09/08/2019 às 05h00Preço em queda faz Suzano rever investimentoPor Stella Fontes | De São PauloO cenário mais difícil do que o esperado para o negócio de celulose, cujos preços exibem queda acentuada neste ano, levou a Suzano a reduzir os investimentos previstos para 2019. A maior produtora mundial de fibra de eucalipto prevê agora desembolsos de R$ 5,9 bilhões, quase 8% abaixo dos R$ 6,4 bilhões iniciais.Em entrevista ao Valor, o presidente da companhia, Walter Schalka, explicou que a medida faz parte de um conjunto de iniciativas financeiras que têm sido adotadas para proteger a e...
09/08/2019 às 05h00Preço em queda faz Suzano rever investimentoPor Stella Fontes | De São PauloO cenário mais difícil do que o esperado para o negócio de celulose, cujos preços exibem queda acentuada neste ano, levou a Suzano a reduzir os investimentos previstos para 2019. A maior produtora mundial de fibra de eucalipto prevê agora desembolsos de R$ 5,9 bilhões, quase 8% abaixo dos R$ 6,4 bilhões iniciais.Em entrevista ao Valor, o presidente da companhia, Walter Schalka, explicou que a medida faz parte de um conjunto de iniciativas financeiras que têm sido adotadas para proteger a empresa do cenário mais ácido. A Suzano também emitiu um bônus para alongar sua dívida e eliminou todos os compromissos que previam algum "covenant".Do lado operacional, a empresa reiterou a mensagem de que produzirá menos do que o volume que pretende vender neste ano, para ajustar seus estoques. Em maio, a companhia havia anunciado que a produção ficaria entre 9 milhões e 9,4 milhões de toneladas, abaixo da capacidade instalada de 11 milhões de toneladas. Ontem, informou que o volume ficará no piso do intervalo, "a depender das condições do mercado global de celulose".A meta é chegar ao fim do ano com estoques menores - a companhia não informa o nível almejado -, que no encerramento do segundo trimestre permaneciam em torno de 3 milhões de toneladas, com aumento marginal em relação a março. De abril a junho, foram produzidas 2,22 milhões de toneladas da fibra, queda de 8% na comparação anual e alta de 2% ante os três primeiros meses do ano. As vendas, por sua vez, caíram 14% ante o segundo trimestre do ano passado, a 2,21 milhões de toneladas. Na comparação com o primeiro trimestre, houve alta de 28%.Segundo Schalka, o negócio de celulose enfrenta um desafio conjuntural, externo à companhia, e a expectativa é de que haja recuperação gradual dos preços em algum momento. A boa notícia é que não houve queda no consumo de fibra na China e, agora, há retomada na produção de papel no país asiático, o que indica que houve regularização dos estoques nos clientes. "Ainda existe um certo volume de estoques no mercado, acima da necessidade e do nível adequado. Há rumores de fechamento de várias capacidades e isso provavelmente levará a um processo gradual de recuperação [dos preços], mas é difícil falar em prazos".No segundo trimestre, a Suzano teve receita líquida de R$ 6,67 bilhões, com queda de 16% na comparação anual e alta de 17% frente aos três primeiros meses do ano. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 24%, a R$ 3,1 bilhões, mas subiu 12% na comparação trimestral. A última linha do balanço ficou positiva em R$ 700 milhões, ante prejuízo de R$ 2,06 bilhões um ano antes, beneficiada pelo impacto positivo da desvalorização cambial na parcela da dívida em moeda estrangeira e pela linha de depreciação, exaustão e amortização, ainda na esteira da compra da Fibria.Segundo Schalka, a Suzano demonstrou resiliência e disciplina operacional e financeira no trimestre, e a captura de sinergias com a Fibria está dentro do esperado. "A companhia é resiliente e está tranquila para enfrentar o mercado", disse. Para o executivo, a recuperação dos resultados na comparação trimestral é sustentada.https://www.valor.com.br/empresas/6384149/preco-em...
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