A produção de minério de ferro da Vale atingiu 68 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 14,2% em relação ao igual período do ano passado.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:VALE3), nesta segunda-feira (19).
No relatório de produção divulgado ao mercado, a Vale destaca que avançou em seu plano de estabilização e retomada operacional.
Na comparação com o trimestre imediatamente anterior houve queda de 19,5% no volume produzido pela mineradora, diferença comum por questão sazonal.
O crescimento no comparativo anual é atribuído à retomada gradual das operações paradas nos complexos Timbopeba, Fábrica e Vargem Grande ao melhor desempenho em Serra Norte e menor volume de chuvas em janeiro de 2021 ao aumento das compras de terceiros e ao reinício das operações em Serra Leste, no Sistema Norte.
Os pontos positivos foram parcialmente compensados por manutenções programadas no S11D, no Pará, e ao menor desempenho no complexo de Itabira, em Minas Gerais, devido à restrição de disposição de rejeitos na operação.
Em contrapartida, houve retração de 19,5% na comparação com a produção do quarto trimestre, atribuída principalmente à sazonalidade habitual.
As vendas do minério de ferro, por sua vez, somaram 59,3 milhões de toneladas no primeiro trimestre, alta de 14,8% ante os três primeiros meses de 2020.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI destacou que os números ficaram em linha com suas estimativas e em um ritmo bom no sentido de atingir sua guidance de entre 315 milhões e 335 milhões de toneladas. O banco prevê produção de 320 milhões de toneladas em 2020, e exportação de 315 milhões de toneladas em 2021. O BBI mantém recomendação outperform para a Vale, com preço-alvo de US$ 25 para o ADR, frente a US$ 19,43 de fechamento na segunda pelos papéis na Bolsa de Nova York.
BTG Pactual
O BTG Pactual afirmou que o relatório de produção e de vendas da Vale veio fraco diante das expectativas, mas que a empresa entregou um resultado melhor, na comparação ano a ano na produção de minério de ferro.
Segundo o banco, já que a empresa está bem posicionada para entregar perto do topo de sua projeção de minério de ferro de 315 a 335 milhões de toneladas para 2021, e já está operando com uma capacidade de 327 milhões de toneladas por ano, não há motivo para preocupação,
“Com os preços do minério de ferro oscilando em torno de US$ 180 por tonelada e Carajás sendo vendido por US$ 215 a tonelada, acreditamos que haja chances significativas de alta para as estimativas – já que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) está atualmente próximo a US$ 45 bilhões em uma base de marcação a mercado”, diz o relatório.
“Acreditamos que a empresa deve entregar retornos de caixa totais em torno de 15% para 2021 e recomendamos aos investidores que comprem ações nos níveis atuais”, completa. O preço-alvo das ADRs é de US$ 27.
Citibank
Relatório do Citi diz que a produção de minério de ferro pela Vale no 1TRI deste ano, de 68 milhões de toneladas, ficou dentro do esperado pelo banco, que previu 69 milhões de toneladas para o período.
Já a produção de pelotas, que teve queda de 9% na comparação anual, e a de cobre (baixa de 19% ante mesmo intervalo de 2020) vieram abaixo do esperado pelo Citi.
O banco destaca que a produção de minério foi influenciada positivamente por reinicializações em melhores condições climáticas e que a queda da produção de pelotas ocorreu devido à alimentação mais baixa e à paralisação de Tubarão 4.
Credit Suisse
Para o Credit Suisse, a Vale reportou números de vendas e de produção 5% abaixo das estimativas dos analistas, que podem ser consideradas uma perda no primeiro trimestre, mas que ainda deixam espaço para o guidance entre 315 e 335 milhões de toneladas.
Analistas acreditam que a produção e vendas devem começar a acelerar pós-temporada de chuvas e também com a volta de algumas minas como Fábrica, Brucutu e Vargem Grande.
“O papel subiu bastante recentemente e apesar de entender que pode haver algum movimento de realização, lembramos que o mercado de minério ainda continua bastante apertado, com preços perto de US$ 180 a tonelada”, avaliam os analistas.
O Credit avalia que esses níveis devem preservar a tese da Vale de geração de caixa intacta com 19% de FCF Yield médio (geração de caixa em relação ao valor de mercado) para o ano, assumindo um preço médio de US$ 150 a tonelada em 2021 e uma distribuição de dividendo de 9% (5% no segundo semestre). Os analistas atribuem uma alta probabilidade de pagamento de dividendos que devem ser somados ao programa de recompra e provavelmente proporcionando um re-rating do papel.
Itaú BBA
Para o Itaú BBA, apesar da produção também 4% abaixo de sua estimativa, o banco continua confortável com sua estimativa para o Ebitda no primeiro trimestre, de US$ 8,3 bilhões.
Itaú BBA mantém recomendação de compra e preço-alvo de US$ 20.
Morgan Stanley
O Morgan Stanley vê perspectiva de revisão para baixo da estimativa do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) para o primeiro trimestre de 2021, de US$ 8,46 bilhões, devido a menor carregamento de minério de ferro e cobre. O banco mantém avaliação overweight e preço-alvo de US$ 21 para o ADR.
A Vale pretende divulgar os resultados do 1T21 no dia 26 de abril.
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Lucro líquido de R$ 24,9 bilhões, revertendo prejuízo de 2019
A mineradora Vale teve lucro líquido de R$ 24,9 bilhões em 2020, revertendo prejuízo de 2019. A receita líquida anual subiu 40,2% em 2020, para R$ 208,5 bilhões.
A mineradora Vale teve lucro líquido de US$ 739 milhões no quarto trimestre do ano passado, ante prejuízo líquido de US$ 1,56 bilhão no mesmo período de 2019, informou a companhia na quinta.
Segundo a empresa, o resultado foi impactado principalmente por maiores despesas relacionadas ao rompimento de barragem em Brumadinho (MG), seguindo o Acordo Global para reparação, em meio a ganhos fortes no segmento de minério de ferro. O Ebitda de minerais ferrosos somou US$ 8,8 bilhões, o segundo maior da história.
(informação Broadcast)