Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira, arrastados por preocupações de que um aumento nos casos de COVID-19 nos Estados Unidos e na Europa continue a arrastar a demanda em duas das maiores regiões consumidoras de combustível do mundo.
OPEP +, um agrupamento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e produtores aliados, incluindo a Rússia, temem que uma segunda onda prolongada da pandemia e um salto na produção da Líbia possam empurrar o mercado de petróleo para superávit no próximo ano, de acordo com um documento confidencial visto pela Reuters , uma perspectiva muito mais sombria do que há apenas um mês.
“A realidade é que agora estamos vendo uma propagação bastante ativa da pandemia em toda a Europa e está se espalhando novamente na América do Norte, e isso potencialmente pesará na recuperação da demanda de petróleo”, disse Lachlan Shaw, chefe de pesquisa de commodities do Banco Nacional da Austrália.
Alguns países europeus estão revivendo toques de recolher e bloqueios para combater o aumento de novos casos de coronavírus, com a Grã-Bretanha impondo restrições mais severas ao COVID-19 em Londres na sexta-feira.
Um painel de funcionários da OPEP +, chamado Comitê Técnico Conjunto, discutiu seu pior cenário durante uma reunião mensal virtual na quinta-feira. Isso envolveu estoques comerciais de grandes consumidores mundiais que permaneceram acima da média de cinco anos em 2021, em vez de cair abaixo dessa marca.
A Comissão Mista de Acompanhamento Ministerial (JMMC) do grupo irá considerar as perspectivas quando se reunir na segunda-feira. O JMMC pode fazer uma recomendação de política.
A OPEP + deve reduzir seus atuais cortes de oferta de 7,7 milhões de barris por dia (bpd) em 2 milhões de bpd em janeiro.
Nos Estados Unidos, os perfuradores começaram a adicionar plataformas de petróleo desde o corte para uma baixa de 15 anos em agosto. Esta semana, eles adicionaram o maior número de plataformas de petróleo em uma semana desde janeiro, aumentando a contagem de 12 para 205, disse a empresa de serviços de energia Baker Hughes Co.
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A produção de petróleo no Brasil caiu 5,8% em setembro, para 2,907 milhões de barris diários, perdendo o patamar de 3 milhões de b/d conquistados em novembro do ano passado, segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Na segunda-feira, o Ministério de Minas e Energia já havia indicado que a queda da produção no mês passado deveria girar em torno dos 5%, segundo o Boletim de Monitoramento covid-19.
Fonte CNBC