Em dezembro de 2020, o volume de vendas do comércio varejista caiu 6,1% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, após ter variado -0,1% em novembro. A média móvel trimestral foi de -1,8%.
Na série sem ajuste sazonal, frente a dezembro de 2019, o comércio varejista teve aumento de 1,2%, sexta taxa positiva consecutiva. No acumulado no ano, o varejo passou de 1,3% em novembro para 1,2% em dezembro, indicando estabilidade no ritmo de vendas.
No varejo ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças e Material de construção, o volume de vendas caiu 3,7% em relação a novembro, descontando parte de sete meses consecutivos de acréscimos. A média móvel (-0,6%) sinalizou redução no ritmo de vendas. Em relação a dezembro de 2019, o varejo ampliado cresceu 2,6%, sexta taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano foi -1,5%.
Todas as oito atividades pesquisadas tiveram queda em dezembro
O recuo de 6,1% no volume de vendas do comércio varejista na passagem de novembro para dezembro de 2020, na série com ajuste sazonal, atingiu todas as oito atividades pesquisadas, na seguinte ordem de magnitude: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-13,8%), Tecidos, vestuário e calçados (-13,3%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,8%), Móveis e eletrodomésticos (-3,7%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,6%), Combustíveis e lubrificantes (-1,5%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%).
Considerando o comércio varejista ampliado, em dezembro, a queda de 3,7% no volume de vendas frente a novembro de 2020, na série com ajuste sazonal, foi seguida também pelos dois setores que a compõem, além dos oito citados anteriormente: Veículos, motos, partes e peças registrou recuo de 2,6% e Material de construção, de 1,8%.
Varejo acumula 1,2% em 2020, quarto ano consecutivo de crescimento
Desde 2017, o comércio varejista apresenta números positivos no acumulado anual: 2,1% em 2017; 2,3% em 2018; 1,8% em 2019; e 1,2% em 2020. O crescimento do comércio varejista neste último ano se deu de maneira desigual entre os setores, apresentando decréscimo no primeiro semestre e acréscimo no segundo. O comércio varejista ampliado, por sua vez, acumulou queda de 1,5% em 2020, primeiro resultado negativo após três anos consecutivos acumulando ganhos.
Comércio varejista cresce 1,2% em comparação com dezembro de 2019
Em relação a dezembro de 2019, o comércio varejista cresceu 1,2%, com quatro das oito atividades registrando taxas positivas. Vale citar que dezembro de 2020 teve um dia útil a mais (22 dias) do que igual mês do ano anterior (21 dias). As atividades com crescimento foram: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,8%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%), Móveis e eletrodomésticos (2,9%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%). Por outro lado, as atividades que apresentaram queda foram: Combustíveis e lubrificantes (-6,5%), Tecidos, vestuário e calçados (-9,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-12,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-37,4%). As atividades que compõem o comércio varejista ampliado tiveram desempenho positivo no indicador interanual: Veículos e motos, partes e peças (1,7%) e Material de construção (18,8%).
No indicador semestral, a elevação da intensidade das vendas do comércio varejista na passagem do primeiro para o segundo semestre de 2020 foi registrada na maioria das atividades, com destaque para Móveis e eletrodomésticos (de -1,4% para 20,7%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (de -10,6% para 12,9%). No comércio varejista ampliado também se observou aumento de ritmo entre o primeiro e o segundo semestres de 2020 (de -7,7% para 4,2%) resultante da combinação da perda de ritmo de queda em Veículos, motos, partes e peças (de -22,7% para -5,4%) e do ganho das vendas em Material de construção (de -2,0% para 22,4%).
O setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de 3,5% frente a dezembro de 2019, registrou a primeira taxa positiva após queda de 1,8% em novembro para essa comparação. O segmento exerceu o principal impacto positivo na formação da taxa global do varejo (1,5 p. p. do total de 1,2% da variação do indicador interanual). O desempenho da atividade vem sendo afetado por componente inflacionário registrado nos últimos meses. O setor registra o quarto ano consecutivo acumulando ganho, sendo 2020 o mais intenso do período: 1,5% em 2017; 3,8% em 2018; 0,4% em 2019; e 4,8% em 2020.
A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou 13,8% nas vendas frente a dezembro de 2019, registrando a sétima variação positiva consecutiva, na comparação com igual mês do ano anterior. Tal resultado foi o suficiente por colocar o setor como o segundo, em termos de composição da taxa do indicador interanual, das dez atividades pesquisadas, contribuindo com 1,1 p. p. do total do comércio varejista. No fechamento do ano, o setor acumulou ganho de 8,3%, o mais intenso dos quatro seguidos de alta para este indicador (2,5% em 2017; 5,9% em 2018; 6,8% em 2019; além dos 8,3% em 2020, citado anteriormente).
O segmento de Móveis e eletrodomésticos cresceu 2,9% no volume de vendas em relação a dezembro de 2019. Assim como os setores farmacêutico e de hiper e supermercados, a alta de dezembro representa a sétima taxa positiva consecutiva, posicionando o setor como o terceiro em termos de impacto na taxa interanual, contribuindo com 0,3 p. p. para o indicador de 1,2%. Em 2020 o setor acumulou 10,6% de variação, segunda alta da série, que havia registrado 3,6% em 2019, depois de uma queda de 1,3% em 2018.
Assim como os três setores anteriores, o segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc., registrou seu sétimo mês consecutivo de alta no indicador interanual. O valor de 1,6% no volume de vendas em relação a dezembro de 2019, no entanto, foi o menos intenso, em termos de magnitude, da sequência. O setor fecha o quarto ano consecutivo acumulando ganhos, com 2,5% em 2020, contra 6,1% em 2019, 7,6% em 2018 e 2,1% em 2017.
A atividade de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação no indicador interanual, com -12,2% em dezembro de 2020 contra o mesmo mês de 2019, registrou seu décimo segundo mês de variação negativa. Tal sequência representa a segunda maior sequência de meses no campo negativo para este indicador, superada pelo período de julho de 2015 a março de 2017, quando alcançou 21 meses de resultados abaixo do mesmo mês do ano anterior. No ano de 2020, o setor acumulou -16,2% de variação, primeiro resultado negativo após dois anos no campo positivo (0,2% em 2018 e 0,8% em 2019).
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou -37,4% frente a dezembro de 2019, décimo primeiro resultado negativo consecutivo na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior. Tal sequência reflete influência da contínua substituição dos produtos impressos pelo meio eletrônico e redução de lojas físicas. Assim o setor registrou cinco meses de alta, ao todo, ao longo dos últimos 83 meses. Em termos do acumulado do ano, o segmento fecha 2020 com -30,6%, maior amplitude negativa de todos os setores pesquisados pela PMC, incluindo os do varejo ampliado, sendo o sétimo ano consecutivo com perdas para o setor.
Já para Combustíveis e lubrificantes, o resultado de -6,5% no volume de vendas em relação a dezembro de 2019, seguiu a trajetória no campo negativo dos nove meses anteriores para este indicador, exercendo a segunda maior contribuição negativa para o resultado total do varejo (-0,5 p.p.). Com isso, o segmento fecha 2020 em -9,7% de variação acumulada após 0,6% de 2019. O setor, a partir de março de 2020, teve seu ritmo de crescimento afetado pela diminuição da circulação de pessoas, e consequente consumo de combustíveis, devido à atual pandemia de Covid-19.
O setor de Tecidos, vestuário e calçados, com -9,9% de variação em relação a dezembro de 2019, registrou a décima taxa negativa nessa comparação. A atividade perfez o maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo (-1,2 p. p. do total de 1,2% do comércio varejista). Com isso, no ano de 2020 o setor acumulou perda de 22,7%, após variação de 0,1% em 2019, sendo a segunda maior negativa, em magnitude de todos os setores pesquisados.
Com 18,8% em relação a dezembro de 2019, o segmento de Material de construção contabiliza a sétima taxa positiva consecutiva, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O setor fecha o ano com 10,8% de variação acumulada, quarta taxa positiva consecutiva e a segunda maior da série histórica (a primeira foi o ano de 2010, com 15,7%). O segmento viu seu crescimento impulsionado a partir de maio de 2020, influenciado pelas vendas de material para obras de pequeno porte e reparos.
A atividade de Veículos, motos, partes e peças ao registrar 1,7% em relação a dezembro de 2019, assinalou a segunda taxa seguida positiva, exercendo a maior contribuição positiva no resultado para o varejo ampliado. Com a entrada do mês de dezembro, o setor acumula, em 2020, perda de 13,7%, primeiro recuo anual desde 2016.
Varejo tem resultados negativos em 26 unidades da federação de novembro para dezembro
Na passagem de novembro para dezembro de 2020, na série com ajuste sazonal, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista caiu 6,1%, com predomínio de resultados negativos em 26 das 27 unidades da federação, com destaque para: Acre (-17,5%), Rondônia (-12,0%) e Maranhão (-8,3%). Por outro lado, Amapá apresentou estabilidade. Na mesma comparação, no comércio varejista ampliado, a variação entre novembro e dezembro foi de -3,7%, com predomínio de resultados negativos em 26 das 27 unidades da federação, com destaque para: Acre (-12,8%), Rondônia (-7,7%) e Santa Catarina (-5,7%). Amapá foi a única UF com variação positiva (3,8%) para este indicador.
Frente a dezembro de 2019, a variação do comércio varejista nacional foi de 1,2%, com resultados positivos em 19 das 27 unidades da federação, com destaque para Roraima (15,8%), Piauí (14,1%) e Pará (13,5%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram oito das 27 unidades da federação, com destaque para Tocantins (-8,4%), Bahia (-6,6%) e Rio Grande do Sul (-6,0%). Quanto à participação na composição da taxa do varejo, se destacaram positivamente Santa Catarina (6,0%), Minas Gerais (3,4%) e São Paulo (0,8%). Já Rio Grande do Sul (-6,0%), Bahia (-6,6%) e Rio de Janeiro (-1,0%) destacaram-se negativamente.
Considerando o comércio varejista ampliado, no confronto com dezembro de 2019, o aumento de 2,6% teve predomínio de resultados positivos em 22 das 27 unidades da federação, com destaque para: Roraima (17,2%), Pará (14,6%) e Piauí (14,0%). Por outro lado, pressionando negativamente, figuram cinco das 27 unidades da federação, com destaque para: Bahia (-4,7%), Rio Grande do Sul (-4,7%) e Distrito Federal (-2,4%), conforme Gráfico 7. Quanto à participação na composição da taxa do varejo ampliado, destacaram-se positivamente: São Paulo (1,8%), Minas Gerais (4,8%) e Santa Catarina (4,0%). Já os destaques negativos são: Rio Grande do Sul (-4,7%), Rio de Janeiro (-1,9%) e Bahia (-4,7%).