A MRV (BOV:MRVE3) elevou em 33,5% os lançamentos de imóveis no quarto trimestre ante igual período de 2017, para R$ 2,23 bilhões, enquanto as vendas contratadas ficaram praticamente estáveis em R$ 1,73 bilhão, informou a maior construtora da América Latina nesta terça-feira.
“A maior parte dos lançamentos aconteceu em dezembro, então faltou tempo para vendermos quantidade boa desses lançamentos”, explicou o copresidente da MRV, Rafael Menin, referindo-se ao descompasso entre os valores lançados e vendidos.
Além disso, instabilidades no sistema da Caixa Econômica Federal, que em novembro suspendeu a contratação de novas unidades habitacionais na faixa 1.5 do Minha Casa Minha Vida (MCMV) por falta de recursos, afetaram o repasse de imóveis, contou o executivo.
Como resultado, a MRV deixou de computar R$ 279 milhões em vendas.
Menin também citou ajustes nas regras de subsídios da faixa 1.5, que comprometeram algumas negociações. “Voltamos atrás e preferimos refazer com base na nova regra da Caixa, então a venda da faixa 1.5 foi muito menor desde 15 dezembro”, disse.
Anteriormente, a condição para uma família obter o subsídio máximo de R$ 47.500 reais era uma renda mensal bruta de até R$ 1.600 reais, limite que agora foi reduzido para R$ 1.200 reais.
Em 2018, a MRV lançou R$ 6,42 bilhões em imóveis, superando em 14,2% o desempenho de 2017. Já as vendas contratadas subiram 2,7%, a R$ 6,2 bilhões.
Para 2019, Menin afirmou que a companhia deve crescer em vendas e lançamentos, dados os sinais de retomada da economia, bem como a entrada da Letra Imobiliária Garantida (LIG) como uma fonte adicional de financiamento para o setor.
No primeiro trimestre, a MRV deve lançar mais que no mesmo período de 2018, disse o executivo, destacando a expectativa de normalização nas operações da Caixa. “O governo está fechando orçamento e deve bater martelo sobre os subsídios (à habitação) em breve… Não é ponto de preocupação”, afirmou.
A ação da MRV fechou esta terça-feira em queda de 0,6%, mas ainda acumula alta de mais de 10% neste ano. Em 2018, a desvalorização do papel foi de 2,3%.
Com Reuters.