A média das projeções do mercado para a taxa básica de juros (Selic) até o fim de 2020 caiu mais uma vez no intervalo de uma semana. Agora, foi de 3,25% ao ano para 3% ao ano, aponta Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado hoje com estimativas coletadas até o fim da semana passada.
No entanto, entre os economistas que mais acertam previsões, o chamado Top 5, a aposta é em uma taxa básica de juros ainda menor. A média das estimativas deste grupo para a taxa básica de juros no fim de 2020 teve a quarta queda consecutiva entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, agora de 2,75% para 2,50%, segundo o relatório.
Para 2021, a projeção para a Selic permaneceu em 4,50% entre os economistas em geral, mas recuou de 4% para 3,88% entre os campeões de acertos — possivelmente devido a uma divisão das estimativas entre 3,75% e 4,00%.
A mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano foi elevada de R$ 4,60 para R$ 4,80, segundo o Focus. Para 2021, o ponto-médio das projeções também subiu, mas apenas de R$ 4,47 para R$ 4,50 entre uma semana e outra.
Entre os economistas que mais acertam as previsões, a projeção do fim deste ano já estava em R$ 5,10 e teve um ajuste para R$ 5,08, enquanto a de 2021 permaneceu em R$ 5,20.
A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2020 teve a sexta queda consecutiva, agora de 2,52% para 2,23%. Para 2021, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também recuou, de 3,50% para 3,40%.
Entre o Top 5 a mediana para a inflação oficial caiu ainda mais, de 2,62% para 1,56%, em 2020 e de 3,45% para 3,10% em 2021.
Para os 12 meses seguintes, a pesquisa também indicou nova queda, de 3,07% para 2,86%, no IPCA acumulado.
A meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 4,00% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% para 2022, sempre com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
No caso do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020, as estimativas médias registaram a décima queda consecutiva, agora de -1,96% para -2,96%.
Os cortes refletem as mudanças nas expectativas anunciadas por bancos, corretoras, gestoras de recursos e consultorias nas últimas semanas, após o aumento dos receios quanto aos efeitos da pandemia de covid-19, causada pelo novo coronavírus, na economia.
Algumas instituições já projetam retração de 5% ou maior para o PIB brasileiro em 2020.
Para 2021, no entanto, o ponto-médio das expectativas teve nova elevação, 2,70% para 3,10%, com alguns economistas apostando numa forte recuperação das perdas deste ano no próximo.