ADVFN Logo

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for alerts Cadastre-se para alertas em tempo real, use o simulador personalizado e observe os movimentos do mercado.

Vale quer reduzir dívida e aumentar dividendos no 2ª tri

LinkedIn

A Vale (BOV:VALE3) divulgou recentemente um lucro líquido de US$ 16 milhões (R$ 51 milhões) no segundo trimestre do ano, com queda de 98,6% sobre o US$ 1,106 bilhão (R$, 3,54 bilhões) do mesmo período do ano passado e 99% menos que os US$ 2,490 bilhões (R$ 7,96 bilhões) do primeiro trimestre.

A queda dos preços do minério de ferro de 26,6% na cotação média, de 10,2% no preço do níquel e de 3% em cobre, todos em comparação com o trimestre imediatamente anterior, e o aumento dos custos com maior volume vendido, frete e contingências pressionaram o desempenho operacional da mineradora. Houve ainda o impacto não recorrente da variação do dólar, que reduziu o lucro em US$ 610 milhões, e as provisões (impairment) de operações descontinuadas de US$ 414 milhões nas quais se incluem US$ 268 milhões da Mosaic e US$ 133 milhões de minas no Canadá.

Além da menor geração e caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida ou Ebitda), a margem Ebitda também se deteriorou, saindo dos 50,6% registrados no primeiro trimestre para 37,7%.

Como destaque positivo, houve o  Ebitda ajustado, de US$ 2,729 bilhões, que cresceu 16% sobre o mesmo trimestre do ano passado, mas caiu 37% sobre o primeiro trimestre, e uma leve redução na dívida líquida. A produção também apresentou novo recorde para o segundo trimestre, atingindo 86,2 milhões de toneladas, 11,2% acima do mesmo trimestre do ano passado e contribuindo para um aumento de 8,4% em relação ao primeiro trimestre da venda de minério de ferro, para 60,9 milhões de toneladas.

A dívida líquida teve uma pequena redução de US$ 655 milhões do primeiro para o segundo trimestre, fechando junho em US$ 22,122 milhões. A empresa confirmou a projeção de reduzir essa dívida para US$ 15 bilhões no fim deste ano e  zerá-la nos próximos, o que reduziria seu risco com as oscilações do mercado.

Zerar dívida

Em entrevista coletiva, o novo presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou que quer zerar o débito da mineradora no menor prazo possível. “A Vale tem uma característica especifica que é uma dependência grande do minério de ferro, cujo preço é muito volátil”, afirmou. “Fazer um calculo de qual dívida a empresa deve ter, com essa volatilidade, não dá, então o certo é não ter dívida nenhuma, por isso, US$ 15 bilhões é muito”, explicou. Segundo ele, a dívida deve bater em US$ 15 bilhões em algum momento do ano que vem e depois vai cair  mais. “Não faz sentido carregar dívida, é muito perigoso, não é o que a Vale deve fazer”, afirmou.

Mais dividendos

Ele defendeu também o aumento do pagamento de dividendos, lembrando que essa foi uma de suas bandeiras na presidência da fabricante de celuloso Fibria. “Sou totalmente a favor do pagamento de dividendos, foi assim na Fibria, onde trabalhei para aumentar a remuneração dos acionistas, e vamos fazer o que for possível para expandir os dividendos da Vale”, disse.

Revisão na projeção de produção

A empresa revisou também suas projeções de produção. O guidance antigo era de chegar a 360 milhões a 380 milhões de toneladas este ano e agora está mais próxima de 360 a 365 toneladas. Já em 2018, a produção não deve chegar a 400 milhões de toneladadas. Apesar do crescimento menor, o ganho deve ser maior pois a parcela do minério de Carajás, que tem maior teor de pureza, subirá para 45% no total do mix em 2018.

Mais pelotização

Schvartsman disse ainda que a empresa vai aumentar quantidade de unidades de pelotização, processo que acelera a produção de aço e valoriza as vendas da empresa. Segundo ele, o mercado está tão aquecido que a empresa está olhando todas as alternativas. A primeira é reativar a usina de São Luiz do Maranhão, que vai voltar a operar em 2018, e unidades 1 e 2 no Espírito Santo, que poderiam voltar à atividade. “Mas a sociedade capixaba tem de nos dizer que quer que voltemos, temos de falar a mesma linguagem, temos de equacionar questões pendentes no Espírito Santo”, disse o presidente da Vale.

Reestruturação deve ter redução de custos, centralização e seletividade

Ele disse também que não pode divulgar os resultados do diagnóstico encomendado para reestruturar a empresa enquanto ele não for aprovado pelo conselho. Mas os pontos principais devem ser a redução de custos e o centro de operações integradas. “É integrar todas as unidades no Brasil, portos, ferrovias, minas”, diz.

Menos níquel e mais cobre

Há ainda uma mudança no foco da empresa para metais básicos e com rentabilidade. “Especialmente no caso do níquel, esse é um segmento que terá de deixar de viver do preço futuro para o preço presente”, diz. Schvartsman cita o caso da unidade da Nova Caledônia, que nos últimos anos foi um “sorvedouro de recursos” nos últimos anos sem trazer retorno. “Não vamos mais colocar recursos, a Nova Caledônia terá de produzir retornos hoje, não no futuro”, diz.

A estratégia do níquel veio com uma expectativa de resultados futuros. “Investimos em novas minas, com expectativa que o produto teria um belo futuro quando o preço subisse, mas como ssio não ocorreu, estamos cortando o investimento em nova capacidade e vamos parar de investir em recuperação de capacidade que está se esgotando”, afirmou. “Quando rentabilizar, voltamos a investir”, disse.

Já no caso do cobre, a situação é diferente, afirma o presidente da Vale. Hoje talvez seja commodity de mais futuro e escassez pois as minas estão se exaurindo e a demanda não para de crescer com carros elétricos e baterias. “O que não queremos fazer no níquel vamos fazer no cobre, fazer todo investimento necessário para torna-lo mais rentável”, afirmou.

Samarco, sem previsão

Sobre a Samarco, Schvartsman disse que não há ainda como definir uma data para o retorno das operações. “Fico mais chateado com a situação, pois a preocupação central é a consciência social da companhia, mais até que as questões econômica e financeiras.”

Comprar ou vender Vale?

Para a corretora Coinvalores, os números da Vale ficaram um pouco aquém das expectativas. Mas a médio e longo prazo, a corretora manteve visão positiva para as operações da companhia.

Já o BB Investimentos diz que mantém uma visão otimista para a empresa, com recomendação de compra e preço justo de R$ 38,50. O banco lembra que a demanda por minério da China continua alta, especialmente por produto de alta qualidade de teor de ferro, caso da Vale, por conta dos indicadores de economia chinesa mais forte no setor de moradias e construção. Há ainda a reestruturação operacional da Vale, com corte em investimentos menos rentáveis, a redução do endividamento, o aumento da produção da mina S11D, uma das maiores do mundo, e os ganhos de margem do aumento de produção no Sistema Norte.

O risco, porém, continua nos preços do minério de ferro, que vêm oscilando fortemente, e os estoques crescendo nos portos da China, que podem levar a uma queda temporária na demanda e derrubando as cotações.

Já o UBS recomenda vender as ações da Vale, com um preço de US$ 7 (R$ 22,40). O banco suíço avalia que o preço do minério não é suficiente pois a oferta de produtos de pior qualidade acabam por eliminar o prêmio do minério de maior teor de ferro da Vale. Os custos da empresa também estão subindo com a tarifa ferroviária de transporte do minério, além de custos de manutenção e armazenamento.

Minério de ferro é o grande risco

Mas a principal preocupação é com o preço do minério de ferro. O UBS diz que a expectativa é que os preços continuem se mantendo por conta da produção de aço sustentável e pelos estímulos dados para o setor de construção no primeiro semestre, que vão ter efeito no segundo semestre. A equipe do UBS afirma que as novas construções na China devem continuar fortes por mais um trimestre.

Depois disso, porém, a expectativa é de desaceleração na venda de casas pela antecipação de pagamentos dos imóveis, por medidas restritivas do governo e redução de incentivos das cidades para reduzir as moradias improvisadas. Isso pode levar o minério a ficar estável, em torno de US$ 65 a tonelada no terceiro trimestre, seguido de uma correção de 18%, para US$ 53 a tonelada no quatro trimestre de 2018, o que poderia levar a um potencial de queda de 25% para a Vale.

Deixe um comentário