Os Estados Unidos começaram a vender soja ao Brasil, depois que o maior exportador mundial reduziu as tarifas de importação para suprir a escassez doméstica.
Pelo menos uma carga foi vendida ao país na semana passada, e várias tradings avaliam como podem viabilizar a transação, segundo pessoas a par do assunto, que não quiseram ser identificadas. A carga será enviada de um porto do Golfo dos EUA neste ano, disseram as pessoas.
Ainda assim, tradings não esperam um grande fluxo de suprimentos dos EUA para o Brasil. Em parte porque os portos brasileiros estão adaptados para exportações de milho neste momento e “reverter a engenharia da estrutura exige muito tempo e recursos”, disse o Departamento de Agricultura dos EUA em relatório no início do mês.
Além disso, muitas unidades de processamento estão no interior do país, longe dos portos, elevando os custos logísticos da operação.
Também existe o risco da presença de uma variedade transgênica não aprovada no Brasil nas cargas vindo dos EUA. Diversos tipos de culturas se misturam em silos dos EUA, e há pelo menos nove variedades transgênicas comercialmente disponíveis de milho e soja aprovadas para cultivo nos EUA, mas que não são permitidas no Brasil, disse o USDA.
“Como os grãos não são separados por variedades antes da exportação, qualquer importador brasileiro em potencial precisaria apresentar um pedido de aprovação especial à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)”, disse o USDA.
“Há apenas duas reuniões da CTNBio agendadas para o restante de 2020 e, cada solicitação, se apresentada, teria que ser considerada caso a caso.”
A isenção tarifária para a importação de soja vai até 15 de janeiro e, para o milho, a suspensão termina em 31 de março.