A Enel, empresa italiana que adquiriu em junho o controle da Eletropaulo (BOV:ELPL3), anunciou que investirá R$ 3,1 bilhões na distribuição de energia para a Grande São Paulo no período de 2019 a 2021. A empresa é responsável por entregar eletricidade para 7,2 milhões de clientes em 24 cidades da região metropolitana, incluindo a capital paulista.
A marca Eletropaulo também será substituída a partir de agora pelo nome da nova controladora. A mudança será divulgada por comerciais de televisão, além da alteração de toda a identidade visual da empresa, com reforma dos pontos de atendimento.
Entre os investimentos que serão feitos em São Paulo, está a construção de sete novas subestações. “Esses investimentos vão fortalecer a rede, automatizá-la, digitalizá-la no sentido de buscar cada vez mais indicadores melhores para os nossos clientes”, destacou o presidente da distribuidora da Enel em São Paulo, Max Xavier.
Fornecimento
Segundo Max Xavier, as melhorias devem reduzir os problemas de interrupção no fornecimento de energia, que são recorrentes, especialmente no período de chuvas, na metrópole. “Sabemos o quão importante é o fornecimento do insumo energia elétrica para a sociedade, em particular para uma região com a importância socioeconômica tão grande quanto são os 24 municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo”, disse.
A Eletropaulo recebeu sansões tanto dos órgãos de defesa do consumidor quanto das agências reguladoras pelas faltas de luz e demoras no reestabelecimento. Em agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acatou um recurso da Eletropaulo e reduziu para R$ 21,9 milhões uma multa aplicada em 2014 pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) pelas quedas no fornecimento de eletricidade.
Em 2015, o Procon de São Paulo multou a concessionária em R$ 3,7 milhões pela demora em reestabelecer o fornecimento de energia no Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar, em Osasco.
Medidores inteligentes
A instalação de medidores inteligentes de consumo também deve ajudar a diminuir a intensidade do problema. Segundo o chefe da Enel para América Latina, Maurizio Bezzeccheri, os aparelhos permitem, entre outras funções, identificar pontualmente os locais onde houve queda no fornecimento, facilitando os reparos. “A leitura inteligente diz imediatamente se você não tem energia. Isso te permite reduzir um dos parâmetros que mede a qualidade do serviço – número de horas sem luz por cliente no ano”, ressaltou.
A mudança no sistema de medidores é um dos focos dos investimentos da empresa para os próximos anos. Os equipamentos permitem diversos benefícios, como saber as variações de tarifa ao longo do dia, permitindo que os consumidores programem para usar a eletricidade em horários com preços mais favoráveis. Os equipamentos, no entanto, ainda precisar ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
Investimentos no Brasil
O gerente da Enel para o Brasil, Nicola Cotugno, disse que os investimentos estão inseridos em um planejamento total de 4 bilhões de euros (R$ 17,2 bilhões) no país. Desse montante, 2,2 bilhões de euros devem ir para o setor de distribuição e 1,6 bilhão de euros para a geração por fontes renováveis. Com a aquisição da Eletropaulo, a Enel se tornou líder na distribuição de energia no país, com um total de 17 milhões de clientes brasileiros. A empresa atua em mais de 30 países.