O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou hoje, em sessão pública de julgamento, a compra da totalidade do capital social do HSBC Brasil. Segundo fator relevante do Bradesco, a publicação da decisão deverá ocorrer nos próximos dias. Segundo o banco, considerando que a aquisição foi aprovada por todos os órgãos reguladores, o banco terá agora 20 dias para fazer o pagamento ao HSBC e concluir o negócio, provavelmente no início de julho.
A partir daí, o Bradesco começará o processo de integração dos sistemas e das agências, o que pode levar de 90 a 100 dias. A estimativa do banco é de que a transferência dos cerca de 5 milhões de clientes, 851 agências e 448 postos de serviços do HSBC para o Bradesco ocorra, portanto, em outubro.
A aprovação da operação foi condicionada à assinatura de um Acordo em Controle de Concentração, por meio do qual o Bradesco comprometeu-se com a adoção de alguns compromissos comportamentais, organizados em seis eixos. O primeiro, a melhoria na comunicação e transparência de informações relativas aos serviços. O segundo, o incentivo à portabilidade do crédito para os clientes originários do HSBC Brasil. O terceiro, ações de treinamento para o pessoal interno, com consequentes reflexos na prestação de serviços pelo Bradesco.
O quarto eixo será a adoção de medidas para o aprimoramento nos indicadores de qualidade do atendimento aos clientes; O quinto, a implementação de política interna de conduta concorrencial, aderente ao Guia de Compliance do Cade. E o sexto e último, a restrição à aquisição de instituições financeiras e administradoras de consórcios no Brasil pelo prazo de 30 meses a contar da data de publicação da decisão do Cade no Diário Oficial da União.
A restrição a aquisições feita pelo Cade, porém, não se aplica a operações que, a critério do Banco Central, sejam consideradas de interesse do sistema financeiro nacional, bem como operações de aquisição de participação em instituições financeiras nas quais o Bradesco já possua participação societária majoritária. A restrição também não se aplica a operações de aquisição de instituições financeiras por parte de sociedades nas quais o Bradesco já possua participação societária minoritária ou controle compartilhado.
Segundo o banco, as exigências não afetam a estrutura ou o valor da operação. A celebração do contrato de compra e venda de ações para a aquisição de 100% do HSBC Brasil, pelo valor de US$ 5,186 bilhões (R$ 17,5 bilhões pelo câmbio de hoje), foi divulgada pelo Bradesco em fato relevante em 3 de agosto do ano passado. O preço a ser pago será ajustado pela variação patrimonial do HSBC entre 31 de dezembro de 2014 e a data do fechamento da operação.
Com a operação, o Bradesco ampliará seus ativos totais em 16,2%, para R$ 1,255 trilhão, considerando os números de dezembro de 2015. Os depósitos subirão 28,7%, para R$ 251,9 bilhões, e a carteira de crédito em 15%, para R$ 545,3 bilhões. Os recursos captados e administrados aumentarão em 15,9%, para R$ 1,751 trilhão.
O total de correntistas subirá 19,2%, para 31 milhões, enquanto o número de agências aumentará em 18,9%, para 5.358. Os postos de atendimento crescerão 12,8%, para 3.959.