Bancos e consultorias esperam deflação maior do IPCA em junho

Após o IPCA-15 de junho divulgado hoje, com alta de 0,16%, bancos e consultorias reviram ainda mais para baixo sua projeção para o IPCA deste mês, usado pelo Banco Central como referência de suas metas de inflação. A maioria já esperava queda para este mês e agora preveem uma deflação ainda maior.

Foi o que fez o Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que revisou para baixo a projeção do IPCA de -0,12% para -0,17%. Para julho, a projeção também recuou de 0,23% para 0,16%.

Caso essas projeções se efetivem, o IPCA acumulado em 12 meses alcançará 3,1% em junho e 2,7% em julho. Estes resultados estão abaixo do centro da meta de inflação de 4,5% prevista para este ano pelo Banco Central.

A MCM Consultores espera, para o fechamento de junho, queda próxima de 0,15%. O recuo em relação aos resultados do IPCA de maio e do IPCA-15 de junho será determinado basicamente pela retração esperada para energia elétrica em virtude da dissipação dos efeitos da retirada do desconto referente à Angra III das tarifas e do acionamento da bandeira verde neste mês. Adicionalmente, espera-se incremento da redução de combustíveis. Alimentação no domicílio permanecerá como fonte de pressão baixista. Com esse resultado, o IPCA irá acumular variação ao redor de 3,1% em 12 meses ante 3,60% em maio.

Com base no novo conjunto de informações e no comportamento recente bem mais benigno que o esperado dos preços dos alimentos, a  MCM revisou a projeção para o ano como um todo, passando de 4,0% para 3,75%. Essa previsão é compatível com os resultados obtidos nas simulações dos modelos do BC usando as projeções da consultoria para o cenário básico para PIB, taxa de câmbio, juros e preços administrados. Para esse conjunto de preços, a MCM estima uma alta de 5,6%, contemplando a premissa de acionamento da bandeira amarela nas contas de luz a partir de agosto e manutenção dessa bandeira até o final do ano. O impacto no IPCA desse aumento na tarifa para os consumidores é de 0,16 pontos percentuais.