A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) marcou para esta segunda-feira reunião extraordinária para discutir eventual aprovação da venda dos ativos móveis da Oi para as rivais TIM (BOV:TIMS3), Vivo (BOV:VIVT3) e Claro.
O assunto, que se arrasta desde o final de 2020 quando as três operadoras ganharam direito sobre os ativos da Oi (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4) em um leilão que chegou a ser contestado por rivais como a Algar Telecom, seria decidido na Anatel nesta sexta-feira, também em reunião extraordinária.
A análise começou na sexta (28), com o conselho diretor conferindo o pedido de anuência prévia da venda da Oi Móvel, mas a aprovação foi suspensa por um pedido de vistas do conselheiro Vicente Aquino.
O relator Emmanoel Campelo deu seu voto favorável à operação com a adoção de alguns remédios, mas Aquino mencionou que podem haver impactos entre os tópicos da venda da Oi Móvel e a venda dos ativos de fibra (V.tal) para o BTG (no qual ele é o relator).
Para a Genial Investimentos, como Aquino teve apenas um final de semana para fazer sua análise, existe ainda a possibilidade da solicitação de um prazo maior. “Isso basicamente marca um clima mais tenso entre Aquino e Campelo, ao menos com relação aos cronogramas estipulados”.
A corretora lembra que os dois principais ativos da Oi, referentes à UPI InfraCo (atual V.tal) e à UPI Ativos Móveis (Oi Móvel), estão sob análise de Aquino, da Anatel, “tendo em suas mãos grandes poderes sobre o rumo da empresa”.
Segundo a Genial, o aval da Anatel é um passo importante, porém apenas ele não é suficiente. O Cade também precisa analisar o processo e dar seu veredito para que de fato o negócio seja efetuado, destaca.
Para a Oi, a venda desses ativos móveis simboliza um dos passos mais essenciais para a saída do processo de Recuperação Judicial (RJ), diz. “Para o setor, a venda da Oi Móvel é um dos eventos mais esperados de 2022 e acredita-se que seu desfecho ocorra ainda neste trimestre”.
A venda da Oi Móvel representaria para a companhia cerca de R$ 16,5 bilhões, o que em conjunto com a venda da InfraCo (R$ 12,9 bilhões) seriam suficientes para que a empresa arcasse com suas dívidas e encaminhasse o processo de saída da recuperação judicial prevista para ocorrer em março de 2022, na avaliação do mercado.
A reunião desta segunda está programa para começar às 16 horas, segundo a Anatel.