Dólar desaba nesta sexta-feira, último pregão de Abril, mesmo com Banco Central voltando a intervir no câmbio

A moeda norte-americana encerrou o último pregão de abril em forte baixa, negociado abaixo de R$ 3,45. A forte desvalorização do dólar ocorreu a despeito da volta das intervenções do Banco Central (BC) no câmbio, tentando segurar o forte movimento de baixa e não obtendo sucesso. Foi a primeira ação do BC em toda a semana. Os investidores continuam entusiasmados com, a cada vez mais concreta, possibilidade de troca de governo: sai Dilma, entra Temer. E mais que isso, entusiasmam-se com o suposto plano de ajuste econômico e com a suposta equipe que deve gerir a economia brasileira nos próximos meses.

Em 2016, após oitenta e um pregões, o dólar acumula uma queda de 12,86% ante o real. São trinta e seis pregões de alta contra quarenta e cinco de baixa. No ano passado, a divisa dos Estados Unidos fechou cotada a R$ 3,9470 para compra e a R$ 3,9480 para venda.

No mês abril, após vinte pregões, a moeda norte-americana acumulou uma desvalorização de 4,34%. Foram onze pregões de baixa contra nove de alta. No último pregão de março, o dólar fechara cotado a R$ 3,5935 para compra e a R$ 3,5963 para venda.

Dólar Hoje

O dólar caiu 1,64% ante o real nesta sexta-feira, 29 de abril de 2016, negociado a R$ 3,4382 para compra e a R$ 3,4401 para venda. Ao longo do dia, a cotação da moeda norte-americana oscilou entre R$ 3,4380 (valor mínimo) e R$ 3,4920 (valor máximo).

Cenário Internacional

No cenário externo, o dólar também perdeu força ante as demais moedas ainda na esteira de dados econômicos dos Estados Unidos, que mostraram números mais fracos do crescimento econômico, e depois de o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, mostrar cautela em sua intenção de elevar a taxa básica de juros do país.

Cenário Nacional

No cenário local, os investidores continuaram de olho nos próximos passos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, que poderá afastá-la do cargo.

Na véspera, a comissão especial do Senado ouviu as denúncias para o pedido de impedimento e, nesta sexta-feira, foi a vez da defesa da presidente falar aos senadores.

A sessão de hoje também foi marcada ainda pela formação da Ptax de abril, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais, o que trouxe alguma volatilidade aos negócios.

Banco Central 

No pregão desta sexta-feira, o Banco Central (BC) voltou a atuar no mercado de câmbio brasileiro, tentando segurar a tendência de queda do dólar ante o real. Pela manhã, a autoridade monetária anunciou quatro leilões de swaps cambiais reversos, equivalente à compra futura de dólares. Em três deles, conseguiu vender 28,6 mil contratos.

À tarde, o BC ofertou mais US$ 2 bilhões com compromisso de recompra, em um tipo de operação conhecida como leilão de linha. Segundo a assessoria de imprensa do BC, o objetivo dessa oferta é a rolagem dos contratos com vencimento próximo.

As ações de hoje foram as primeiras intervenções do BC na semana, quando resolveu dar uma trégua para o dólar.

O BC vinha intervindo fortemente no mercado de câmbio até a semana anterior, ofertando leilões de swaps cambiais reversos diariamente. Esse tipo de operação equivale à compra futura de dólar e tende a valorizar o preço da moeda. Recentemente, no entanto, a autoridade monetária reduziu a intensidade de intervenções.

Variação da Cotação do Dólar Comercial em 29 de Abril de 2016