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Ibovespa sobe e volta aos 64 mil pontos, maior nível desde outubro; dólar cai com Trump

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O Índice Bovespa (BOV:IBOV) fechou em alta de 0,82%, os 64.354 pontos, o maior nível desde 31 de outubro do ano passado, quando encerrou o dia em 64.924 pontos. O mercado brasileiro refletiu a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que indicou novos cortes de 0,75 ponto nos juros nas próximas reuniões, e ignorou a queda das bolsas lá fora, preocupadas com novas declarações desastrosas do futuro presidente americano Donald Trump. Hoje ele derrubou o dólar ao afirmar em entrevista ao The Wall Street Journal que a moeda estava muito valorizada.

Estrangeiros trouxeram R$ 2,4 bi no mês

No Brasil, os estrangeiros continuam dando gás ao mercado, com uma entrada líquida de R$ 2,4 bilhões no ano até dia 13, sexta-feira passada. O volume negociado hoje foi relativamente bom, com R$ 7,07 bilhões, perto da média do ano passado de R$ 7,4 bilhões.

Vale puxa queda do índice

O destaque do dia foram novamente as ações da Vale, desta vez pela queda. O papel preferencial (PN, sem voto), série A (BOV:VALE5) fechou em baixa de 1,96%, com o maior volume negociado na bolsa. Vale ON (BOV:VALE3) (papel ordinário, com voto) caiu mais, 3,93%, e junto com o papel PN liderou as quedas do índice no dia, levando junto Bradespar PN (BOV:BRAP4), 1,73% de baixa, holding que investe em papéis da mineradora. Completam a lista das maiores baixas do dia Cielo ON (BOV:CIEL3), com 1,74% de baixa, e Gerdau PN (BOV:GGBR4), 1,59%. A queda da Vale refletiu o recuo de 2,51% do minério de ferro na China, para US$ 81,55 a tonelada.

Bancos ajudam na alta

Os bancos ajudaram a alta do Ibovespa, com Itaú Unibanco PN (BOV:ITUB4) ganhando 2,69%, Bradesco PN (BOV:BBDC4), 2,86%, Banco do Brasil ON (BOV:BBAS3), 1,62% e a unit (recibo de ações) do Santander (BOV:SANB11), 2,27%.

Petrobras PN (BOV:PETR4) subiu 0,44% enquanto o papel ON (BOV:PETR3) caiu 0,44%, acompanhando os preços do petróleo. A empresa anunciou após o fechamento que concluiu a captação de US$ 4 bilhões no exterior com taxas mais baixas que emissões anteriores e procura de US$ 19 bilhões.

As maiores altas do dia foram das empresas de educação Kroton ON (BOV:KROT3) e Estácio ON (BOV:ESTC3), com 4,04% cada. Cosan ON (BOV:CSAN3) subiu 3,60%, Cyrela Realty ON (BOV:CYRE3), 3,56% e Cemig PN (BOV:CMIG4), 3,03%.

Theresa May e Brexit

No mercado internacional, a fala de Trump derrubou o dólar e trouxe preocupação para os mercados. Na Europa, os mercados também reagiram às declarações da primeira-ministra britânica Theresa May. Ela afirmou que o processo de saída do país da União Europeia vai passar pelo Parlamento, o que trouxe alívio para os investidores, uma vez que o processo deverá demorar mais. Além disso, Theresa disse que vai buscar manter as relações comerciais com a União Europeia mesmo após a saída do país do acordo. May afirmou que vai limitar a imigração, o que foi visto como incoerente com a proposta do Brexit.

Mesmo assim, a libra esterlina se valorizou, ajudada também por Trump. A alta da libra, porém, derrubou os papéis de exportadoras britânicas e o Financial Times fechou em queda de 1,46%. A inflação ao consumidor (IPC) britânico também acelerou, para 1,6% nos 12 meses encerrados em dezembro, acima do 1,4% esperado pelo mercado.

O Índice Euro Stoxx 50 terminou o dia em queda de 0,29%, enquanto o DAX, de Frankfurt, recuou 0,12% e o CAC, de Paris, 0,46%.

Petróleo tipo Brent fecha em queda

No mercado de petróleo, o tipo WTI, negociado em Nova York, fechou em alta, de 0,32%, com o barril negociado a US$ 52,54. A alta foi provocada pelo ajuste de negócios de ontem, que foram liquidados hoje por conta do feriado de Martin Luther King Jr na segunda-feira. Já o Brent, de Londres, caiu 0,63%, para US$ 55,51.

No mercado americano, o Índice Dow Jones recuou 0,30%, mesmo percentual de queda do Standard & Poor’s 500. O Nasdaq caiu 0,63%, indicando o aumento das preocupações com a posse do presidente Donald Trump na sexta-feira. Hoje o dólar caiu para o menor nível em um mês em relação a outras moedas depois de Trump afirmar que a moeda americana estava valorizada demais.

Dólar cai 0,8% no Brasil

No Brasil, o dólar caiu, acompanhando a moeda americana no exterior e pela atuação do Banco Central, que anunciou que vai renovar os contratos de swap cambial que vencem em fevereiro. Os swaps funcionam como venda de dólares futuros e servem para evitar a alta da moeda. O dólar comercial fechou em baixa de 0,80%, vendido a R$ 3,213. Já o dólar turismo subiu 1,51%, para R$ 3,36 para venda.

Juros ganham força no fim do dia

No mercado de juros futuros, as projeções passaram o dia em baixa, mas subiram no fim dos negócios. O contrato mais curto, para janeiro de 2018, fechou projetando 11,055% ao ano, ante 11,35% ontem. Para janeiro de 2019, a taxa subiu para 10,52%, ante 10,49% ontem. E, para 2021, a taxa subiu para 10,77%, ante 10,75% ontem.

O mercado de juros refletiu a ata do Copom, que mostrou que a fraqueza da economia surpreendeu o BC e deve garantir mais alguns cortes de 0,75 ponto na Selic nas próximas reuniões. Também o IGP-10 mostrou pressão nos preços no atacado enquanto o presidente do BC, Ilan Goldfajn afirmou em Davos que a recuperação da economia não depende só dos juros e que é preciso avançar nas reformas, especialmente a da Previdência.

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