Os investidores estrangeiros tiraram da bolsa brasileira R$ 1,229 bilhões na quarta-feira, dia 12, em meio à piora das expectativas internas com a divulgação da lista de acusados delatados pela Odebrecht pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) e pelos sinais de retrocesso na reforma da Previdência na Câmara. Além disso, o cenário internacional piorou com as ameaças do presidente Donald Trump ao governo norte-coreano de Kim Jong-un, que podem levar a um conflito nuclear na Ásia. A saída dos estrangeiros fez o Índice Bovespa recuar na quarta-feira 0,73%.
Com a saída, o saldo de estrangeiros na Bovespa neste mês passou de R$ 940 milhões positivos no dia 11, terça-feira, para R$ 288,8 milhões negativos na quarta-feira, dia 12, segundo dados da B3, a nova bolsa. O saldo no ano também recuou e agora está em R$ 3,248 bilhões positivos.
A saída dos estrangeiros explica a queda do Ibovespa na semana passada. O índice perdeu 2,2% e terminou sexta-feira em 62.826 pontos, voltando aos níveis do início do ano. Isso se explica pelo fato de os estrangeiros representarem 54,4% do volume negociado na Bovespa neste mês, ou seja, de cada R$ 100 negociados na bolsa brasileira, R$ 54,40 eram de estrangeiros.
A presença dos estrangeiros aumentou este mês, em relação aos 52,8% de março. Ao mesmo tempo, a queda no índice neste mês, que já chega a 3,3%, segundo dados da Economática, afastou as pessoas físicas, que reduziram sua participação de 16,6% em março para 14,8% neste mês. Os institucionais seguem com 24,5% do volume ligeiramente abaixo dos 25,2% de março.
No ano, a média de participação dos estrangeiros no mercado acionário brasileiro está em 51,1%, um pouco abaixo dos 52,3% de 2016. As pessoas físicas estão com 17,5%, perto dos 17% do ano passado e os institucionais, 25,5%, ante 24,9% de 2017.
O volume médio negociado na Bovespa subiu 3% este mês, para R$ 8,463 bilhões por dia, ante R$ 8,218 bilhões em março. No ano, a média está em R$ 8,095 bilhões, 9,2% acima dos R$ 7,416 bilhões de 2016.