta que precificou suas ações a
R$ 0,80, desconto de 30% sobre o preço de fechamento do dia da precificação
(13/09) e 57% abaixo do preço em 11/08, transmitindo uma mensagem negativa
aos minoritários, em nossa visão. Com esse movimento, a companhia chancelou um
novo patamar de preço para suas ações e sinalizou aos investidores a necessidade
de captação de recursos “a qualquer preço” ao invés de aguardar até que o mercado
pudesse vislumbrar os primeiros sinais positivos decorrentes do plano de
transformação.
Reconhecemos os esforços da companhia em buscar melhorar sua estrutura de
capital, além de entendermos que a obtenção de recursos junto ao mercado passa
uma mensagem positiva aos detentores de crédito privado, sinalizando capacidade
de fazer captações de volume elevado em velocidade adequada. Contudo, ao
mesmo tempo, o desconto cobrado pelo mercado para participar do follow on
emana uma mensagem negativa, que não pode ser ignorada.
Revisão de Preço: incorporação 1S23, plano de transformação
e follow on
Mostrar mais