Para este ano, o presidente do Santander Brasil Sérgio Rial prevê um desenvolvimento maior do segmento de multimercados, com o lançamento de novos fundos, a contratação de pessoal especializado e um acompanhamento cuidadoso do desempenho dos produtos. De acordo com ele, apesar de apresentar resultados positivos no último ano, o banco ainda atua pouco na modalidade, que passará a ganhar mais atenção.
Rial detalhou hoje a jornalistas os resultados do Santander em 2015, quando a instituição registrou lucro líquido de R$ 6,6 bilhões, 13,2% mais que no ano anterior. Os destaques do balanço ficaram com as áreas de varejo, crédito consignado e controle de custos. “Estamos numa posição confortável de capital e liquidez”, garantiu o executivo.
A carteira de crédito do banco cresceu 6,6%, para R$ 330,9 bilhões. Só o segmento de pessoa física avançou 8,3% no período, puxada pelo consignado e pelo crédito imobiliário. Mesmo sendo a aposta do Santander em 2015, a carteira de crédito para pequenas e médias empresas teve recuo de 0,5%, pressionada pelo cenário econômico.
O indicador de inadimplência acima de 90 dias, por sua vez, caiu 0,1 ponto percentual no ano passado, para 3,2%, praticamente estável. Por fim, as receitas do Santander subiram 7,3% e bateram os R$ 11,8 bilhões. As despesas do banco aumentaram 3,4% no ano, metade da inflação no período, e totalizaram R$ 17,3 bilhões.
Privados e públicos juntos
Sobre o futuro da política econômica brasileira e a entrada do novo ministro Nelson Barbosa, Rial limitou-se a comentar que há a necessidade de uma política fiscal consistente para que o mercado volte a ter uma previsibilidade sobre a gestão federal.
Uma vez resolvida a questão das contas públicas, a inflação local retrocedendo e o mundo em ritmo de deflação, o executivo sugeriu que o governo redesenhasse instrumentos de política monetária, a fim de flexibilizar as regras exclusivas para bancos privados.
Na visão dele, os instrumentos monetários brasileiros poderiam ser usados para nortear bancos públicos e privados, com uma mesma regulamentação. “Não precisamos dessa divisão entre público e privado, somos bancos, cuja natureza do controle pode ser pública ou privada, envolvendo todo o sistema financeiro. Hoje, há amarras para os bancos privados”, afirmou.