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Acordo da OPEC e crise política no Brasil

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Os produtores não participantes do cartel da OPEC aceitaram cortar sua produção e isso fez os preços explodirem nos mercados.

O barril do petróleo WTI está sendo negociado a US$ 53,93 e o Brent a US$ 56.70. Veja o gráfico:

O dólar está em alta em relação a maior parte das moedas globais, em função da posição mais preventiva dos mercados, enquanto esperam a reunião do FOMC do FED que definirá a alta dos juros básicos, FED Funds, na quarta feira. O Euro está saindo a US$ 1,054 e o yen a 115,85 yen/dólar. Essa forte desvalorização das moedas faz com que os preços em dólares das principais commodities subam. O futuro do minério de ferro sobe forte, acompanhando o petróleo. As treasuries de 10y dos EUA estão saindo com juros de 2,50% e as da Alemanha a 0,40%. Os juros altos refletem a postura mais conservadora dos agentes e vai influenciar moedas e ações.

Destaque absoluto para o petróleo e para a reunião do FED.

Brasil

O governo Temer deu uma ótima tacada com a manutenção do Senador Renan Calheiros na presidência do Senado e isso assegurou a volta do Ibovespa para o patamar dos 60.500 pontos, dólar a R$ 3,37 e os juros para 2021 a 11,79. Tudo caminhava bem, com a perspectiva de votação da PEC do teto para amanhã de amanhã e grande velocidade na discussão da reforma da previdência. Porém, os jornais e revista do final de semana estamparam revelações importantes da delação do Sr Claudio Melo Filho, diretor da Odebrecht. Praticamente todos os principais nomes do governo e de sua base de sustentação estão envolvidos em algum tipo de doação, incluindo o presidente Michel Temer.

Todos os principais jornais, rádios e TV´s focaram-se em mais esse capítulo da Lava a Jato e isso deve minar ainda mais a credibilidade do governo. Pesquisas do Data Folha mostram a aprovação do governo em forte queda e a reprovação aceleradamente em alta.

O presidente se reuniu ontem, em Brasília, com seus principais estrategistas, quase todos eles envolvidos nas delações, para tentar apresentar uma política para mais essa onda de más notícias. As repostas foram bem articuladas em duas direções: o governo mostra-se altamente irritado com o vazamento da delação do Sr Claudio e, adicionalmente, produzirá uma pauta de ações para estimular a economia e tentar disseminar um pouco de boas notícias nesse cenário pessimista. A negação da delação pode ser uma boa tentativa e ela já tem sido feita atacado pela maioria dos delatados que têm imunidade. Aposta-se na diluição do mal estar ao longo dos dias e na demora do STF em conduzir os processos, que ficam, a partir daí, sob sigilo total. Quanto à tentativa de produção de uma agenda econômica positiva não se deve esperar muito. A principal bala no revolver do governo contra a depressão econômica é requentar um programa de estímulo aos emprego elaborado por Dilma Roussef. Com pouco mais de R$ 1 bilhão de reais distribuídos pelo FAT em quatro anos, espera-se poupar do desemprego 200 mil trabalhadores, por meio da redução da jornada de trabalho e dos salários.

A crise política, nuvem permanente no nosso horizonte, deve pular para um patamar diferente nessa semana.

Quarta feira sairá o que consideramos o principal indicador econômico da semana: o o índice de atividade do Banco Central. Ele se juntará à produção industrial divulgada na semana passada e nos permitirá saber se o primeiro mês do último trimestre sinaliza ou não se o PIB continua a cair.

 

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