
O Ibovespa passou o pregão alternando entre leves altas e baixas, mas acabou encerrando a segunda-feira (1) em campo negativo, em movimento de realização após novembro histórico. O índice de referência da B3 caiu 0,29%, fechando aos 158.611,01 pontos, depois de oscilar entre mínima de 158.029,48 e máxima de 159.223,92 pontos.
O giro financeiro somou R$ 22 bilhões, compatível com uma sessão de ajustes após forte rali. Em novembro, o Ibovespa engatou o quarto mês seguido de ganhos, cravou recordes de fechamento (159.072,13 pontos) e de intradia (159.689,03 pontos) e elevou a alta no ano para 32% até sexta-feira.
O ambiente externo também pesou no humor local. Em Wall Street, o S&P 500 recuou 0,53% no primeiro pregão de dezembro, abrindo espaço para algum desmonte de posições em emergentes. O dólar, por sua vez, subiu a R$ 5,360 na contramão do exterior, revertendo parte da queda de 0,31% de sexta, quando fechou a R$ 5,3353.
No front doméstico, a pesquisa Focus reforçou um cenário de inflação mais comportada, ainda que acima da meta central. As projeções do mercado para o IPCA recuaram de 4,45% para 4,43% em 2025 e de 4,18% para 4,17% em 2026, permanecendo em 3,80% para 2027 e 3,50% para 2028, dentro da banda de 1,5% a 4,5%.
As estimativas para o crescimento do PIB ficaram estáveis, em 2,16% para 2025 e 1,78% para 2026, enquanto o cenário de juros continua duro: a taxa básica é projetada em 15% ao ano para o fim de 2025, 12% em 2026 e 10,50% em 2027. O mercado também vê dólar a R$ 5,40 em 2025 e R$ 5,50 em 2026, com superávit comercial de US$ 62,9 bilhões no próximo ano e ingresso de US$ 73 bilhões em investimento direto.
As sinalizações do Banco Central ajudaram a manter a cautela. Em evento em São Paulo, o presidente Gabriel Galípolo afirmou que os dados de emprego e atividade pedem postura “humilde e conservadora” na condução da política monetária. Segundo ele, a queda simultânea do desemprego e da inflação com juros elevados mostra correlações econômicas “mal comportadas”.
Galípolo lembrou que a taxa de desemprego recuou para 5,4% no trimestre encerrado em outubro, menor nível da série desde 2012, ao mesmo tempo em que a inflação converge para o intervalo de metas. Nesse contexto, o BC tem reiterado a necessidade de manter a Selic em campo “bastante prolongado” restritivo, sem antecipar se o início dos cortes ocorrerá em janeiro ou apenas em março, ponto central para os investidores de renda variável.
O BC também buscou reforçar a confiança no sistema financeiro com o lançamento do BC Protege+, ferramenta que permite ao cidadão bloquear a abertura de novas contas em seu nome. O serviço gratuito, ativado via Meu BC com login do gov.br, já havia sido adotado por cerca de 7.800 pessoas até o meio da tarde, ajudando a conter fraudes com documentos falsos.
Na B3, o setor financeiro pesou sobre o índice após desempenho mais forte na sexta-feira. Banco do Brasil ON (BBAS3) recuou 0,93%, Itaú Unibanco PN (ITUB4) caiu 0,78%, Bradesco PN (BBDC4) perdeu 1,53% e Santander Brasil UNIT (SANB11) cedeu 0,85%, em sessão de realização de lucros e sensibilidade elevada às incertezas sobre o ritmo de queda da Selic.
Entre as blue chips, Petrobras e Vale ajudaram a limitar a perda do Ibovespa. PETR4 avançou 0,19% e PETR3 subiu 0,63%, amparadas pela alta do petróleo e pelo reajuste de 3,8% no preço médio do querosene de aviação (QAV), equivalente a acréscimo de R$ 0,13 por litro em relação a novembro e alta acumulada de 1,3% no ano. VALE3 ganhou 0,77%, na esteira da valorização de 1,14% dos futuros de minério de ferro em Dalian, a 801 iuanes (US$ 113,24) por tonelada.
No lado negativo, MBRF ON (MBRF3) tombou 5,02%, a R$ 18,36, aprofundando a correção desde as máximas de R$ 26,83 em meados de novembro, enquanto Minerva ON (BEEF3) cedeu 2,89%. A forte atenção global ao setor de proteínas ganhou um capítulo adicional com os casos de peste suína africana em javalis na região de Barcelona, que levaram o México a suspender importações de carne suína espanhola e, segundo o Goldman Sachs, podem abrir espaço para exportadores brasileiros como BRF e JBS.
Entre outros destaques, RD Saúde ON (RADL3) caiu 2,29%, em meio à proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões por capitalização de reservas, com bonificação de ações equivalente a 2% das ONs, e divulgação do plano de expansão de lojas em 2026. Eneva ON (ENEV3) subiu 3,42% após ser incluída em carteira recomendada do BTG Pactual para dezembro e ter a recomendação “outperform” reiterada pelo Santander Brasil, com preço-alvo de R$ 25,40. Lojas Renner ON (LREN3) avançou 0,06%, enquanto C&A Modas ON (CEAB3) recuou 4,28%.
No universo de maior volatilidade, Méliuz ON (CASH3), fora do Ibovespa, perdeu 3,23%, contaminada pela queda do bitcoin, que voltou a operar abaixo de US$ 90 mil após registrar em novembro a maior baixa mensal desde meados de 2021. Entre as campeãs de alta da B3, Recrusul (RCSL3) disparou 32%, Bioma Educação (BIED3) ganhou 12,98% e Ferbasa (FESA3) avançou 12,57%, enquanto AZT Energia (AZTE11) desabou 28%, Oi (OIBR3) caiu 25,93% e Sequoia (SEQL3) recuou 22,22%.
O pregão também foi marcado por forte concentração de liquidez em alguns papéis. Oi movimentou 79 milhões de ações, Itaúsa (ITSA4) superou 62 milhões, Cosan (CSAN3) girou 40 milhões, Petrobras PN (PETR4) negociou quase 30 milhões e Lojas Renner (LREN3) mais de 29 milhões. Vale (VALE3) registrou volume expressivo de 15,7 milhões de ações, enquanto Bradesco PN (BBDC4), Cogna (COGN3), Raízen (RAIZ4) e Weg (WEGE3) também figuraram entre os ativos mais líquidos.
Na economia real, o noticiário trouxe leituras mistas. A Sondagem Indústria da Construção da CNI/CBIC indicou nova alta do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que subiu para 49,2 pontos em novembro, maior nível desde março. O avanço de 3,4 pontos desde setembro reflete expectativas um pouco mais otimistas, com o indicador de expectativas em 51,6 pontos, mas ainda mostra ceticismo, já que o ICEI continua abaixo de 50, nível que separa pessimismo de confiança. Em paralelo, o setor segue cauteloso com emprego, novos empreendimentos e investimentos, em um ambiente de juros ainda em 15% ao ano.
💥 Confira outros destaques corporativos de hoje
Copasa (CSMG3)
Nesta segunda-feira, 1°, o texto que trata sobre a privatização da companhia mineira será analisado na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, última etapa antes de ser votado em primeiro turno. O projeto de lei que trata sobre a desestatização da Copasa chegou ao plenário na semana passada. Na quinta-feira, 27, parlamentares do bloco de oposição apresentaram 29 emendas ao texto, o que obriga o retorno da proposta do governo mineiro à Comissão de Fiscalização Financeira. A expectativa é que a comissão deve deixar o projeto pronto para votação em plenário no primeiro turno já na terça-feira, 2. Saiba mais
Azul (AZUL4):
Registrou em outubro receita líquida total de R$ 1,9 bilhão. A informação consta em um fato relevante enviado ao mercado na de sexta-feira, 28. O Ebitda ajustado somou R$ 716,4 milhões. O resultado operacional foi de R$ 484,4 milhões. A Azul destacou que os resultados são preliminares e não foram auditadas por seus auditores independentes. Saiba mais
Tupy (TUPY3):
Informou que seu conselho de administração decidiu, com efeito a partir de 1° de dezembro de 2025, pela extinção da vice-presidência estatutária de relações institucionais e sustentabilidade, cujo cargo é atualmente ocupado por Rafael Lemos de Oliveira. Saiba mais
Americanas (AMER3):
O conselho de administração da Americanas aprovou a eleição de Sebastien Durchon para exercer o cargo de diretor financeiro e de relações com investidores, com mandato que se inicia em 1° de dezembro de 2025. Saiba mais
Sanepar (SAPR4, SAPR11):
O conselho de administração da Sanepar resolveu destituir Marcos Domakoski do cargo de diretor adjunto de governança, riscos e compliance; Fernando Mauro Nascimento Guedes do cargo de diretor administrativo; e Julio Cesar Gonchorosky do cargo de diretor de meio ambiente e ação social. Foram eleitos Marcos Domakoski para exercer o cargo de diretor administrativo; Fernando Mauro Nascimento Guedes para exercer o cargo de diretor de meio ambiente e ação social; e Robson Augusto Pascoalini para exercer o cargo de diretor adjunto de governança, riscos e compliance. Os diretores eleitos tomarão posse em 1º de dezembro de 2025 e cumprirão mandato unificado até 10 de junho de 2026. Saiba mais
💰 Dividendos e Juros sobre Capital Próprio
WEG (WEGE3):
O conselho de administração da WEG (WEGE3) aprovou na sexta-feira, 28, o pagamento de dividendos complementares e juros sobre capital (JCP) próprio no valor total de R$ 1 bilhão e 900 milhões.
Itaúsa ((ITSA4, ITSA3):
Informou que seu conselho de administração, reunido nesta segunda-feira, 1° de dezembro, aprovou a declaração de proventos adicionais no valor bruto de R$ 8,722 bilhões, que terão como base de cálculo a posição acionária final do dia 9 de dezembro de 2025.
Bradesco (BBDC4):
O Bradesco paga nesta segunda-feira, 1°, juros sobre o capital mensal no valor líquido de R$ 0,01 por ação ordinária e R$ 0,01 por ação preferencial. A data-base foi 3 de novembro.
Banestes (BEES3):
O Banestes paga nesta segunda-feira, 1°, JCP mensal no valor de R$ 0,02 por ação ordinária e preferencial. A data-base foi 3 de novembro.
Itaú (ITUB4):
O Itaú paga nesta segunda-feira, 1°, JCP mensal no valor líquido de R$ 0,015 por ação. A data-base foi 31 de outubro.
Vulcabras (VULC3):
A Vulcabras paga nesta segunda-feira, 1°, a segunda parcela de dividendo intercalar anunciado em agosto no valor de R$ 0,125. Desde 18 de novembro as ações são negociadas ex-direito a esse provento.
Banco do Brasil (BBAS3):
A ‘data com’ para ter direito aos JCP do Banco do Brasil anunciados em 12 de novembro, é nesta segunda-feira, 1°. A partir de 2 de dezembro as ações serão negociadas ex-JCP. O valor por ação é de R$ 0,07 e será pago em 11 de dezembro.
Azzas (AZZA3):
A Azzas paga nesta segunda-feira, 1°, dividendo no valor de R$ 180 milhões, equivalente a R$ 0,89 por ação ordinária. As ações são negociadas ex-direitos ao recebimento dos dividendos desde 24 de novembro.
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