A Suzano informou hoje que espera chegar a um desembolso total operacional de aproximadamente R$ 1,4 mil por tonelada em 2024.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:SUZB3) nesta quarta-feira (24). Confira o comunicado na íntegra.
A companhia afirmou que são considerados na composição desta estimativa custo caixa de produção de celulose (incluindo paradas programadas) de aproximadamente R$ 560 por tonelada; custos e despesas logísticas, com vendas e administrativas de cerca de R$ 500 por tonelada; e investimentos de manutenção ao redor de 340 por tonelada.
Suzano segue otimista após novos aumentos
O preço para a China subiu em US$ 60 a tonelada (t), para US$ 780/t. Já para Estados Unidos e Europa, os preços foram elevados em US$ 100, para US$1.240/t e US$1.010/t, respectivamente.
Os preços de celulose têm subido rapidamente diante de uma recuperação da demanda mundial, que não tem sido acompanhada por um aumento da oferta, tendência que a Suzano acredita que deve continuar ocorrendo, o que deve levar a uma implementação total do aumento anunciado.
O diretor-presidente da Suzano, Walter Schalka, acredita que a pressão da demanda também levará o preço da commodity a atingir um recorde histórico em
abril.
“A demanda de fibra curta vem crescendo mais rápido que a oferta, o que está levando à redução de estoques. Há um desbalanço global e aumento de preços, com possibilidade de um recorde já em abril, chegando a US$ 780/t, já que o último recorde foi no final de 2018 e início de 2019, quando chegou a US$ 760/t”, disse a jornalistas após o Suzano Day.
Durante o dia de investidores da companhia, Schalka já havia dito a analistas que segue vendo pouca oferta nova de celulose por enquanto, com algumas rupturas importantes no mercado.
O executivo também não prevê grandes impactos da piora da pandemia de coronavírus em alguns países. “Ao longo do ano, se não tivermos uma grande ruptura ligada à covid, podemos ter um mercado bastante positivo”,reiterou.
NOVO PROJETO
A Suzano ainda afirmou que uma das suas prioridades é diminuir o seu endividamento, o que deve ocorrer ao longo do ano com a elevação de preços e câmbio favorável, permitindo o início do projeto Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul.
Apesar das expectativas do mercado pelo novo grande projeto da empresa, a Suzano não quis cravar uma data para seu lançamento e os investimentos previstos, mas reforçou que está se preparando para isso.
A agência de classificação de riscos Fitch Ratings estima que a nova fábrica, que deverá adicionar 2,3 milhões de toneladas de capacidade de celulose, custará em torno de US$ 3 bilhões, mas a empresa não quis confirmar
o valor.
EMBALAGENS E SUSTENTABILIDADE
A empresa ainda prevê uma maior demanda por embalagens de papel, que podem substituir embalagens de plástico, e atender a intenção de clientes que querem adotar práticas mais sustentáveis e reduzir emissões de carbono. A demanda por esses produtos ainda compensaria possíveis quedas de consumo de papel para impressão.
O desempenho ESG (ambiental, social e de governança corporativa, na sigla em inglês) também tem sido foco da Suzano, que não descarta fazer novas emissões de títulos vinculados a metas ambientais, chamados “sustainability-linked bonds”, como já fez no fim do ano passado e pelos quais teve grande demanda no mercado.
“Tivemos uma demanda muito alta e só não fizemos mais porque não tinha necessidade naquele momento. Não tínhamos nenhuma feita e hoje 30% da dívida já é ligada à ESG, é uma tendência para o mundo”, afirmou o executivo.
Perdas de R$ 10,7 bilhões em 2020
⇒ Confira a agenda completa da divulgação dos resultados do 4T20 e referente ao ano de 2020. Confira a cobertura completa de todos os balanços referente ao ano de 2020 das empresas negociadas na B3.
Em 2020, O Ebitda ajustado chegou a R$ 14,949 bilhões, alta de 39% em relação a 2019. A receita líquida anual atingiu R$ 30,460 bilhões, alta de 17% em comparação com o ano anterior.
4T20
Maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, a Suzano registrou lucro líquido de R$ 5,914 bilhões no quarto trimestre de 2020, alta de 403% em relação ao mesmo período do ano passado, quando ficou em R$ 1,175 bilhão.
O desempenho foi apoiado por um salto no resultado financeiro positivo da companhia, impulsionado por ganhos cambiais e com derivativos. A linha subiu de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2019 para R$ 6,2 bilhões nos três meses encerrados em dezembro passado. Ajudou também no resultado geral do grupo uma melhora operacional com queda no custo de produção de celulose.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 3,965 bilhões no quarto trimestre, alta de 61% em relação ao mesmo período do ano passado.
O forte avanço do Ebitda reflete a valorização de 31% do dólar médio ante o quarto trimestre de 2019 e menores custos do produto vendido, influenciados pela ausência dos volumes da Klabin e pelo giro no estoque da companhia. Em 2020, a companhia reduziu em cerca de 1 milhão de toneladas os estoques de celulose.
No trimestre, as vendas de celulose da companhia ficaram em 2,67 milhões de toneladas, com recuo de 9% na comparação anual. As vendas de papel, por sua vez, somaram 354 mil toneladas, queda de 4%.