O Ibovespa, indicador do desempenho das ações negociadas na Bovespa, vêm apresentando resultados muito positivos nos últimos tempos. Desde o dia 11 de setembro, o índice já superou o seu patamar recorde de fechamento 6 vezes, definindo o marco de 76.004,15 pontos. Porém, diante do cenário econômico atual, especialistas afirmam que a reação dos investidores pode estar exagerada.
O economista Marcel Balassiano, pesquisador de Economia Aplicada do FGV IBRE, defende que, de uma perspectiva macroeconômica, não há nada que embase essa movimentação do mercado, além de euforia. “A economia cresce, a Bolsa sobe. Esse movimento está certo”, comenta, mas mesmo assim, para ele, por mais que os indicadores econômicos apresentem uma melhora comparada com os últimos dois anos de recessão, eles não respaldam a atual positividade da B3.
“Os indicadores não sustentam o crescimento desse porte, mas na verdade no Brasil é sempre uma aposta que tudo vai dar certo”, afirma Marcelo Coutinho, especialista em mercado financeiro. Ele aponta que a baixa na taxa de juros e a calmaria internacional explicam a euforia dos investidores, mas defende a cautela. Coutinho não acredita que seja o momento para “entrar pesado” na Bolsa e que se deve estar preparado “colocar um stop, caso o mercado resolva reverter e descer”.
Ainda, Marcelo argumenta que a política nacional não está em seu melhor momento e que, como o consumo das famílias é o que está levando a economia no últimos meses, talvez o mercado não se sustente quando passar o efeito do final de ano, que eleva as compras.
Balassiano acredita que o melhor seria que a “Reforma da Previdência fosse aprovada logo”, já que ela é a grande questão atual e se não for agora, “ela terá que ser no próximo governo”. O aumento das dívidas públicas impede que o Estado invista para movimentar a economia e, consequentemente, fortalecer o mercado de forma sólida.