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Mais 12 BDRs de ETFs serão lançados nesta segunda-feira no varejo

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BlackRock e a B3 lançam ao varejo outros 12 BDRs de ETFs estrangeiros na segunda-feira, 29 de março. É a segunda etapa do esforço de oferta à pessoa física desses certificados (Brazilian Depositary Receipts) de fundos passivos de diferentes setores e países do mundo. Em fevereiro, haviam sido lançados outros 11 BDRs do total de 39 criados no fim de novembro do ano passado e disponibilizados apenas para investidores qualificados (mais de R$ 1 milhão investidos) ou institucionais.

Lista dos novos BDRs de ETF para pessoa física

Código do BDR Nome do ETF Código do ETF
BSLV39 iShares Silver Trust SLV
BEGE39 iShares Inc iShares ESG Aware MSCI EM ETF ESGE
BDVY39 iShares Select Dividend ETF DVY
BEEM39 iShares MSCI Emerging Markets ETF EEM
BEWG39 iShares MSCI Germany ETF EWG
BEWU39 iShares MSCI United Kingdom ETF EWU
BITO39 iShares Core S&P Total US Stock Market ETF ITOT
BIBB39 iShares Nasdaq Biotechnology ETF IBB
BIGF39 iShares Global Infrastructure ETF IGF
BIYF39 iShares US Financials ETF IYF
BIXJ39 iShares Global Healthcare ETF IXJ
BIXN39 iShares Global Tech ETF IXN

Com menos de quatro meses de existência, o segmento ainda representa um negócio relativamente pequeno. Até o dia 24 deste mês, o estoque em custódia totalizava R$ 1,5 bilhão na B3. Desse total, cerca de 5% estavam nas mãos de pessoas físicas, porcentual inferior à participação de, aproximadamente, 14% do investidor individual no volume negociado de ETFs brasileiros. Criado na década passada, o segmento, que tem como principal fundo o BOVA11 (lançado em 2008), negociou pouco mais de R$ 54 bilhões em apenas um mês (fevereiro) segundo boletim da B3. Também segundo dados da B3, os BDRs de ETFs gringos tinham 2.382 investidores. Os ETFs brasileiros contavam com 287 mil investidores.

O presidente da BlackRock no Brasil, Carlos Takahashi, e o diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3, Felipe Paiva, argumentam que os BDRs de fundos passivos estrangeiros somam alguns trunfos para conquistar espaço na carteira de investimentos do brasileiro. Entre essas vantagens, Takahashi destaca a simplicidade na operação e o baixo custo, que varia de acordo com a taxa de administração do ETF. Essa cobrança fica entre 0,03% a 0,50%, segundo o executivo da gestora. “Um investidor com conta em uma corretora compra ou vende um BDR como faria com a ação de uma empresa brasileira”, diz o presidente da BlackRock. “Além disso, o ‘tíquete’ de entrada é baixo. Em média, custa R$ 50”, diz o presidente da gestora.

Os certificados também não oscilam com a variação cambial. Os negócios são feitos na Bolsa brasileira e em reais. “O acesso fica mais fácil, porque o brasileiro consegue entrar e sair de ativos internacionais sem incorrer em conversão cambial”, disse Paiva. “Investir no exterior tem uma complexidade operacional muito maior e um custo, que gira em torno de 2% a 4% no momento de fazer a remessa e algo de 2% a 4% na volta”, disse o diretor da B3.

Um grande apelo dos BDRs de ETFs é, segundo Paiva e Takahashi, a possibilidade de diversificação geográfica e setorial. Sob os 12 BDRs disponíveis para a pessoa física a partir do dia 29, estão ETFs que investem em ações da Alemanha, do Reino Unido e dos Estados Unidos. Há outro que investe sob critérios ESG em Mercados Emergentes. Outro aplica em prata. Há também fundos de setores pouco representados na Bolsa brasileira, como Biotecnologia e Tecnologia. Entre os BDRs lançados em fevereiro, há ETFs que investem em ouro, em empresas espanholas, taiwanesas e no setor aeroespacial (Veja abaixo a lista dos 12 novos BDRs de ETF.).

“O lançamento vai muito em linha com o plano de expansão de produtos e com a estratégia da B3 de potencializar a participação da pessoa física no mercado”, disse Paiva, acrescentando que a Bolsa registrou nesta semana 3,5 milhões de CPFs. “As pessoas estão, claramente, procurando diversificação do patrimônio. Então esse lançamento aumenta a oferta de ativos, porque tem setores de saúde, infraestrutura. Se o investidor quiser exposição em China ou Japão, pode optar por esses BDRs”, diz o diretor da B3

Takahashi explica que o intervalo entre a estreia dos BDRs de ETF na Bolsa brasileira em novembro e o lançamento para a pessoa física ocorre porque há detalhes operacionais que demandam tempo, como a tradução de documentos para o investidor individual. “Em vez de esperar que essa parte operacional esteja pronta para todos os 39 BDRs, entendemos como mais interessante ir lançando em ‘tranches’. Isso inclusive ajuda o investidor a ter mais opções e a conhecer as possibilidades no exterior”, disse o presidente da BlackRock.

ESG em alta

Do total negociado até o momento, os maiores volumes foram aplicados em dois BDRs que investem em fundos passivos ESG, ou seja, ETFs que aplicam levando em conta os critérios ambientais, sociais e de governança. O primeiro deles é o BDR do fundo ESG BEGU39 e representa aproximadamente 25% do total negociado (R$ 468 milhões). Em segundo lugar, vem o ESG EAFE, que investe em companhias de países desenvolvidos (exceto Estados Unidos e Canadá), com R$ 101 milhões. Em terceiro lugar, está o BDR de um ETF de ações globais, com R$ 228 milhões. E em quarto lugar, está o BDR de um ETF que investe em ações da Ásia (exceto Japão), com R$ 146 milhões.

(Com informações do E-Investidor)

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